NelsonGalvao,

É possível ser sincero, mas errado? Parte 3. por Nelson Galvão

agosto 31, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


Vimos no primeiro artigo desta série que “sim”, é possível ser sincero, mas estar errado. Vimos que o próprio Saulo era um homem sincero, mas errado.
Vimos também que a única forma do sincero, mas errado ser transformado através da percepção de seu erro é através do encontro com a verdade, Jesus Cristo.
Nesse último texto desta série veremos que quando Jesus se encontra conosco Ele usa pessoas comuns, mas fiéis à Palavra, para nos ensinar a verdade.
Em At 9.10 ss, o relato de Lucas nos informa que o Senhor comissionou Ananias para ir ao encontro de Paulo. Ao impor-lhe as mãos, Paulo recuperaria a visão. Isso é curioso! Por que? Por que Ananias? Por que o próprio Senhor não lhe curou? Se voltarmos à narrativa veremos que Jesus ao manifestar-se à Paulo se apresentou como aquele a quem Paulo perseguia. Com isso, Jesus se identificou com a Sua Igreja. Perseguir a Igreja era perseguir a Jesus. Agora, Jesus envia seu discípulo para ministrar cura ao ex-perseguidor. Através de Ananias, a Igreja, comissionada por Cristo, mostrava ao ex-perseguidor a verdade.
É incrível o que aconteceu com Paulo na ocasião da visita de Ananias! Perceba o ritmo da narrativa:  “lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado. E, depois de ter-se alimentado, sentiu-se fortalecido. Então, permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos” (Lc 9.18,19 – grifo meu). Ele tornou a ver, foi batizado e tornou-se um discípulo! Cristo se alegra em usar seus discípulos, pessoas comuns, para levar à verdade aqueles que estão no erro.
Poderíamos citar também Apolo, que na ocasião em que chegou a Éfeso, lá estava Priscila e Áquila para lhe expor com mais precisão o caminho de Deus (At 18.26). Deus também usou a mãe e a vó de Timóteo para instruí-lo na fé (2 Tm 1.5). Poderíamos citar tantos e tantos outros discípulos de Jesus que têm sido usados pelo Senhor para orientar às pessoas sinceras, mas erradas.
Isso nos leva a entender que a igreja é o corpo vivo de Cristo, onde discípulos de Jesus instruem-se mutuamente. Em Efésios, Paulo diz que Deus levanta na igreja pessoas com diversos dons, e isso com vistas ao aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12).
Esse é um dos motivos que não consigo concordar com o conceito de “desigrejados”! A fé cristã não é individualista. Somos individualmente salvos, mas imediatamente inseridos na coletividade do corpo de Cristo. Perceba que Ananias chamou Paulo de “irmão”. Pertencemos ao corpo e nele somos instruídos, exortados, edificados e aperfeiçoados uns pelos outros. Nesse contexto, o sincero, mas errado, é instruído pelo aconselhamento, centrado na Bíblia, de outros irmãos. Sendo assim, procure uma igreja centrada na Bíblia, procure um grupo de estudo bíblico que o ajude a entender melhor as Escrituras, procure um Ananias que o instrua na Palavra de Deus e o auxilie na verdade.
A comissão de Ananias para ajudar a Paulo também me leva a pensar no quanto precisamos de pessoas devidamente dispostas a instruir a outros no caminho do Senhor. Sim, existem inúmeras pessoas que realmente estão dispostas, mas dispostas a afastar ainda mais os outros da Palavra de Deus. É aquele conselho que diz para a amiga se divorciar mesmo porque esta merece ser feliz, ou aquele que dar dicas seculares para a educação de filhos, ou aquele que relativiza a ética nas relações de trabalho. Quantas pessoas tenho aconselhado que têm dito: “puxa pastor, como eu precisava que alguém dissesse isso para mim antes!”
Pense comigo: quantos sinceros, mas errados você tem discipulado? Vamos fazer um teste rápido. Só você vai saber o resultado do teste! Responda para si mesmo as perguntas abaixo:

· Quem está na igreja, mas não entendia ao certo quem é a pessoa de Jesus e Sua obra e depois que você o orientou biblicamente mudou a perspectiva?
· Quem você está aconselhando que estava à beira do divórcio e tem desistido da ideia depois que você começou a instruí-lo biblicamente?
· Qual casal educava de maneira errada seus filhos e repensou sua prática depois que você o instruiu biblicamente?
· Que jovem deixou um namoro promíscuo porque você o instruiu biblicamente sobre como deve ser o namoro cristão?  
· Qual jovem tem pensado em ministério depois que você passou a orientá-lo vocacionalmente?
· Quem deixou a prática da maledicência depois que você a exortou de acordo com as Escrituras?

Se isso nem de longe descreve a sua experiência, talvez você precise considerar a possibilidade de você mesmo ser um sincero, mas errado.

Nelson Galvão
Sola Scriptura


Consulte aqui o demais textos desta série:

É possível ser sincera, mas errado? parte 2
É possível ser sincero, mas errado? parte 1



Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
É pastor interino da Igreja Batista Sião (São José dos Campos-SP) e atua como diretor acadêmico do ministério Pregue a Palavra. 
Atua ainda como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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BiancaBonassiRibeiro,

O processo consciente de confiar. por Bianca Bonassi Ribeiro

agosto 29, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


Acredito que o principal objetivo desse texto é, em parte, estimular a compreensão e a conscientização da grandeza que permeia o processo de confiar.
Não há dúvida de que o verbo confiar está presente em nosso dia a dia e que a maioria das pessoas aprendem, pelo senso comum, o sentido tanto de confiar quanto de seu substantivo, confiança. Mas, até que ponto nos apropriamos do real significado de algo tão profundo? E ainda, qual o impacto de tamanho entendimento?
Ao realizarmos uma breve pesquisa sobre o significado de confiar nos deparamos com as seguintes definições no dicionário[1]: a) deixar (alguém ou algo) sob cuidado ou guarda de outrem; entregar; b) atribuir (a alguém ou a algo) o encargo de realizar uma ou mais tarefas; encarregar; incumbir; c) acreditar na honestidade, na bondade, na sinceridade e na fiabilidade de alguém; crer; d) revelar algo (informação sigilosa, segredo) a alguém; segredar.
A origem etimológica[2] do verbo confiar remete ao latim con fides que quer dizer, com fé. Sendo assim, a confiança é uma demonstração de fé. Quando a Bíblia nos convoca a confiar em Deus, somos instigados a compreender a dimensão desse ato de fé. Isso porque confiar implica em: a) nos deixar sob o cuidado de Deus; b) atribuir a Deus o encargo de realizar tarefas que estão além da nossa esfera de atuação; c) acreditar (crer) na honestidade, na bondade, na sinceridade e na fiabilidade de Deus; d) revelar aos outros, que Deus é Senhor em nossas vidas.
Em geral, somos desafiados a confiar em Deus em situações difíceis, complicadas e desconfortáveis. Quando as circunstâncias são humanamente incontroláveis nos conscientizamos de que precisamos desesperadamente de Alguém em quem confiar. E, por isso, Deus em sua infinita misericórdia nos deixou muito encorajamento em sua Palavra para que coloquemos nossa confiança N’Ele.
Frequentemente, a nossa confiança em Deus é testada e somos aprovados se, ao invés de confiar em forças humanas,  confiamos em Deus, mesmo quando isso significa não entender, pela nossa lógica, qual o propósito imediato para nossas vidas. Por outro lado, somos desaprovados se, ao invés de confiarmos em Deus, nos guiamos pelo que vemos, pois isso retrata a nossa desconfiança em Deus.
O significado de desconfiar é apresentado no dicionário[3] como: a) presumir algo como verdadeiro; conjeturar, imaginar, supor; b) deixar de ter confiança; duvidar; suspeitar; c) mostrar-se desconfiado; recear; d) melindrar-se com facilidade; amuar-se; enfadar-se; e) perder o ânimo; desacreditar; desanimar; desesperançar.
Ao desconfiarmos de Deus cometemos pecado de incredulidade. Isso porque, em primeiro lugar, presumimos ou imaginamos que Deus não age para nosso bem. Em segundo plano, duvidamos ou suspeitamos que Deus é bom e em terceiro lugar, duvidamos ou receamos que Deus não tem o controle da situação. Por fim, nos melindramos pela circunstância de sofrimento e perdemos o ânimo, a esperança por desacreditarmos na soberania, bondade e cuidado de Deus. Essa atitude revela aos outros que Deus não é digno de confiança.
A partir do momento em que nossa confiança em Deus cresce, as provações também aumentam, porém Ele nos fornece provas inesgotáveis, em sua Palavra, para que descansemos N’Ele. Assim, somos transformados mais e mais à imagem de Seu Filho, Jesus Cristo.
O quadro abaixo foi desenvolvido com alguns versículos bíblicos que alimentam a nossa confiança em Deus. Esse quadro não apresenta a extensa lista de versículos que nos ensinam a confiar em Deus, mas tem o intuito de refrescar nossa memória sobre a importância desse ato de fé.
É melhor buscar refúgio no Senhor do que confiar nos homens. É melhor buscar refúgio no Senhor do que confiar em príncipes.
Sl 118-8-9
Que ele não se iluda em confiar no que não tem valor, pois nada receberá como compensação.
Jó 15.31
Parem de confiar no homem, cuja vida não passa de um sopro em suas narinas. Que valor ele tem?
Is 2.22
Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em Ti.
Sl 56.3
Para que você confie no Senhor, a você hoje ensinarei. Já não lhe escrevi conselhos e instruções, ensinando-lhes palavras dignas de confiança, para que você responda com a verdade a quem o enviou?
Pv 22.19-21
Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento.
Pv 3.5
Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-Poderoso pode dizer ao Senhor: “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, meu Deus, em quem confio”.
Sl 91.1-2
Vocês que temem ao Senhor, confiem no Senhor! Ele é o seu socorro e o seu escudo.
Sl 115.11
Portanto, volte para o seu Deus, e pratique a lealdade e a justiça; confie sempre no seu Deus.
Os 12.6
Mas bendito é o homem cuja a confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.
Jr 17.7
            Imagino que para a maioria de nós, o exercício de confiar em Deus é algo muito difícil. Porém, gostaria de encorajá-lo a depositar sua confiança no Deus de detalhes, que orquestra cada dificuldade (grande ou pequena) para nos ensinar e assim, exercitar a nossa dependência N’Ele.
          
 Bianca Bonassi Ribeiro



[1] Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em www.michaelis.uol.com.br - acesso em 19/08/2017
[2] Dicionário Etimológico: etimologia e origem das palavras. Disponível em www.dicionarioetimologico.com.br - acesso em 19/08/2017.
[3] Idem 1






Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.
Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.



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Serie

Tornando-se uma mulher de discernimento. PARTE 3. por Nancy Demoss Wolgemuth

agosto 24, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments



"Ela o agarrou, beijou-o e lhe disse com atrevimento:" (Provérbios 7:13)                                             
             Esta é uma imagem familiar demais em nossa cultura, onde as mulheres vêm sendo treinadas para serem as agressoras nos relacionamentos com os homens. Poucas mulheres hoje em dia tem ideia do que está errado em ser a que dá o primeiro passo. Por que as meninas não podem telefonar para os meninos? Por que não podem convidar os rapazes para um encontro? Elas nunca foram ensinadas acerca da beleza da ordem criada por Deus. Até nossa fisiologia nos ensina que Deus criou o homem para iniciar e a mulher para responder. O jeito que Satanás tem de fazer as coisas é o plano contrário ao de Deus. Temos a responsabilidade de ensinar aos homens e mulheres mais jovens quais são os caminhos de Deus quanto a este assunto.
            A mulher tola nesta passagem aproxima-se de sua presa com uma saudação ousada. Ela se joga para este homem – física e verbalmente. Ela evidencia a falta de discernimento e restrição que é tão comum entre os homens e mulheres hoje. Até mesmo nas igrejas não é incomum ver mulheres jogarem casual e descuidadamente seus braços ao redor dos homens. Tal comportamento pode não ter intenção imoral, mas é tolo. Na melhor das hipóteses, remove restrições apropriadas que deveriam existir entre os homens e as mulheres; na pior das hipóteses, pode levar a pecados graves contra Deus.

            “Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos. Por isto saí ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei.” (vv14-15)
                                                                                                                  
Esta mulher tola disfarça seu comportamento agressivo e sedutor em uma conversa espiritual. Sua atividade religiosa é, na verdade, um disfarce para o seu coração imoral. Ela pode estar tentando compensar sua culpa através do que faz na igreja. Muitas mulheres nas nossas igrejas hoje são ativas no ministério e estudo bíblico; elas saltam de uma conferência para outra. Outros podem pensar que são espirituais e sinceras, mas estão acobertando seus corações tolos e comportamento impuro.   
        Provérbios fala de um homem que está à beira da ruína “no meio da congregação” (5.14). Até mesmo no meio dos relacionamentos e atividades da igreja, podemos cair em grande pecado.
Ela alimenta o ego deste jovem tolo; ela atende sua necessidade de admiração e ele se sente necessário e valorizado. Qual é o homem cuja necessidade de admiração ela deveria estar alimentando? A do seu marido! Quando ela derrama sua admiração sobre outro homem, ela abastece seus sentimentos de descontentamento para com seu marido e intensifica a sensação de que está vivendo um casamento sem amor e vazio.

“Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.” (vv.16.17)

Esta mulher está consumida por valores físicos e temporais ao invés daqueles que duram para sempre. Ela atrai este jovem para dentro de um relacionamento inapropriado descrevendo a natureza erótica do seu quarto. É claro, não haveria nada de errado em criar uma atmosfera romântica em seu quarto para satisfazer seu marido. Mas é claramente errado fazer isso por um homem que não seu marido.
A mulher tola é indiscreta – ela fala livremente sobre assuntos íntimos que deviam ser reservados para conversas com seu marido. Um dos aspectos mais desconcertantes dos escândalos sexuais que são tão divulgados ao longo dos últimos anos, é a conversa aberta sobre questões particulares que são esparramadas na mídia. Linguagem sexual explícita que antes era considerada inapropriada fora do quarto agora tornou-se parte do nosso vocabulário diário. Apresentadores, jornalistas e blogueiros parecem orgulhar-se em explorar e expor assuntos particulares. Quanto mais íntimo o assunto, mais a audiência quer ouvir. Precisamos ensinar às mulheres jovens que há coisas sobre as quais você não fala com pessoas que não sejam íntimas. De fato, há questões pessoais entre marido e mulher que não deveriam ser discutidas nem com outras mulheres.

“Vem, saciemo-nos de amores até à manhã; alegremo-nos com amores.” (v.18)

           A mulher tola não compreende a natureza do amor verdadeiro. Amar de verdade é dar, não é receber. Já foi dito: o amor pode sempre esperar para dar, mas a luxúria não pode esperar para receber. Ela não dá; ela recebe. Busca gratificação imediata, apesar do fato de que as delícias deste fruto proibido só durarão “até a manhã”. Ela não consegue pensar nas consequências de longo prazo de suas escolhas. Como resultado disso, ela coloca a si mesma e a outros no risco de uma falha moral. Tal mulher está disposta a sacrificar seu próprio casamento e integridade, bem como o bem estar e o futuro de outros, a fim de sentir um gosto breve do fruto do “amor” ilícito.
            De que maneiras você tem sacrificado ganhos de longo prazo no altar da auto-gratificação imediata? Pode ser que você não seja a pessoa que vai jogar seu casamento fora por uma noite de amor com outro homem. Mas pode ser que você esteja cuspindo palavras duras e raivosas que lhe conferem alívio temporário, mas destroem o espírito de seu companheiro e filhos. Talvez você saiba o que é mergulhar na comida que deseja apenas pelo prazer momentâneo que ela lhe traz. Ou ainda que se deleite no seu ressentimento, saboreando o pensamento de ferir àquele que te machucou profundamente.

            “Porque o marido não está em casa; foi fazer uma longa viagem; levou na sua mão um saquitel de dinheiro; voltará pra casa só no dia marcado.” (vv 19-20)

            O marido dela está fora da cidade numa viagem de negócios e ela pensa que ninguém saberá de seu pecadinho secreto. Mas ela esquece que há Aquele que sabe de tudo – El Roi, “o Deus que vê”. Ela esquece que “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” (Pv 15.3)
            Que “pecadinho secreto” estamos incluindo em nossas vidas, pensamentos e momentos privados? Precisamos cultivar o temor do Senhor – a sensação constante e consciente de que sempre estamos debaixo do olhar atento de Deus, seja sozinho ou com outros.
            Esta mulher aparentemente está buscando atender as “necessidades” que não estão sendo atendidas em casa. Ao concentrar-se em suas próprias necessidades (seus desejos, na verdade), ela se coloca numa posição onde está menos motivada e capaz de atender as necessidades daquele a quem ela foi criada por Deus para ajudar. Ela foi feita para ser uma ajudadora a seu marido, mas ela não pode atender suas necessidades se estiver focada nas suas próprias.
            Estabelecendo um contraste, Provérbios 31 fala da mulher sábia e virtuosa. “O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.” (vv11-12) Ela tem um compromisso permanente e incondicional de ser leal a seu marido e de agir em seu melhor interesse.
            Na cultura de hoje, muitas mulheres têm maridos que estão longe de casa – se não literal e fisicamente, então emocional, relacional ou espiritualmente, em termos de tempo e foco. O maior teste de fidelidade para uma mulher casada é aonde o coração dela vai quando seu marido está “fora”. Para onde a mente dela vai? Aonde vagam seus pensamentos? Ela é confiável? Ela é fiel a Deus e ao chamado que recebeu mesmo quando ele falha em ser o homem que deveria?

            “Assim, o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios.” (v 21)

            Mais uma vez somos lembrados do poder das palavras – elogios, flertes, discursos ousados e sedutores. Ela usa sua fala para controlar. Ela faz com que ele ceda, assim como Dalila usou suas palavras para colocar Sansão sob seu controle. A mulher tola contrasta com a mulher sábia que “Abre sua boca com sabedoria e a lei da beneficência está na sua língua” (Pv. 31.26). A mulher sábia e virtuosa usa sua língua para falar palavras de cura, esperança, graça e ajuda.


Nancy Demoss Wolgemuth

Essa série continua na próxima semana. Aguarde!

Acesse os textos anteriores dessa série:
Tornando-se uma mulher de discernimento. Parte 1.
Tornando-se uma mulher de discernimento. parte 2.



Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com. 
Traduzido com permissão. 
Título original:  Becoming Woman Discretion
Tradução: Viviane Andrade







Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 

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NelsonGalvao,

É possível ser sincero, mas errado? Parte 2. por Nelson Galvão

agosto 24, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


Vimos no primeiro artigo desta série que “sim”, é possível ser sincero, mas estar errado. Vimos que o próprio Saulo era um homem sincero, mas errado.
Minha pergunta agora é: como é possível a mudança de cosmovisão de uma pessoa sincera, mas errada? Como é possível que alguém que tenha plena convicção de que está certa possa vir a enxergar o seu erro?
O texto de Atos 9 nos ajudará a encontrar a resposta para essa pergunta.
Saulo não acreditava em Cristo. Ao contrário, o desprezava. Nutria verdadeira aversão aquele Galileu “farsante” que assevera para si o título de Filho do homem (um título que se referia ao Messias prometido). Desprezava também os seguidores de Jesus. Saulo não era neutro! Ele fazia parte de um grupo que “perseguia violentamente a igreja de Deus, tentando destruí-la” (Gl 1.13), era “blasfemo, perseguidor e arrogante” (1 Tm 1.13).
Todavia, algo mudou. Ao escrever aos Colossenses, aquele que havia sido um sincero perseguidor do Cristianismo disse a respeito de Jesus:

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam poderes; tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele existe antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. (Cl 1.15-17).

Incrível! O que provocou uma mudança tão radical em Saulo? O que fez com que aquele homem tão radicalmente contrário a Jesus e seus seguidores passasse a ser um discípulo? Vejamos o relato de Lucas a respeito da conversão de Saulo. Saulo, no verão de 35 d.C, estava a caminho de Damasco, com permissão oficial do Tribunal judaico (Sinédrio) para prender os seguidores de Jesus. E aí o relato de Lucas conta:

Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues (At 9.3-9).

O que provocou a mudança completa na vida de Saulo foi que a verdade foi ao encontro dele. Jesus Cristo ressurreto em Sua glória manifestou-se.  Agora, diante da verdade, Saulo, o sincero, mas errado, viu que estava terrivelmente enganado, o quanto estava cego e, nunca mais foi o mesmo!
Quando Jesus se encontra conosco ele nos mostra o quanto estamos errados/cegos e, tudo muda!
Preciso explicar que esse encontro pessoal com o Cristo glorioso não acontece mais hoje. Essa foi uma exceção porque tratava-se de um apóstolo. E uma das prerrogativas para um apóstolo era ter andado com Jesus. Em 1 Coríntios, o agora “Paulo” diz que Jesus ressurreto apareceu a todos os apóstolos e também a ele, como um “nascido fora do tempo” (1 Co 15.8). Esse é um dos motivos pelos quais não existem novos apóstolos hoje.
Entretanto, embora o Cristo ressurreto não apareça mais pessoalmente em sua glória, reservando esse momento para o dia de Sua vinda, Ele continua ainda hoje se manifestando através de Sua Palavra (1 Jo 1.1-3). E sempre que isso acontece, aqueles que são encontrados por Ele mudam completamente sua forma de pensar, sentir e agir. São transformados pelo encontro com a verdade.

Isso me leva a crer que existem inúmeras pessoas nas igrejas que ainda não se encontraram com o Cristo ressurreto. Chegaram-se a uma cultura religiosa. São simpáticas a uma forma de vida que lhes traz alguma satisfação. Mas sua maneira de viver e enxergar o mundo não foram transformados pelo Evangelho, não experimentaram mudança alguma. São sinceros, mas errados. Quantas e quantas pessoas em nossas igrejas precisam de um encontro com o Evangelho, com o Cristo ressurreto! 

Nelson Galvão
Sola Scriptura

Confira o 1 texto desta série:

É possível ser sincero, mas errado? Parte 1




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
É pastor interino da Igreja Batista Sião (São José dos Campos-SP) e atua como diretor acadêmico do ministério Pregue a Palavra. 
Atua ainda como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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DianeEllis,

A novela de cada uma de nós. por Diane Hofer Ellis

agosto 22, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments


Recentemente tenho refletido na novela das vidas de Abrão, Sarai e Hagar, em Gênesis. Quando chegamos em Gênesis 16, Deus já tinha prometido uma descendência para Abraão dez anos antes; Sara tinha esperado durante todo este tempo para realizar essa promessa de Deus de ter um filho. E então, ela cansou de esperar, e entrou em ação para resolver a situação.

1Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dera nenhum filho. Como tinha uma serva egípcia, chamada Hagar, 2disse a Abrão: “Já que o Senhor me impediu de ter filhos, possua a minha serva; talvez eu possa formar família por meio dela”. Abrão atendeu à proposta de Sarai. 3Quando isso aconteceu, já fazia dez anos que Abrão, seu marido, vivia em Canaã. Foi nessa ocasião que Sarai, sua mulher, lhe entregou sua serva egípcia Hagar. 4Ele possuiu Hagar, e ela engravidou.  (Gen 16:1-4).

Sarai tomou a decisão de ajudar Deus a cumprir Sua promessa. Ela começou a racionar:

·         Já que Deus fez uma promessa linda para meu marido...
·         Já que o Senhor me impediu de ter filhos...
·         Já que dez anos é muito tempo para esperar...
·         Já que não sou mais jovem e já passou o momento de ter filhos...
·         Já que tenho minha serva, Hagar, aqui para me servir, mesmo...
·         Deus certamente tem um outro plano para cumprir sua promessa. E então porque não convidar Abrão para tentar engravidar Hagar?

Ela apresentou essa ideia criativa para seu marido, e Abrão, por ser um homem que sempre ouve sua esposa,  achou o plano razoável e agradável, e parabéns, Sarai, seu plano realizou-se.
Somente depois conhecemos o estrago que aconteceu.

Quando [Hagar] se viu grávida, começou a olhar com desprezo para a sua senhora. 5Então Sarai disse a Abrão: “Caia sobre você a afronta que venho sofrendo. Coloquei minha serva em seus braços e, agora que ela sabe que engravidou, despreza-me. Que o Senhor seja o juiz entre mim e você”. (Gen 16:4).

O plano B de Sarai provocou uma guerra dentro da família de Abrão. Sarai culpou seu marido, por algo que ela mesma propôs. Ela estava sofrendo pelas consequências das decisões inconvenientes que ela tomou, mas não quis aceitar as consequências resultantes. Só que Abrão também não quis assumir a responsabilidade dessa situação infeliz.

Respondeu Abrão a Sarai: “Sua serva está em suas mãos. Faça com ela o que achar melhor”. Então Sarai tanto maltratou Hagar que esta acabou fugindo. (Gn 6.6).

Pode imaginar Hagar. Ela não procurou este plano B da Sarai. Mas agora ela está no meio desta novela. E ela tomou uma atitude de desprezo. Pode imaginar a cena: duas mulheres ciumentas e briguentas, com Abrão no meio dessas duas mulheres. Ele tinha cedido para Sarai na proposta dela, e agora ela culpa ele. E sabemos que até hoje as duas nações que começaram por aí brigam até hoje.

Mas antes de jogar pedras na direção da Sarai, pense bem na sua vida. Quantas vezes temos feito a mesma coisa dela?

·         Já que o salário do meu marido não é suficiente, vou deixar meu filho na creche e seguir minha carreira.
·         Já que o meu marido não me faz feliz, vou sair da miséria do meu casamento e procurar minha própria felicidade.
·         Já que O Senhor não atende as minhas orações, vou conseguir pelas minhas próprias forças.
·         Já que preciso daquela coisa mas não tenho o dinheiro na conta, vou colocar no cartão.
·         Já que...

Mas quando não confiamos no Senhor, quando não esperamos em Deus, começamos a estragar o plano “A” dele.

Sara convenceu Abraão a aceitar um plano alternativo; e Abrão concordou com o plano B. O que é triste é que podemos facilmente nos identificar com ela, não é? Afinal, 10 anos é muito tempo... pensamos nós! Talvez você tenha ido à frente de Deus tentando manipular seu próprio plano. Mas cada vez que entramos em ação, na frente de Deus, cada vez que manipulamos para forçar nossos desejos, complicamos as coisas.


Que sejamos mulheres que confiam em Deus suficientemente para não ser precipitadas ou manipular situações para nosso próprio beneficio. Mas que sejamos mulheres que esperam no Senhor para que o plano perfeito e agradável seja comprido em nossas vidas e famílias!

 Diane Hofer Ellis


 Missionária americana servindo a mais de 20 anos no Brasil. Casada com o pr. Dr. Mark Ellis e mãe de cinco filhos, 3 noras e 8 netos. Seu ministério foca o mentoreio de mulheres mais novas.
Diane é escritora do blog Mulher da Palavra e da palestras em igrejas sobre feminilidade bíblica.

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Livros

Permaneça perto do seu pastor, ovelhinha. por Gloria Furman

agosto 18, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments

          

      Há uma piada que diz que se você não souber a resposta de uma pergunta na escola dominical, então, basta responder: Jesus! Nove em cada dez vezes, você estará certa.[...]
        A ideia de priorizar o seu relacionamento com Deus é como a resposta da escola dominical. O nosso coração se pergunta: “ Qual é a minha principal prioridade?”  “Ame a Deus em primeiro lugar”, a resposta da escola dominical irrompe. Nós sabemos isso. Não é uma pergunta difícil de responder. Quando algo profundo se torna comum como essa resposta, isso pode parecer banal. Mas, na verdade, amar a Deus acima de tudo é a coisa mais cheia de temor e misteriosa pela qual poderíamos pensar. Neste capitulo conclusivo sobre amar o Supremo pastor, espero lembra-la da magnitude insondável dessa simples resposta de escola bíblica dominical.
Ele tem a mim e a você em suas mãos!
       Seu relacionamento com Deus não acontece por causa das suas obras. Você era a ovelha perdida, e Ele, o pastor que lhe buscava. Espalhado por todo mundo, ao longo dos séculos da história humana, está o rebanho de Deus, que Ele de antemão conheceu e predestinou para ser conforme a imagem de Seu Filho.
     Este filho seria o bom Pastor das ovelhas. O Bom Pastor não é um mercenário desinteressado, que não se importa com as ovelhas, mas apenas com sua própria pele.  Ele é o pastor predito em Ezequiel: “Como o pastor busca o seu rebanho, no dia que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e escuridão. (Ez 34.12).[...]
    Jesus jamais perderá qualquer uma de suas ovelhas, ninguém as arrebatará de sua mão. (Jo10.28-29). Ele nos concedeu essa graça antes de nascermos, antes de criar o mundo, na verdade antes dos tempos eternos. (2 Tm1.8-10)
      Você acha que amar a Deus foi sua própria ideia, com base na sua própria iniciativa? O seu relacionamento continuo com o Senhor é sustentado pelo seu interesse em Sua Palavra, ou por sua paixão pela oração, ou por sua inclinação para a santidade? Nenhuma dessas coisas são obras nossas – elas são presentes. Se Deus sempre faz o primeiro movimento e termina o que começou, será que ele, então, deixa o meio por nossa conta?
       A graça nos carrega por todo caminho. Os pastos verdejantes, as aguas tranquilas, a vara e o cajado- todas essas coisas são fornecidas pelo nosso Pastor. Deixe que a verdade de sua graça deliberada a console.
         Irmã, se o Senhor é o seu pastor, ele não a deixará desprovida. Ele provê em abundância as suas necessidades e cuida de você nas épocas assustadoras. Todas as coisas que precisamos nesta terra, Ele as fornece todas e além disto restaura a nossa alma. Não há sombra em nenhum vale escuro que Sua Palavra não ilumine. Irmã, você está sendo seguida. “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo sempre” ( Sl 23.6).
          Mantidas nas firmes mãos do nosso Pastor, somos seguramente dEle em todos os momentos e em todas as circunstâncias. Devemos lembrar, que nossa constância é Cristo e,  no final de todas as coisas criadas, no mais belo paradoxo das eras, o Cordeiro é revelado como o pastor, e ele “os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus enxugará dos olhos toda a lágrima” (Ap.7.17) [...]
           Em todas as tempestades nas quais nosso coração se sente abalado e encharcado de desespero, podemos traçar, em meio à chuva, o arco-íris da promessa de Deus em relação à graça futura.[...]
        Deus está agindo em prol de seus propósitos, Ele nos guardará em meio a toda e qualquer aflição. O vale da sombra da morte é tão escuro quanto profundo, mas o Bom Pastor nos conduzirá confiantemente por ele, até nos levar à nossa herança: o prazer da presença de Deus por toda a eternidade. (Sl 16.11) [...]         

Gloria Furman

Extraído do livro: "A esposa do Pastor". São Paulo: Fiel. p. 59-61
Publicado com permissão.





















Gloria Furman é esposa, mãe, trabalhadora trans-cultural e autora dos livros "Vislumbres da Graça", "Sem Tempo para Deus" e "A Esposa de Pastor" (todos pela Editora Fiel).

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