NelsonGalvao,

Em 2018 ore biblicamente, por Nelson Galvão

dezembro 26, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments



Virada de ano ta chegando... pelo o que você costuma orar? Me permita dar um palpite: paz, saúde e prosperidade. Acertei?
Não foi muito difícil acertar! Afinal, já vivi 41 viradas!!! Até nos damos as mãos e cantamos aquela velha musiquinha, quase que a entoando como oração:

Adeus, ano velho!
Feliz ano novo!
Que tudo se realize
No ano que vai nascer!
Muito dinheiro no bolso
Saúde pra dar e vender!

Ah... e fazendo um pot-pourri emendamos com a música famigerada de fim de ano da Globo:

Hoje, é um novo dia de um novo tempo que começou
Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer
Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou
Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier

É curioso que esse conteúdo na oração permeia majoritariamente todos os grupos de whatsapp durante o ano todo. Já notou? Oração pela saúde do irmão Gerônimo, pela promoção da irmã Neves, pela viagem do Silvio. Diga-se de passagem, que não tenho nada contra orar por esses temas. Temos que orar sim uns pelos outros e por nossas necessidades. O problema é que não sai disso!!! Lembra do programa da Xuxa em que o “baixinho” ao fim do programa mandava beijo para o papai, mãe e os irmãos?! E não saia disso?! Pois é... assim são nossas orações durante todo o ano e não seria diferente na virada de ano.
Sendo assim, me permita sugerir que em 2018 oremos biblicamente. Como é isso? No seu livro que tornou-se um clássico sobre oração, John Bunyan afirma:

A oração é oração, quando está dentro do âmbito e do propósito da Palavra de Deus, pois quando a petição está em desacordo com o Livro, é uma blasfêmia, ou pelo menos, “conversas vãs”.[1]

Vejamos o teor das orações de Paulo através da sua carta aos Efésios. Quando ele orava pelos Efésios, ele dava graças pela fé e pelo amor deles. Além disso, seu pedido a Deus pelos Efésios era para que:


17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, 18 iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos 19 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. (Ef 1.15-19 – grifo meu).

Mais à frente, encontramos uma outra oração de Paulo. Ele ora para que:

16 segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; 17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, 18 a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade 19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. (Ef 3.16-19- grifo meu).

Perceba que em ambas as orações Paulo orava pelo amadurecimento na fé dos Efésios. Daí ele conclui com uma expressão de confiança e louvor:

20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém! (Ef 3.14-21)

Note que o vs. 20 está no contexto do pedido de Paulo pelo amadurecimento espiritual dos Efésios. Não está no contexto daqueles velhos pedidos por “paz, saúde e prosperidade”.
No final da carta de Efésios, Paulo faz um pedido por ele. Pelo o que ele pede? Será que por um barco novo para poder navegar melhor pelas águas do Mediterrâneo? Será que por saúde para poder andar em suas viagens pelas estradas romanas? Quem sabe para ser livre da prisão romana onde se achava na ocasião da carta? Não, nada disso. Observe a oração que ele fez:

18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos 19 e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, 20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo. (Ef 6.18-20)

Incrível!! Você já fez esse pedido de oração na reunião de oração da sua igreja, ou no grupo de whatsapp que você faz parte? 
Ore para que tenhamos ousadia para falar de Cristo na reunião de família, entre os amigos, no trabalho, onde quer que seja. 
Ore para que a sua Igreja glorifique ao Senhor.
Ore para que nossa fé seja fortalecida, crescendo no conhecimento do Senhor.
Ore para que o Senhor nos dê novas oportunidades de pregação do Evangelho.
Ore para que o Senhor fortaleça nossos pastores e líderes.
Ore para que o Senhor nos dê a oportunidade como igreja de levar o Evangelho às pessoas que nunca o ouviram.
Ore para que o Senhor fortaleça nossos missionários.
Ore pela vinda do Rei.

Sendo assim, coloque na sua lista de prioridades para 2018: "orar biblicamente".

  Nelson Galvao
Sola Scriptura



[1] BUNYAN, John. Um tratado sobre oração. Ed. Fiel.





Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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NelsonGalvao,

O Natal é celebração para pecadores. por Nelson Galvão.

dezembro 19, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments



Esses dias estive em um shopping e me chamou atenção a tradicional praça enfeitada para o Natal. O tema era: “O Natal dos esquilos”! Afora o fato de que Recife não tem esquilos, é curiosa a ausência de qualquer referência ao verdadeiro sentido do Natal. Antes de qualquer coisa, o Natal é uma celebração para pecadores. Me permita explicar.
No Natal se cumpre uma profecia. É isso aí, você leu bem, profecia!

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Feminilidade,

Momentos Cotidianos, Oportunidades Eternas. PARTE 2: ESCOLHAS. por

dezembro 14, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments



"Minha mãe mandou eu escolher este daqui, Mas como eu sou teimoso, Vou escolher este daqui."  - parlenda brasileira

No mundo em que vivemos enfrentamos várias escolhas todo dia. Num fenômeno diferente da maioria da história do mundo, hoje temos o privilégio de escolhermos coisas que antigamente poucos podiam: carreira, cônjuge, onde morar, que igreja frequentar. A democracia permite que temos uma voz em quem serão as autoridades governamentais. Anticoncepcionais ou tratamentos de fertilidade até permitem que influenciemos quando e quantos filhos teremos.

Embora o poder da escolha certamente melhorou a vida de muitos, creio que a possibilidade de escolha tem se tornado um ídolo da nossa cultura. É só olhar as notícias da ideologia do gênero para perceber que o homem acha que tem o direito de escolher TUDO: gênero/sexo, papel do homem e da mulher na igreja e no lar, religião, e até mesmo a escolha de vida e morte (pensa em como o suicídio está se tornando mais e mais “aceito” pelos jovens através de filmes, seriados e brincadeiras). Afinal, para o mundo, cada um tem o direito de escolher o que lhe fará feliz, independente do que outros pensam ou falam. De fato o final de Juízes poderia ser usado para descrever essa realidade:

Juízes 21:25: “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo.”
O nosso mundo tem rejeitado o Rei verdadeiro, assim como o povo Israelita no livro de Juízes. Mas a verdade é que Deus ainda está no Seu trono e um dia cada pessoa prestará contas ao REI. Os que estão cobertos pelo sangue de Cristo entrarão no gozo eterno e os que O rejeitaram serão lançados para sofrimento eterno.

O que isso tem a ver com os nossos filhos e as suas escolhas? Como pais, queremos ensinar para os nossos filhos que há um REI e um dia irão prestar contas diante dEle. Que esse Deus tem o direito de escolha e nós devemos obediência e submissão a Ele... e que não há alegria maior do que nos submeter a esse Deus.

Então como na prática podemos inculcar essas verdades nos nossos filhos? Aqui estão algumas idéias.

1). Não permita que o seu filho seja o “rei” ou “rainha” da família. 

Quem é a autoridade na sua família? A Bíblia é clara que os filhos devem obedecer os pais, e não o inverso. (Ef. 6:1) Na sua família quem faz as decisões - você e o seu marido ou os filhos? Vocês decidem o horário que eles dormem, acordam, o que vão comer nas refeições, qual será o passeio da família no feriado? Quando eles desobedecem as regras da família são disciplinados? Se você respondeu não, talvez o seu filho tenha se tornado o chefe da família. Dificilmente se submeterá à outras autoridades se não aprendeu a se submeter aos pais.

2). Como pais, verifiquem que seu filho não esteja se tornando sábio aos seus próprios olhos, sempre decidindo por si mesmo, mesmo em áreas amorais. 

Como pais temos a liberdade de permitir que os nossos filhos tomem certas decisões. Como pais cristãos também temos o dever de ajudá-los a crescer na habilidade de tomarem decisões sábias. Porém, muitas vezes pensamos que para fazer isso devemos permitir uma certa autonomia para a criança, mesmo quando ela é bem pequena. Às vezes é melhor tirar deles algumas escolhas, principalmente quando são pequenos, e assim treiná-los desde cedo a se submeterem à autoridade, mesmo em áreas insignificantes. Ao provar que a criança consegue se submeter com uma boa atitude, ela está pronta para receber o privilégio de mais liberdade e escolhas.

Como isso funciona na minha casa? Minha filha de 4 anos tem uma opinião muito formada sobre que roupa ela quer vestir cada dia. Às vezes eu tenho percebido que se eu não concordar com a escolha dela, ou se eu fizer a escolha ela fica irada e teimosa. (Lembra da parlenda no começo?) Então certos dias eu decido o que ela vai usar para ajudá-la a aprender submissão com coração feliz. Isso não é para provocá-la a ira, mas sim para desvendar algo que está dentro do coração dela - algo que eu não enxergaria se ela fosse sempre escolher. Parece algo tão pequeno, mas eu prefiro estar lidando com isso agora do que daqui a 10 anos!

De vez em quando faça alguns testes com o seu filho para ver como está o coração dele - escolhe o filme que ele vai assistir, o brinquedo que ele vai brincar. Se perceber que é muito difícil ele se submeter a sua escolha, talvez precise passar alguns dias em que você tira muitas das escolhas dele, até que ele começa a aprender a se submeter à autoridade.

3). Incentive contentamento mesmo quando não gostamos do que foi escolhido para nós. 

Isso é difícil até para nós adultos! Quando as decisões da vida são tiradas das nossas mãos, quando as coisas não acontecem do jeito que queremos, como é difícil reagirmos confiando no nosso Pai celestial. Nosso exemplo de estarmos contentes com o que o Senhor nos proporcionou será uma grande bênção para os filhos. Você reclama constantemente sobre o trabalho de ser mãe? Sobre o seu papel como mulher? Sobre os problemas na família ou igreja? Sobre a falta de dinheiro? Ou você mostra uma atitude de alegria?

Também podemos incentivar isso nas conversas com os nossos filhos pequenos. “Deus te fez uma menina, e Ele deu tarefas muito especiais que só as meninas podem fazer. Isso é muito legal!” Seu filho vai ganhar um irmãozinho? “Quem escolhe se vamos ganhar um menino ou menina? Sim, é Deus!”


4). Converse sobre a soberania de Deus. 

Mesmo com o seu filho bem pequeno você pode fazer isto! Perguntas simples como: “Quem fez você?”, “Quem nos dá comida?” apontam para um Criador soberano. Para os filhos mais velhos converse sobre como o plano de Deus é sempre perfeito - e mostra a mão dEle no dia a dia. Seu filho gosta de ciências? Converse sobre a infinita sabedoria de Deus em criar um mundo tão complexo. Sua filha aprecia arte? Fala da bondade de Deus em criar tantas cores para desfrutarmos. Algum plano deu errado? Converse sobre mesmo quando não sabemos o por quê, o plano de Deus é perfeito.

5). Enfatize que a melhor felicidade vem quando seguimos as escolhas de Deus. 

O mundo acha que Deus é um grande manda-chuva no piquenique de prazeres. A Bíblia oferece outra visão:

João 15:10-11 Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa.
A verdadeira alegria provém de Deus e quando submetemos a Ele, teremos parte dessa alegria imensurável.  Podemos nos submeter a Deus pois sabemos que Ele é bom e tem o melhor para nós.  Ensine essa verdade para o seu filho com palavras e com a sua própria vida.  Essa é uma escolha que realmente vale a pena!

Michelle Merkh Zemmer
Confira a PARTE 1 dessa série:
Michelle Merkh Zemmer nasceu em Atibaia, filha de pais missionários americanos do ministério Palavra da Vida em Atibaia, São Paulo.  Formou-se em pedagogia da Universidade de Cedarville, Ohio, nos EUA onde conheceu seu marido, Benjamin, que também foi criado no Brasil.  Casados há 10 anos, o casal tem 4 filhos entre 2 e 8 anos de idade.  Depois de nascer o primeiro filho, dedicou-se ao trabalho do lar. O marido Ben trabalha em Web Design e faz parte da equipe Pregue a Palavra.  Juntos, o casal ministra numa congregação da PIBA em Terra Preta, SP.


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Feminilidade,

A resposta para a depressão deve ser buscada primeiramente nos medicamentos e/ou na psicoterapia? Por Nancy DeMoss

dezembro 12, 2017 Mulher da Palavra 1 Comments


Enquanto estava escrevendo este capítulo, recebi um telefonema da esposa de um pastor. Ela abriu seu coração sobre uma batalha de muitos anos que seu marido vem travando com a depressão. Os efeitos na vida e no casamento dela foram significativos.
Durante o decorrer da conversa, ela fez os tipos de perguntas que muitos fazem em circunstâncias semelhantes: Poderia tratar-se de um problema genético? (O suicídio está presente no histórico familiar do marido). Poderia se algo orgânico ou químico? Ou algum tipo de atividade demoníaca estaria envolvida? Existe alguma verdade espiritual não compreendida por ele que seja responsável pelo tumulto e pela escravidão?
A depressão é uma questão particularmente importante para as mulheres – duas vezes mais mulheres do que homens sofrem de depressão. Nunca antes a depressão foi tão generalizada entre as mulheres como no momento em que vivemos no Ocidente. Apesar da facilidade com que os médicos diagnosticam a depressão e a tratam com psicoterapia e medicamentos, o número de acometidos só aumenta e relativamente poucas pessoas estão encontrando alívio duradouro.
Um estudo a respeito da depressão e do desespero na Bíblia revela que, em alguns casos, a dor que identificamos como depressão emocional é simplesmente uma das consequências inevitáveis de viver em um mundo decaído. Em Rm 8, Paulo indica que toda a criação “geme” sob o peso de sua condição decaída, ansiando por nossa redenção final deste mundo amaldiçoado pelo pecado.
 Muita investigação médica e científica tem sido feita para tentar compreender a inter-relação entre a depressão, as predisposições genéticas e outros fatores fisiológicos. Ainda há muito a aprender sobre tais assuntos e sobre os efeitos em longo prazo de vários tipos de tratamento. Sabe-se que, em muitos casos, os sintomas fisiológicos relacionados à depressão são o fruto de questões enraizadas no campo da alma e do espírito -  questões como ingratidão, conflitos não resolvidos, irresponsabilidade, culpa, amargura, falta de perdão, incredulidade, reivindicação de direitos, raiva e egocentrismo.
Se as raízes dos problemas não são tratadas nos caminhos de Deus, as consequências aparecerão inevitavelmente em nosso corpo e alma, criando problemas físicos e emocionais muito reais. Em alguns casos, os remédios podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão. No entanto, se a depressão não se originou de um mau funcionamento físico, os medicamentos não resolverão o problema permanentemente. Os remédios administrados de forma correta podem ajudar uma pessoa gravemente deprimida a se estabilizar o suficiente para pensar com clareza, dando-lhe uma janela de oportunidade para que comece a lidar com as questões que criaram o problema. Mas não há nenhum medicamento que possa “consertar” as questões mais profundas do espírito. Infelizmente, inúmeras pessoas que sofrem de depressão passaram a ver o medicamento como uma “solução” para seu problema. Se a pessoa doente não aborda as questões internas do coração, não pode esperar ser verdadeiramente livre.
Você pode se surpreender ao descobrir que numerosos indivíduos na Bíblia sofreram com o que chamaríamos hoje de doenças depressivas. Suas histórias fornecessem uma visão útil sobre algumas das causas que contribuem para a depressão.
O rei Acabe, por exemplo, ficava deprimido quando não conseguia fazer as coisas do seu jeito. Quando o vizinho de Acabe se recusou a lhe vender um pedaço da propriedade que ele queria muito, acabe teve um atraque de nervos – ficou “desgostoso e indignado [...] Ele deitou-se na sua cama, virou e não quis comer” (1 Rs 21.4). A esposa de Acabe, Jesabel, tentou tirá-lo de sua depressão prometendo ajuda-lo a conseguir o que queria. Ela lhe disse: “Levanta-te, come e alegra o teu coração. Eu te darei a vinha de Nabote, o jesreelita”( 1 Rs 21.7).
Em minha própria vida, tive de admitir que minhas quedas emocionais geralmente são o resultado de minha reação a coisas que não estão sendo feitas “do meu jeito”. No fundo, estou com raiva – porém, ao invés de expressar essa raiva, afundo em um buraco emocional, esperando que alguém perceba e tente me fazer sentir melhor, como Jezabel fez a Acabe.
A história de Jonas ilustra como a depressão e os pensamentos suicidas podem estar enraizados na raiva contra as escolhas de Deus. Quando Deus não destruiu os ninivitas como Jonas achou que eles mereciam, “Jonas [...] ficou extremamente contrariado e furioso. Então orou ao Senhor [...] Ó Senhor, agora tira-me a vida, pois, para mim, morrer é melhor que viver” (Jonas 4.1-3). A resposta de Deus forçou Jonas a enfrentar sua ira: “O Senhora respondeu: ‘É razoável essa tua ira?” (4.4). O mesmo diálogo se repetiu pouco tempo depois, quando Jonas ficou ainda mais deprimido após uma planta que lhe havia fornecido sobra secar e morrer. Deus queria que o profeta enxergasse que não eram as circunstâncias que estavam realmente causando sua depressão, mas sim sua resposta zangada às escolhas soberanas de Deus.
Ana era uma mulher devota que ficou deprimida quando teve de lidar com uma combinação de desejos não realizados e um relacionamento tenso por um período prolongado de tempo. Ela tinha um marido devoto que a amava muito. No entanto, por razões conhecidas somente pelo Senhor, ele havia fechado seu útero. As lutas de Ana com a esterilidade foram exacerbadas pela outra esposa de seu marido, Penina, que não tinha dificuldades para conceber e ter filhos e não hesitava em lhe recordar desse fato:

Mas sua rival a provocava muito, a fim de aborrecê-la [...] Isso acontecia todo ano. Quando subiam à casa do Senhor, Penina provocava Ana, que então chorava e ficava sem comer. (1 Sm 1.6,7)


Quando falhamos em ver a mão de Deus nas circunstâncias ou quando lutamos quanto às escolhas dele para nossas vidas, tornamo-nos candidatas à depressão emocional e espiritual.

Nancy DeMoss

Extraído do livro: "Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta." São Paulo: Vida Nova. p. 199-202.
Publicado com permissão.






Consulte abaixo onde você pode adquirir o livro:

Vida Nova









Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 

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FeminismoXBiblia,

A mulher pode ser pastora? Análise crítica ARGUMENTO POR ARGUMENTO. PARTE 1. por Wagner Ferreira.

dezembro 07, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


Os ordenistas batistas apresentam uma série de argumentos, que segundo eles são convincentes para reconhecer o ministério pastoral feminino como legítimo. Os mais populares serão colocados nesta série chamada “Argumento por argumento”. Ela terá a finalidade de mostrar que eles não são tão convincentes assim. O primeiro e mais popular é o argumento que supõe a igualdade de gênero.

 A igualdade de gênero

         Com base em Gálatas 3.28, os ordenistas acreditam que este texto prova não existirem quaisquer diferenças entre homem e mulher, mesmo se tratando de posição ou função. Então, a mulher tem o direito de exercer qualquer função do seu desejo. As expressões comuns  referentes a esse pressuposto são apresentadas nos artigos que seguem:

"Pela origem da mulher, sabemos que em nada é inferior. Ela sempre existiu diante dos ohlos de Deus como vaso muito precioso, assim como o homem [...] Nas escrituras, desde o princípio, as mulheres vêm desempenhando papel considerável. Miriam, profetisa, irmã de Moisés, após a derrota dos egípcios no Mar Morto, lederou as mulheres fazendo-as glorificar o nome do Senhor (Ex 15.2-2-21). [...] As mulheres participavam também dos sacrifícios, conforme Juízes 13.20-23. Após o exílio, podiam chegar à presença do Senhor para fazer seus votos "...e até as mulheres e os meninos se alegraram de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe"(Ne 12.43). Ora, se a mulher podia servir como juiza, profetiza, anunciadora da mensagem da ressurreição, diaconisa, por que então não poderia servir como pastora? [...] A Bíblia nos diz em Gl 3.28 que todos nós somos iguais em Cristo Jesus nosso Senhor - não h;a macho nem fêmea [...] Se o homem produz um livro, também a mulher. Se o homem exerce a medicina, também a mulher. Se o homem se destaca como dentista, também a mulher. Se o homem serve a Deus, também a mulher. Se o homem pode ser escolhido por Deus para o serviço, também a mulher. (Jornal Batista. 03.10.1976. p. 5).

Um colaborador do jornal escreve o seguinte:

"Meu raciocínio, favorável à consagração de mulheres, é bem simples e neotestamentário, e se resume no seguinte: Jesus Cristo veio ao mundo, exatamente para abolir toda e qualquer espécie de preconceito, para libertar escravos, crianças, pobres e mulheres. No cristianismo, não há mais lugar para livre e escravo, homem e mulher. Paulo manda Filemon receber Onésimo, seu escravo convertido, não mais como servo, mas como irmão. Os grilhões que acorrentavam a mulher também foram quebrados por Jesus. E aqui, então, cabe, perfeitamente, o que, inspiradamente, escreveu o apóstolo Paulo na epístola aos Gálatas, de modo definitivo: "Nisto não há judeu nem grego, não há servo nem livre, NÃO HÁ MACHO NEM FÊMEA", porque todos vós sóis um em Cristo Jesus". Gl 3.28 (Jornal Batista - 18 de dezembro de 1994 – pg 12). 

Um colunista do jornal escreve: “...na criação, homem e mulher em conjunto manifestam a pluralidade da Imago Dei, a imagem de Deus, e enfatizar a importância de um ou desmerecer o valor de outro só faz com que o reflexo de Deus seja fragmentado”. Igualmente se lê:

"Afora tais pressupostos que consigo enxergar na Bíblia sem maiores dificuldades, carrego comigo algumas certezas que só têm sido comprovadas ao correr dos tempos: a) as mulheres em tudo são tão capacitadas, ou até mais, quanto os homens, só não tiveram oportunidades de demonstrar isso, como agora as têm." (Jornal Batista - 29 de julho de 2002 - p. 6).

“Desde os dias do Éden a mulher tem sido vítima do machismo e do pré-conceito dos homens. Outras gerações vieram e a mulher foi sendo degradada nos seus legítimos direitos de igualdade. A mulher nasceu num estágio mais refinado, não veio diretamente do barro, mas de uma matéria prima mais trabalhada.  Há várias passagens no Velho e no Novo Testamento ensinando que Deus não faz acepção de pessoas. Apesar da ênfase paulina sobre a submissão da mulher, Tiago condena tal prática ao afirmar: ‘...mas se fazeis acepção de pessoas cometeis pecado’ (Tiago 2.9)”. (Jornal Batista - 15 de maio de 1994. p. 11).

Matriz do conceito de Igualdade de Gênero

Onde surgiu a ideia de igualdade de gênero na história?
            Elizabeth S. Fiorenza é a principal referência mundial na luta pela igualdade de gênero, em suas obras, ela apresenta o argumento dessa igualdade baseada em Gálatas 3.28.   Em seu livro “ As Origens Cristãs  a partir  da Mulher”, ela dedica um capítulo inteiro para tratar do assunto. Ao tratar do tema, ela cita uma série de autores de caráter abertamente liberal, como por exemplo: Robin Scroggs, autor do livro, O Novo Testamento e a Homossexulidade, no qual apresenta proposta para uma discussão contemporânea na igreja. Ela cita também Robert Jewett, o qual contribui com escritos gnósticos femininos. (Images of the Feminine in Gnosticism -editado por Karen L. Kin )
            Ela adota uma hermenêutica feminista para intepretação dos textos bíblicos. E segundo o seus pressupostos, determinados textos podem ser corrigidos, relativizados ou até mesmo desmentidos, por meio de outros textos bíblicos, de textos extra bíblicos, de material arqueológico e iconográfico. ( Exegese Feminista, Silvia Schoer – pg 86  ).
Por fim, vale lembra que Fiorenza  tem formação  liberal. A teóloga católica feminista, Elizabeth S. Fiorenza recebeu em 1963 a Theologicum (Licenciada em Teologia) da Universidade de Würzburg. Posteriormente obteve o diploma de Doutor em Teologia pela Universidade de Münster. Em 1967, ela se casou com Francis Schüssler Fiorenza, um teólogo americano que estudava na Alemanha. Em 1970, ambos obtiveram compromissos de ensino na Universidade Católica de Notre Dame. Ela ensinou na Episcopal Divinity School em Cambridge, Massachusetts. [2]
Em 1984, Schüssler Fiorenza foi uma dos 97 teólogos e religiosos que assinaram uma declaração católica sobre pluralismo e aborto, pedindo pluralismo religioso e discussão dentro da Igreja Católica sobre a posição da Igreja a respeito do aborto.  Em 1995, Schüssler Fiorenza recebeu um doutorado honorário da Faculdade de Teologia da Universidade de Uppsala.
O Jornal Batista publica na coluna Perguntas e Repostas no dia 6 de abril de 1939 página 4 , uma resposta aos leitores que sugere a igualdade entre homens e mulheres na perspectiva correta. Observe o texto que segue:  

"O evangelho sem dúvida levantou a mulher da degradação em que se tinha afundado, especialmente no oriente; e não obstante ela estarem quanto à graça, nivelada com o homem (Gl 3.28) sua sujeição quanto à ordem e modestia devia ser mantida". (Com Jameson-Fausset Brown).

O correspondente identificado como TRT, Theodoro R. Teixeira, redator executivo cita o Comentário Bíblico de Jameson Fausset Bronw. Editado por  Andrew Robert Fausset and David Brown e publicado em 1871. O seu comentário a respeito de Gálatas 3.28 se refere à filiação pela fé  em Jesus, a qual não privilegia nenhuma classe para a questão soteriológica. O uso que o redator fez foi  adequadamente contextualizado.

Mas infelizmente em 25 de outubro de 1992, o texto já estava sendo usado para a defesa do ministério feminino na Convenção Batista Brasileira. O pastor Davi Gomes, ao responder uma pergunta do leitor, cita Galátas 3.28, para sustentar a igualdade de gênero no ministério. 

"Na verdade, não existe contradição em mim, como não a existe na Bíblia. Miriam, irmã de Moisés e Débora foram grandes pregadoras; Hulda, a profetiza, foi instrumento de Deus em grande avivamento e o livro de atoso registra as filhas de Filipe como "profetizas", ou seja, intérpretes da escritura na pregação (At 21.9). Se as filhas do evangelista pregavam, entende-se que as mulheres não viviam tão caladas assim. Em 1 Co 11.5 Paulo admite que a mulher fale. Em Rm 16.1-3 o apóstolo fala de outra mulher maravilhosa, que chama diaconisa e que mantinha seu nome entre os servos fiéis de Deus. Ao escrever aos Gálatas, Paulo declara no capítulo 3.28: 'Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus". Observe-se a ausência total de preconceito de raça nesse ensino. Acontece que entre os gregos havia completa discriminação no que dizia respeito à mulher. Sócrates escreveu: O silêncio confere graça a mulher.".

Contra Argumento
Em primeiro lugar, não há a menor dúvida de que Deus fez homem e mulher segundo a sua imagem, no entanto a Bíblia mais de uma vez no NT ( I Tm 2 e I Co 11) apresenta uma diferença funcional. Paulo não iria contradizer-se  afirmando uma igualdade plena em uma carta (Gl 3.28) e em outra negando-a.  Uma pergunta necessária que deve ser feita é a seguinte: - Onde Paulo enraíza a subordinação da mulher na criação ou na queda? Se a subordinação está atrelada à queda e está abolida, porque os mais claros sintomas da queda ainda não foram também abolidos (dores de parto, trabalho duro e a morte física)?  Paulo no Novo Testamento, especialmente em I Timóteo 2.13 fundamenta a submissão da mulher na criação e não na queda. 
Em segundo lugar a carta de Paulo aos Gálatas tem teor soteriológico, enquanto a primeira carta a Timóteo enfatiza questões eclesiásticas.  Portanto, seria razoável julgar questões relacionadas ao funcionamento da igreja, primeiramente com base nas pastorais. De forma nenhuma a declaração de Gálatas 3.28  deve ser ignorada, porém , ela precisa ser colocada num contexto de conflitos de classes na herança do reino de Deus e não nas práxis dos ofícios da igreja. A preocupação central de Paulo em Gálatas era deixar claro que todos teriam acessado aos benefícios da redenção e não e apenas uma elite judaica.

Wagner Ferreira


Referências

OJB  O Jornal  Batista 6 de abril de 1939 – pg 04
OJB  O Jornal  Batista  3 de outubro de 1976 – pg 05
OJB  O Jornal  Batista 25 de outubro de 1992  - pg 02
OJB  O Jornal  Batista 15 de maio de 1994 – pg 11
OJB  O Jornal  Batista 18 de dezembro de 1994 – pg 12
OJB  O Jornal  Batista  29 de julho de 2002  - pg 06
Christian Tolerance: Paul's Message to the Modern Church, l47 page book by Westminster Press, l982.
FIORENZA, Elisabeth S. As Origens Cristãs a Partir da Mulher: uma nova hermenêutica. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Edições Paulinas, 1992. 
SCHOTTROFF, Luise; SCHROER, Silvia; WACKER, Marie Theres. Exegese Feminina. Trad. Monika Ottermann. São Leopoldo: Sinodal, 2008. 




Pr. Wagner é casado há 20 anos com Rita Ferreira, pastor há 12 anos da PIB de Cambuí-MG. 
É mestre em Teologia -NT, pelo SBPV, Bacharel em Teologia - SBPV.
Atua também como professor do Ministério Pregue a Palavra.

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BiancaBonassiRibeiro,

A necessidade de reconhecimento. por Bianca Bonassi Ribeiro

dezembro 05, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


A ideia principal desse texto é promover um momento de meditação sobre a necessidade de reconhecimento que há em nós. Talvez, num primeiro momento não admitamos que essa seja uma necessidade, porém no íntimo de nosso ser, sabemos o quanto ser reconhecido é bom. A definição de necessidade está atrelada a algo que é essencial, ou seja, algo que não pode ser deixado de lado ou ignorado. Portanto, trata-se de uma característica do ser humano que foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26).
Por outro lado, com a Queda[1] da humanidade essa necessidade foi desvirtuada e tem induzido muitas pessoas ao pecado. Assim, é importante que saibamos lidar de forma santa e coerente com essa necessidade.
Importante ressaltar que a necessidade de reconhecimento não está vinculada à autoestima, essa relação foi estabelecida como uma das consequências da Queda e faz com que esteja centrada no eu, logo se tornou egoísta e autocêntrica. A necessidade de reconhecimento deve ser focada no outro. Trata-se do reconhecimento feito por alguém, ou seja, uma manifestação pública, de um feito nobre ou de uma virtude de outra pessoa.
O próprio Deus deve ser reconhecido e não é porque Ele tem problema de autoestima, mas porque o reconhecimento é uma manifestação pública feita por nós, seres criados, de quem Ele é (todas as suas virtudes) e de todas as suas obras (todos os seus feitos nobres). Assim, há uma relação focada no outro, porque outras pessoas serão impactadas por esse reconhecimento. Vejamos o que Deus diz por meio dos profetas Moisés e Isaías e pelo rei Salomão: “Reconheçam isso hoje, e ponham no coração que o Senhor é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. Não há nenhum outro. Não profanem o meu santo nome.[...] Vocês que estão longe, atentem para o que eu fiz! Vocês que estão perto, reconheçam o meu poder! [...] Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos e ele endireitará as suas veredas” (Dt 4.39; Is 33.13 e Pv 3.6 - grifo meu).
Os trechos bíblicos citados são uma pequena amostra da necessidade que temos em reconhecer a grandeza e o poder de Deus, isso porque testifica a outros sobre quem Ele é, o que fez, faz e fará.
Mas, e a nossa necessidade de reconhecimento? Como ela deve funcionar de maneira santa?
A resposta a essa pergunta ocorre em duas etapas. Primeiro, precisamos reconhecer que Jesus é o Filho de Deus e que o sacrifício D’Ele na cruz foi suficiente para nos salvar, logo não vivemos mais para nós mesmos, porque Ele permanece em nós e nós N’Ele (cfme. 1 Jo 4.9-17). Segundo, uma vez que Cristo vive em nós, a nossa busca constante deve ser focada em fazer bom uso do que somos e do que temos, para que sejamos reconhecidos, por Deus. Esse tipo de motivação conduz a uma vida que busca a vontade de Deus e nos transforma em bons administradores do que Ele nos dá. Sendo assim, nossos talentos, dons e recursos materiais glorificam a Deus.
Em outras palavras, a nossa necessidade de reconhecimento é satisfeita quando nosso foco está em Deus e não em homens. O próprio Jesus Cristo, nos ensina a lidar de maneira santa com essa questão, quando apresenta a parábola[2] dos talentos descrita no evangelho de Mateus capítulo 25. 14-30. De forma resumida temos:
Reconhecimento: “O senhor (homem que havia saído de viagem) respondeu: Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu Senhor! (Mt 25. 21 e 23) 

 Na parábola, o talento se refere a unidade de valor monetário, mas podemos considerar o termo atual de talento, definido pelo dicionário online de português, como  aptidão natural ou adquirida, ou seja, uma capacidade para desempenhar e executar algo.
Quando multiplicamos um talento dado por Deus, a partir de nossas ações diárias, certamente teremos o reconhecimento de Deus e o enfoque será mostrar aos outros o que Ele fez e faz através de nós. Interessante notar que o reconhecimento pode ocorrer no presente ou no futuro.
Um exemplo claro disso foi o episódio descrito em Atos 4.1-20, quando Pedro e João, discípulos de Jesus foram chamados diante de autoridades da época para prestar contas de um ato de bondade em favor de um doente. Notem o que foi dito sobre eles: “Vendo a coragem de Pedro e de João e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus [...] Depois de mais ameaças, eles os deixaram ir. Não tinham como castigá-los, porque todo povo estava louvando a Deus pelo que acontecera, pois o homem que fora curado milagrosamente tinha mais de quarenta anos de idade ” (At 4.13, 21-22 – grifo meu). Muitas vezes Deus usa pessoas para proporcionar o reconhecimento a quem tem multiplicado seus dons e talentos no intuito de fazer Deus reconhecido na terra.
A ideia central é viver uma vida terrena a partir de uma perspectiva celestial, para que a nossa jornada aqui na terra, se manifeste praticamente com o mesmo foco do apóstolo Paulo: “combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda” (II Tm 4.7-8). Paulo sabia que o reconhecimento viria de Deus, em tempo oportuno e não seria no plano terreno e sim no celestial, assim como ele esperou para ser reconhecido, nós também, muitas vezes teremos que esperar e continuar multiplicando os talentos dados por Deus sem desanimarmos.
Para finalizar, vale ressaltar alguns pontos de observação:
a)                           Quando a nossa necessidade de reconhecimento está distorcida, o foco das nossas ações são bajulação e ganância, ou seja, comportamento autocêntrico (centrado no eu). Portanto, se fazemos algo esperando receber elogios, congratulações e outras recompensas vindas de outras pessoas ou até mesmo de Deus como barganha, esse é o indicativo de que a nossa necessidade de reconhecimento está distorcida pelo pecado.  A nossa motivação deve ser a mesma do apóstolo Paulo: “Vocês bem sabem que a nossa palavra nunca foi de bajulação nem de pretexto para ganância; Deus é testemunha. Nem buscamos reconhecimento humano, quer de vocês quer de outros” (I Ts 2.5-6) e “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus (Fp 2.3-5);
b)                          Aproveite a oportunidade de reconhecer o bom uso dos talentos de outra pessoa, seja por elogios ou por qualquer outro tipo de recompensa,  faça-o! Essa é uma forma de Louvar e Reconhecer Deus e a forma que Ele usa pessoas para executar suas obras e manifestar a Sua glória diante dos homens. Por exemplo, Jesus reconheceu publicamente a fé de uma mulher que creu que se tocasse no manto D’Ele seria curada (Mt 9.22), Ele também reconheceu publicamente quando uma mulher o ungiu com perfume muito caro (ato de bondade), descrito em Mateus 26.6-13; Jesus reconheceu a fé de um centurião (Mt 8.5-13 e Lc 7.1-10). Outros exemplos, Paulo reconheceu o amor dos que estavam em Éfeso (Ef. 1.15-16), a cooperação dos Filipenses e em especial Evódia, Síntique e Clemente (Fp 1.3-6 e 4.2-3) e tantos outros que foram reconhecidos.
c)                           Ao recebermos um reconhecimento, seja ele qual for, louvemos a Deus  pela graça de ter sido instrumento D’Ele. Mas, com o cuidado de não darmos vazão ao orgulho e a vaidade.

Bianca Bonassi Ribeiro





[1] Queda – termo bíblico que se refere ao evento caracterizado como pecado original, cometido por Adão e Eva, que impactou toda a humanidade, bem como toda a criação, conforme relatado em Gênesis 3.
[2] Parábola: história simples e sucinta, destinada a comunicar uma verdade espiritual, princípios religiosos ou uma lição moral; figura de linguagem na qual ilustra-se determinada verdade comparando-a com experiências cotidianas (YOUNGBLOOD, R.F.; BRUCE, F.F.; HARRISON R.K. Dicionário Ilustrado da Bíblia. São Paulo, Vida Nova, 2004, p.1076)



Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.
Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.

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