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Quem são as mulheres tolas de 2 Tm 3.6?

abril 23, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments



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FeminismoXBiblia

A teologia feminista. por Gerald Bray

abril 19, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments




O feminismo é mais um ramo de interpretação sociológica com potencial consideravelmente elevado para influenciar a intepretação da Bíblia feita pela igreja. Ele não era originalmente uma parte muito significativa da teoria sociológica ou ta teologia da libertação, mas emergiu em anos recentes à medida que as mulheres passaram a assumir cargos de liderança na igreja. A linguagem de “opressão” usada por teólogos da América do Sul tem sido adotada e adaptada a interesses feministas, às vezes de um modo um tanto impróprio. Do mesmo modo que na teologia da libertação, a teologia feminista começa com uma situação concreta. A maioria das pessoas concorda que o papel das mulheres na igreja foi subestimado ao longo dos anos e que as mulheres foram em certa medida discriminada pelos homens. Nesse caso, no entanto, a tendência de exagerar é muito maior que na teologia da libertação.
O relacionamento macho-fêmea é um problema universal, na opinião de feministas, e as mulheres sofrem discriminação tanto no Ocidente quanto no Terceiro Mundo. Além disso, essa discriminação é muitas vezes resultado de certa interpretação da Bíblia que na superfície parece ser bastante justificada. A teologia feminista diverge da maioria dos outros modelos desse tipo pelo de que ataca a Bíblia, bem como a igreja, e insiste na necessidade de mudança em ambas. A posição é expressa com grande clareza pelo teólogo J. L. Hardegree Jr. (1983):

... precisamos estar preparados para aceitar a realidade de aspectos da Bíblia com que discordamos. Um exemplo é a linguagem “másculo-centrada” e as atitudes “másculo-chauvinistas” gerais que encontramos na Bíblia. A Bíblia não pode ser perdoada nesse aspecto; ela precisa ser derrotada. Como isso deverá ser feito ainda não está inteiramente claro. Por enquanto, precisamos estar firmes em nosso argumento contra esses males ou limitações encontrados na Bíblia, por exemplo, recusando-nos a usar qualquer uma dessas passagens ofensivas em expressões litúrgicas sem repeti-las em uma linguagem que mostre plena valorização das mulheres bem como dos homens.

Essa abordagem levou a uma adulteração comum do idioma inglês, por causa do uso duplo possível para a palavra “homem”. No fundo disso está um equívoco a respeito do significado da linguagem que já causou grande confusão. Na Bíblia, substantivos e pronomes masculinos são usados para incluir os dois sexos – uma prática comum nos idiomas mundiais e que nunca foi considerada “sexista”. Em um nível mais sério, uma das razões às vezes apresentadas para continuar essa prática na igreja é que o uso de imagem feminina, fora do uso apenas como restritivo, tem a conotação de um culto de fertilidade. Também há o problema prático de que o Salvador do mundo era homem e de que a cristologia como a conhecemos não poderia funcionar de outro modo. Se Deus fosse fêmea e sua filha fosse o Messias prometido, como ela teria adquirido uma natureza humana? Não seria possível imaginar uma relação sexual entre José e a Mãe divina a não ser que ela também e encarnasse primeiro, mas isso destruiria a natureza singular da Filha. É impossível levar o feminismo às suas últimas consequências e ainda permanecer nos limites da fé cristã tradicional – conclusão prontamente valorizada por aqueles interessados em defender essa mesma fé cristã.
Da perspectiva feminista, a história bíblica deve ser interpretada como dois grande momentos – criação e redenção – em que mulheres e homens eram plenamente iguais. Após cada um deles, no entanto, as mulheres perderam sua igualdade em relação aos homens e decaíram em sua condição. No Antigo Testamento, isso foi conservado na Lei de Moisés e na vida cotidiana do povo. Observâncias religiosas eram uma exclusividade masculina, e somente homens continham o sinal da aliança, a circuncisão. O máximo que se fez para explicar isso foi dizer que Eva havia pecado primeiro e desencaminhado Adão no Jardim do Éden. A subordinação ao homem, portanto foi a punição da mulher (cf. 1 Tm 2.11-15).
No Novo Testamento, Jesus reestabeleceu a igualdade entre homem e mulher (cf. Gl 3.28), mas isso logo foi empurrado para o fundo por uma igreja dominada por homens e profundamente influenciada por algo chamado “patriarcado”, um termo sociológico que significa “dominação masculina”. (Observe a diferença entre o uso sociológico e o teológico desse termo; para um teólogo, “patriarca” é um termo de honra aplicado a Abraão, Isaque e Jacó ou aos líderes das mais importantes igrejas orientais). Tanto esse problema como o modo de confrontá-lo são esmiuçados por Elisabeth Schussler Fiorenza (1983):

O processo de patriarcalização e institucionalização não é um mero fato consumado, mas um movimento inicial em um “jogo de poder” continuo que requer uma análise sociológica e teológica para recuperar o fundamento bíblico e teológico para o lugar pleno da mulher na igreja de hoje. A igualdade sexual do movimento de Jesus e dos primeiros missionários cristãos precisa ser reafirmada por um modelo interpretativo igualitário que reconheça plenamente o conflito entre igualdade e hierarquia na igreja primitiva – uma batalha que foi reaberta em nossa época.

A crítica à teologia feminista geralmente é feita do seguinte modo:

1-       Ela é contrária ao que a Bíblia diz e ensina. Isso às vezes é admitido por defensores do feminismo, que argumentam que a Bíblia está errada nesse aspecto. Alguns feministas admitirão que o ensino bíblico era progressista no contexto da época (isso é especialmente verdadeiro a respeito de Jesus), mas tal realidade não é mais adequada. A Bíblia precisa ser atualizada e, sempre que necessário, substituída. Os defensores da autoridade bíblica, por mais que possam simpatizar com algumas das observações feitas por feministas, não podem segui-los nisso. O relato histórico permanece o que é, sejam quais forem os sentimentos de intérpretes modernos. Alterar isso arbitrariamente, até mesmo com a melhor das intenções, é ir contra o significado claro do texto e produzir outras distorções (como o problema cristológico mencionado acima).
2-      Ela não reconhece que o uso de linguagem masculina pela Bíblia não é exista, mas inclusiva. Pode ser difícil para algumas mulheres entenderem e aceitarem isso, mas não deixa de ser um fato e é um fato que faz sentido em seu contexto. Argumentar que as Escrituras têm um preconceito másculo-chauvinista ou que ela está repleta de “patriarcado” é impor um falso modelo a ela. O que a Bíblia realmente ensina é que homens e mulheres são completamente complementares uns aos outros. Como seres humanos, eles são tanto iguais como diferentes. A ideia feminista moderna de “igualdade” é um conceito unissex, que não é nem um pouco bíblico. Ao afirmar que não há nenhuma diferença significativa entre os sexos, os feministas correm o risco de destruir a sociedade humana reduzindo todas as pessoas ao conceito andrógino de “ser humano” ou “pessoa”.  
3-      Ela sujeitou a Bíblia completamente à sua própria agenda. A acusação muitas vezes feita contra a teologia da libertação é provavelmente ainda mais apropriada nesse caso. Um exemplo pode ser extraído do comentário de E. A. Judge (não é feminista) que escreveu (1972) sobre as mulheres nas igrejas paulinas:

Vale a pena observar a condição das mulheres que davam apoio a Paulo. Elas são claramente pessoas de certa independência e eminentes em seus círculos, acostumadas a receber pessoas e organizar suas próprias reuniões – se assim eram as reuniões com Paulo – como mais lhes parecia adequado.

O observador imparcial poderia pensar que Judge estava expressando uma visão elevada do papel da mulher na época de Paulo, mas não é o que pensa E. S. Fiorenza. Seu comentário (em Gottwald, 1983) sobre a observação de Judge é esta:

Essa interpretação equivocada reduz o papel influente das mulheres no movimento dos primeiros cristãos ao de donas de casa que têm permissão para servir café após as preleções de Paulo! Visto que os exegetas do Novo Testamento pressupõem que a liderança de certas comunidades cristãs estava nas mãos de homens, eles pressupõem que aquelas mulheres mencionadas nas cartas de Paulo eram colaboradoras e assistentes dos apóstolos, especialmente de Paulo.

É difícil não pensar que a interpretação de Judge por Fiorenza é perversa e ditada por uma agenda de que nem ele nem o Novo Testamento tinham consciência.
Fortemente ligada a isso está a questão do papel da mulher na liderança da igreja primitiva, e neste ponto a teologia feminista pode novamente exibir uma perversidade quase de tirar o fôlego. A escassez de referências à mulher em papéis de liderança no Novo Testamento pode ser explicada não como um fato da vida na época, mas como um reflexo dos propósitos polêmicos das cartas paulinas. A razão por que Paulo aparentemente não menciona mais vezes líderes do sexo feminino era a ausência de necessidade; elas não estavam causando os problemas com que ele estava tentando lidar. A restrição de termos como episkopos (bispo) e presbyteros (presbítero) a homens é o resultado de um preconceito posterior; como o uso de diakonos (diácono) demonstra, esses termos podiam se aplicar tão bem a mulheres quanto a homens. Novamente, a ausência de exemplos para evidenciar esse argumento é considerada fortuita e não significa nada.
Igualmente peculiares são as tentativas de fazer a palavra grega Kephale (1 Co 11.3) significar “fonte”, e não “cabeça”, quando o primeiro significado mal é atestado na literatura grega antiga e não se encaixa no contexto. Até mesmo o esforço de fazer a palavra grega authentein significar “dominar”, e não “ter autoridade sobre” (1 Tm 2.12), embora mais plausível, tem sabor de apelo especial. Qualquer que seja a evidência passível de ser produzida para defender essa ideia, o fato permanece que authentein nunca foi entendido desse modo, e também há pouca chance de um significado desse tipo vir à mente de alguém que conhece a posição feminista. Vale a pensa observar que The women’s Bible commentary [Comentário Bíblico das Mulheres] (1992) apresenta cautela quanto à ideia de “fonte”, embora de modo geral seja favorável a ela e não diga nada a respeito do significado alternativo de authentein. É um fato bem conhecido que a principal objeção teológica à liderança feminina na igreja se baseia no ensino das Cartas Pastorais e, assim, é extremamente importante para intérpretes feministas insistir na origem não paulina dessas cartas. Vale a pena citar em detalhes The women’s Bible commentary [Comentário bíblico das Mulheres] sobre esse ponto:

O autor apela às histórias da Criação como justificação para a subordinação feminina. Adão foi criado primeiro, então Eva; além disso, foi Eva, e não Adão que “foi enganada e caiu em transgressão”. A expressão grega sugere que o autor pode estar apelando a uma tradição judaica em que a serpente seduz (não simplesmente “engana”) Eva. Se esse é o caso, seu pecado é sexual. Paulo também usa a criação anterior de Adão para defender a subordinação da mulher (1 Co 11.8,9). No entanto, de acordo com Paulo, Adão, o primeiro humano, cometeu o primeiro pecado – desobediência (Rm 5.12-21). Além disso, os cristão são uma nova criação em que o pecado é derrotado e não há “homem nem mulher”(Gl 3.28). Para Paulo, a subordinação de mulheres a homens fazia parte da antiga ordem da criação, mas não era parte da nova criação em Cristo. Assim, o autor das Pastorais contradiz Paulo e outras compreensões cristã primitivas.

Não é difícil demonstrar a função do apelo especial na citação acima. Pode ser que o autor esteja apelando a uma tradição judaica, mas isso de modo algum é certo, e evidência alguma é fornecida para defender essa afirmação. A referência a Romanos 5 é aplicada aqui de modo bastante perverso; é verdade que Adão é considerado responsável pelo primeiro pecado, mas isso certamente não remove o papel de Eva e de modo algum contradiz o que está sendo afirmado em 1 Timóteo. Por ultimo, a interpretação de Gálatas 3.28 está simplesmente errada. Paulo não diz que o pecado havia sido derrotado de tal modo a abolir qualquer distinção entre homens e mulheres; não é disso que trata Gálatas 3.28. tudo que ele disse foi que, em Cristo, toda a raça humana tem um Salvador comum, de modo que nesse nível as distinções do tipo homem-mulher não importam.
Talvez o maior problema com a interpretação bíblica feminista seja que tantas mulheres tomam a crítica a ela como algo pessoal. Negar o tipo de coisa que The women’s Bible commentary (O comentário bíblico das mulheres] está afirmando muitas vezes é entendido como um ataque à mulheres como tais, o que não é verdade. Infelizmente, não há como negar que a teologia feminista muitas vezes envolve um comprometimento emocional por parte dos que a praticam, o que está ausente em outros tipos de teologia. Isso é uma pena, pois dificulta qualquer tipo de crítica e expõe a igreja ao perigo de que uma posição teológica falsa seja aceita simplesmente porque não fazê-lo ofenderia metade de seus membros. Talvez nunca antes na história da igreja a interpretação da Bíblia esteve exposta a um perigo tão sutil e onipresente como esse.

Gerald Bray

Extraído do livro: História da Interpretação Bíblica. Ed. Vida Nova. p. 525-530.
Publicado com permissão.






Para saber mais sobre o livro, click no link abaixo:

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Feminilidade,

O joguinho do “E se...”. por Nancy DeMoss Wolgemuth

abril 17, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments





Há alguns anos atrás conversei com uma jovem mãe de gêmeos de dois anos de idade. Suspirando, ela disse: “Eu nunca fui uma pessoa impaciente – até os gêmeos nascerem!”
Esta mulher acreditava no que a maioria de nós acredita em um momento ou outro – que somos o que somos por causa das circunstâncias.

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NancyLeighDeMoss

Perdoada, Perdoando e Livre! por Nancy DeMoss Wolgemuth

abril 10, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments




Há algum tempo atrás, numa conferência, uma mulher veio ao microfone e contou como, catorze anos antes, sua filha, já adulta, havia sido perseguida e depois cruelmente assassinada por um homem. A mulher virou-se para mim em frente de toda a congregação e começou a abrir seu coração. “Tenho odiado este homem há catorze anos e agora você me diz que tenho que perdoar?” ela perguntou. Com sofrimento, ela questionou: “Como posso perdoá-lo? Como?”

Os detalhes de cada uma das nossas vidas são diferentes, mas vez ou outra nos fazemos esta pergunta: Como posso perdoar?
Vamos dar uma olhada em algumas percepções bíblicas sobre a questão do perdão.
Todos São Feridos  
Em primeiro lugar, temos que perceber que todos serão feridos. É inevitável. Não há como impedir.
Você pode ter sido ferida por um amigo de confiança que mentiu pra você. Você pode ter sido ferida por um professor na escola ou na faculdade que lhe envergonhou na frente da turma. Você pode ter sido ferida por um pai ou mãe que era cruel, abusivo ou que não sabia como expressar amor. Ou pode ter sido alguém que machucou seus filhos.  Talvez seja um filho ou filha que se rebelou e voltou-se contra você.  Quem sabe foi um empregador que agiu incorretamente contra você ou um amigo. Ou ainda alguém que roubou sua inocência moral e usou você sexualmente de modo que era pecaminoso e inadequado. Você pode ter sido ferida por seu marido, que quebrou os votos de casamento e não foi fiel a você. A lista de feridas em potencial é interminável.
Em muitos casos, a dor vem da raiva. Já foi dito que o animal mais perigoso é o animal ferido. Eu penso que esta é uma boa imagem do que estamos vendo nos lares, nas comunidades e nas escolas hoje. As pessoas que foram feridas instintivamente tendem a ferir as outras.
As mulheres hoje falam do quanto estão zangadas – com os maridos, com os filhos, com o pastor e, por fim, com Deus. Tais feridas, guardadas e protegidas, tal amargura armazenada, transformou-se em raiva, ódio, vingança e, às vezes, violência.
Embora não possamos evitar sermos feridos, a coisa importante a lembrar é que o resultado de nossas vidas não é determinado pelo que acontece conosco. Nada que alguém lhe fez ou fará pode determinar o que você se tornará. O que foi feito pode afetar sua vida, mas não pode determinar o resultado de sua vida. O resultado das nossas vidas não é determinado pelo que acontece conosco, mas sim por como respondemos ao que acontece conosco.
Duas Maneiras de Responder às Feridas
A primeira maneira de responder e a maneira que a maioria das pessoas escolhe é o que chamamos de tornar-se um cobrador de dívidas. A mentalidade do cobrador de dívidas é: “Esta pessoa me fez mal; ela me deve, então vou mantê-la refém e colocá-la na prisão dos devedores até ela me pagar.” Esta maneira de responder leva ao ressentimento, amargura e ira – este é o caminho da retaliação. É aí que muitos vivem suas vidas hoje. O caminho da retaliação é um desejo secreto e sutil de vingança. Nós não podemos retaliar com armas, mas o fazemos com olhares, atitudes e palavras.
Por fim, estas sementes de amargura e ressentimento provavelmente crescerão e produzirão uma colheita múltipla, não apenas na sua vida, mas também na vida dos seus filhos e dos filhos deles e da geração seguinte.
A segunda maneira de responder é escolher liberar o ofensor da prisão. Nós escolhemos perdoar, não porque o ofensor merece ser perdoado ou pediu isso, mas por causa da graça de Deus, derramada sobre nós, que então podemos derramar sobre os outros. Este é o caminho para a reconciliação.
Nosso Deus é um Deus de reconciliação. Ele tomou a iniciativa de se reconciliar conosco. Nós éramos seus inimigos, estrangeiros, pecadores. Nós odiávamos a Deus. Não buscávamos a Ele. Não procurávamos por Ele, mas Ele veio nos buscar como o cão de caça celestial, atrás dos nossos corações, atrás da reconciliação. E Ele nos chama, em Seu nome, para iniciar a reconciliação em nossos relacionamentos.
O Que É Perdão?  
O perdão não é um sentimento. É uma escolha, um ato da vontade. Se eu esperar até que sinta vontade de perdoar, antes de fazê-lo, pode ser que nunca perdoe. Nós não devemos esperar por nossas emoções mas, sim, escolher obedecer a Deus. Então, no tempo certo, Deus fará com que nossas emoções alcancem as escolhas certas.
Segundo, Deus nos ordena que perdoemos, independente dos nossos sentimentos e do que foi feito contra nós. Em Marcos 11.25, Jesus nos diz “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados".

Se tiverem alguma coisa contra alguém”— isso inclui basicamente toda e qualquer ofensa, não é? Quando você vier ofertar suas orações a Deus, antes de orar, se tiver algo contra qualquer pessoa, há um passo que precisa ser dado antes: perdoar. Jesus disse que devemos perdoar para que nosso Pai celestial possa perdoar nossos pecados.
Terceiro, perdoe como Deus nos perdoou pelas maneiras com que pecamos contra Ele. Como Ele nos perdoou por tirar a vida de seu Filho? O Salmo 103.12 diz “e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.” Ele não lida conosco conforme merecemos devido aos nossos pecados; pelo contrário, lida com misericórdia e bondade. Sua misericórdia para conosco é infinita, incondicional, completa e imerecida.
O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. É assim que Deus nos perdoa. Ele não esperou até que merecêssemos para conceder perdão. Ele nos perdoou antes que pensássemos em buscá-lo.
Já que o Seu perdão, estendido a nós, é infinito, incondicional e excelente, esta é a medida de perdão que podemos estender aos outros. A pessoa que não é cristã não tem realmente capacidade de perdoar; a pessoa que nunca experimentou o amor e o perdão de Deus. Mas se você é um filho de Deus, se você foi lavado pelo sangue de Jesus, se você experimentou Seu perdão, então você pode ofertar o mesmo perdão aos outros.
Em quarto lugar, o perdão é uma promessa. É uma promessa de nunca trazer tal pecado diante do ofensor outra vez – nem pra Deus, nem pra ele, ou pros outros. É uma promessa de limpar a ficha do ofensor.
Eu não sei muito sobre computadores. Mas uma coisa que eu aprendi do modo mais difícil foi o significado da tecla “delete”. Eu já tive a triste experiência de passar um tempão trabalhando num documento e então apertar a tecla delete por acidente. O que aconteceu com o documento? Sumiu. Perdoar é apertar a tecla delete. É limpar a ficha daquele que pecou contra nós.
Agora, isso não quer dizer que a pessoa nunca pecou. Apenas quer dizer que você está zerando a história, de modo que ela não lhe deve mais nada por causa destes pecados. Você está prometendo nunca jogar isso na cara da pessoa de novo.
Como posso esperar que o mundo acredite que a graça de Deus é tão maravilhosa e tão disponível se nós, que afirmamos ter sido perdoadas, nos recusamos a perdoar os outros? Nossa falta de perdão rouba a nossa credibilidade. Não é de se admirar que as pessoas não estejam batendo nas nossas portas para entrar nas nossas igrejas. Elas nos conhecem. Elas trabalham conosco, moram perto de nós. E escutam o modo como falamos sobre aqueles que feriram os outros e que nos feriram. Também ouvem a amargura, raiva e ressentimento que vêm à tona quando tais nomes e situações surgem. Elas não veem em nós a graça e o perdão de Deus. Consequentemente, estas pessoas não têm nenhum interesse no que oferecemos.
Sem perdão, você e eu não somos muito diferentes do mundo não crente. Eu acredito que quando começarmos a demonstrar o perdão bíblico, nossa mensagem finalmente se tornará crível para o nosso mundo.

Nancy Demoss Wolgemuth


Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com. 
Traduzido com permissão. 
Título original:  Forgiven.
Tradução: Viviane Andrade





Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 



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BiancaBonassiRibeiro

Recado aos sonhadores. por Bianca Bonassi Ribeiro

abril 05, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments



O objetivo desse texto é encorajar sonhadores, além de promover e despertar novos sonhos. Entretanto, esse artigo, também tem o foco de provocar uma auto-avaliação de cada sonho, no intuito de saber se ele está dentro da vontade de Deus.
Em primeiro lugar, é necessário definir a palavra sonho dentro do contexto em que esse artigo se propõe apresentar. Portanto, para simplificar esse processo vamos ao dicionário Michaelis[1]:
Sonho: palavra oriunda do latim somnium, que possui vários significados. Dentre eles, conjunto de pensamentos, imagens, ideias e fantasias que se experimenta enquanto dorme. No entanto, o mesmo dicionário apresenta o sentido figurado da palavra, que é um desejo vivo, intenso, veemente e constante. Um ideal ou ideia dominante que se persegue com interesse e paixão.
Sendo assim,  para esse artigo o sentido figurado de sonho é o que será usado. O que popularmente chamamos de sonho, nada mais é do que um forte desejo. Sendo assim, a Palavra de Deus tem muito a nos ensinar sobre esse tema.
Um segundo ponto importante, trata-se de saber distinguir duas diferenças do termo desejo, porque isso facilitará a compreensão do enfoque desse estudo. Por exemplo, quando dizemos que estamos com desejo de tomar sorvete não se trata de um sonho, mas de uma vontade imediata. Por outro lado, quando desejamos fazer um curso de graduação, por exemplo, esse anseio pode ser considerado um desejo do tipo sonho, pois demanda esforço, ação continuada, planejamento, finalização de etapas, além de recursos intelectuais, físicos e monetários. Por isso, muitas pessoas desistem ou nem tentam realizar sonhos.
Os meus pais tinham o sonho de ver os quatro filhos deles formados na faculdade. Isso era muito importante para eles e desde muito pequena me lembro do quanto eles valorizavam os estudos. Boa parte de nossa vida escolar (minha e de meus irmãos) foi em colégio público, mas assim que a situação financeira melhorou, meus pais nos colocaram em escola particular. O esforço deles em nos fazer querer estudar foi tão grande, que os quatro filhos não só finalizaram a graduação, mas continuaram a estudar depois de terminarem o bacharelado. Isso porque nós, os filhos, passamos a ter nossos próprios sonhos quanto aos estudos. Me lembro de fazer três vezes a prova para o mestrado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, até que na terceira tentativa fui aprovada. Até hoje ainda tenho sonhos com relação aos estudos!
Na vida de um cristão, Deus o convida, o estimula a sonhar, mas sempre dentro da vontade D’Ele.  “Pois é Deus que efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.13). Isso nos leva a entender que não é todo e qualquer sonho que automaticamente está dentro da vontade do Pai. Por isso a necessidade de analisar nossos sonhos à luz da Palavra de Deus. Também é imprescindível ter em mente que o Realizador de Sonhos é Deus e não nossos próprios esforços. Por outro lado, esse Realizador de Sonhos nos permite participar do processo com a finalidade de crescermos no conhecimento e dependência D’Ele. Em outras palavras, Deus em sua soberana graça, nos permite tomar decisões em busca dos nossos sonhos. Um outro ponto a ser ressaltado é o fato de que o caminho para a realização dos sonhos é, em geral, difícil e doloroso.
O trajeto, percurso para a realização de sonhos pode ser um instrumento de santificação que nos aproxima de Deus e faz com que aprendamos submissão, humildade e confiança em N’Ele. Ao mesmo tempo tem o objetivo de produzir alegria e glórias a Deus quando finalmente o Realizador de Sonhos nos permite alcança-lo.
Como exemplo desse árduo caminho em direção à realização de um sonho, a Palavra de Deus apresenta, o sonho de ir à Roma, do apóstolo Paulo. A trajetória de Paulo, em busca desse sonho, tem me ensinado e encorajado  muito.
Paulo, era um visionário focado em pessoas. Depois de sua conversão ele viajou por várias cidades para apresentar o caminho para salvação eterna, por meio do sacrifício de Jesus, na cruz. Em determinado momento ele sentiu o desejo de visitar Roma, para que ali tivesse um tempo de refrigério e pudesse fortalecer os cristãos daquele lugar (Rm 15.23-24). Entretanto, Paulo embora tenha tentado ir à Roma muitas vezes, foi impedido de faze-lo e esse impedimento ocorreu por parte do Realizador de Sonhos. Isso ficou evidente na carta que ele escreveu aos romanos:
Deus, a quem sirvo de todo coração pregando o evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como sempre me lembro de vocês em minhas orações; e peço que agora, finalmente, pela vontade de Deus, seja-me aberto o caminho para que eu possa visita-los[...]Quero que vocês saibam, irmãos, que muitas vezes planejei visita-los, mas fui impedido até agora (Rm 1.9-13a – grifo meu).
Esse texto possui grandes ensinamentos a nós sonhadores. Primeiro, Paulo vivia para obedecer a Deus e isso lhe dava segurança de que o seu sonho não conflitava com os planos de Deus, ou seja, tratava-se de algo apropriado à sua trajetória de vida com Deus. Portanto, sonhos não são projetos loucos que nada tem a ver com o curso natural e contexto de nossas vidas. Segundo, Paulo era submisso à vontade do Realizador de Sonhos, isso porque ele pedia a Deus que o caminho lhe fosse aberto, também entedia que se ele ainda não tinha realizado o sonho é porque Deus o havia impedido. Assim, devemos ser humildes e submissos diante da soberania de Deus em conduzir nossas vidas, podemos e devemos pedir que o caminho seja aberto, mas entender e aceitar quando isso não acontece. Terceiro aprendizado, Paulo planejava, ele tomava decisões em busca da realização do seu sonho. Isso mostra que ele fazia o possível, buscava as oportunidades para que o sonho pudesse acontecer, quando as portas se fechavam não era negligência dele, mas a soberana vontade de Deus. Diante disso, nós temos a responsabilidade de agir, porque o Realizador de Sonhos é o responsável por abrir ou fechar as portas.
Após muitos anos, Paulo realizou o sonho de ir à Roma, mas isso aconteceu depois de um longo e sofrido percurso e de uma forma inusitada, até mesmo para Paulo. O trajeto da realização desse sonho passou por muitas etapas desde as primeiras tentativas até a realização final.
Quando Paulo escreveu a carta aos Romanos dizendo que já tinha tentado visita-los, mas tinha sido impedido, ele estava na Grécia. No entanto, Paulo foi conduzido, por Deus, a voltar à Jerusalém (Rm 15.25). Humanamente pensando, era mais fácil viajar da Grécia para Roma, a distância é menor, mas o Realizador de Sonhos não pensa como seres humanos! Aprendemos então, que Paulo, estava mais interessado em obedecer a Deus do que realizar seu sonho.
Ao chegar em Jerusalém, Paulo, o servo obediente, foi recebido com alegria pelos irmãos em Cristo (At 21.17), mas havia pessoas que o odiavam e injustamente o acusaram, o que resultou em seu aprisionamento por parte do governo romano (At 21.27-35). Na prisão, Paulo recebeu o seguinte encorajamento de Deus: “Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma” (At 23.11b). Humanamente pensando, com Paulo preso, não conseguimos visualizar essa possibilidade, porém, Paulo confiou na Palavra de Deus. Podemos aprender que foi na prisão, onde as circunstâncias eram completamente contrárias à realização do sonho, o lugar que Deus escolheu para lhe dizer que o sonho seria realizado.
A história continuou e depois de alguns dias Paulo foi transferido para a cidade de Cesaréia, onde permaneceu preso por dois anos, conforme o relato contido nos capítulos de Atos 23, 24, 25 e 26. Durante esse período preso em Cesaréia, Paulo teve a oportunidade de anunciar o caminho da salvação em Cristo Jesus para muitas pessoas de todas as classes sociais e níveis hierárquicos. Paulo entendia que viver para Cristo era mais importante que realizar seu sonho. Um novo aprendizado aos sonhadores de hoje, enquanto esperamos que o Realizador de Sonhos abra as portas, precisamos viver para Cristo, sendo sal e luz onde Ele nos coloca.
Finalmente o dia da viagem chegou e Paulo teve o privilégio, mesmo preso, de viajar em companhia de alguns grandes amigos (At 27.1-2). Entretanto, as dificuldades ainda persistiram, durante todo o trajeto de navio entre Cesaréia e Roma foram 8 paradas em cidades diferentes, mau tempo, uma tempestade que resultou num naufrágio, escassez de comida e uma picada de cobra, até que finalmente, ele chegou como prisioneiro que aguardava julgamento em Roma (At 27 e 28). Pouco antes do naufrágio, provavelmente quando ele já estava quase desacreditando de que o sonho de ir à Roma fosse mesmo realizado, o Realizador de Sonhos enviou uma mensagem de encorajamento: “Paulo, não tenha medo. É preciso que você compareça perante César; Deus, por sua graça, deu-lhe a vida de todos os que estão navegando com você” (At 27.24). Mais uma vez, um grande aprendizado a nós sonhadores. O caminho para realização de sonhos passa por grandes dificuldades, mas em todas elas temos na Palavra de Deus a força para prosseguir e o encorajamento para nos animar.
Com esse artigo, espero que continuemos a sonhar na certeza de que o Deus de Paulo também é o nosso Deus. Na certeza de que se sonharmos os sonhos de Deus, apesar das dificuldades Ele abrirá as portas e nos fará crescer em santidade. Tudo para que rendamos glórias ao nosso eterno Pai e Senhor Jesus Cristo!
Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro (Jr 29.11).

Amém!    

Bianca Bonassi Ribeiro
[1] www.michaelis.uol.com.br


Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.
Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.

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