Feminilidade,
Enquanto estava escrevendo este capítulo, recebi um telefonema da esposa de um pastor. Ela abriu seu coração sobre uma batalha de muitos anos que seu marido vem travando com a depressão. Os efeitos na vida e no casamento dela foram significativos.
Extraído do livro: "Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta." São Paulo: Vida Nova. p. 199-202.
A resposta para a depressão deve ser buscada primeiramente nos medicamentos e/ou na psicoterapia? Por Nancy DeMoss
Enquanto estava escrevendo este capítulo, recebi um telefonema da esposa de um pastor. Ela abriu seu coração sobre uma batalha de muitos anos que seu marido vem travando com a depressão. Os efeitos na vida e no casamento dela foram significativos.
Durante o decorrer da conversa, ela fez os tipos de perguntas que muitos fazem em circunstâncias semelhantes: Poderia tratar-se de um problema genético? (O suicídio está presente no histórico familiar do marido). Poderia se algo orgânico ou químico? Ou algum tipo de atividade demoníaca estaria envolvida? Existe alguma verdade espiritual não compreendida por ele que seja responsável pelo tumulto e pela escravidão?
A depressão é uma questão particularmente importante para as mulheres – duas vezes mais mulheres do que homens sofrem de depressão. Nunca antes a depressão foi tão generalizada entre as mulheres como no momento em que vivemos no Ocidente. Apesar da facilidade com que os médicos diagnosticam a depressão e a tratam com psicoterapia e medicamentos, o número de acometidos só aumenta e relativamente poucas pessoas estão encontrando alívio duradouro.
Um estudo a respeito da depressão e do desespero na Bíblia revela que, em alguns casos, a dor que identificamos como depressão emocional é simplesmente uma das consequências inevitáveis de viver em um mundo decaído. Em Rm 8, Paulo indica que toda a criação “geme” sob o peso de sua condição decaída, ansiando por nossa redenção final deste mundo amaldiçoado pelo pecado.
Muita investigação médica e científica tem sido feita para tentar compreender a inter-relação entre a depressão, as predisposições genéticas e outros fatores fisiológicos. Ainda há muito a aprender sobre tais assuntos e sobre os efeitos em longo prazo de vários tipos de tratamento. Sabe-se que, em muitos casos, os sintomas fisiológicos relacionados à depressão são o fruto de questões enraizadas no campo da alma e do espírito - questões como ingratidão, conflitos não resolvidos, irresponsabilidade, culpa, amargura, falta de perdão, incredulidade, reivindicação de direitos, raiva e egocentrismo.
Se as raízes dos problemas não são tratadas nos caminhos de Deus, as consequências aparecerão inevitavelmente em nosso corpo e alma, criando problemas físicos e emocionais muito reais. Em alguns casos, os remédios podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão. No entanto, se a depressão não se originou de um mau funcionamento físico, os medicamentos não resolverão o problema permanentemente. Os remédios administrados de forma correta podem ajudar uma pessoa gravemente deprimida a se estabilizar o suficiente para pensar com clareza, dando-lhe uma janela de oportunidade para que comece a lidar com as questões que criaram o problema. Mas não há nenhum medicamento que possa “consertar” as questões mais profundas do espírito. Infelizmente, inúmeras pessoas que sofrem de depressão passaram a ver o medicamento como uma “solução” para seu problema. Se a pessoa doente não aborda as questões internas do coração, não pode esperar ser verdadeiramente livre.
Você pode se surpreender ao descobrir que numerosos indivíduos na Bíblia sofreram com o que chamaríamos hoje de doenças depressivas. Suas histórias fornecessem uma visão útil sobre algumas das causas que contribuem para a depressão.
O rei Acabe, por exemplo, ficava deprimido quando não conseguia fazer as coisas do seu jeito. Quando o vizinho de Acabe se recusou a lhe vender um pedaço da propriedade que ele queria muito, acabe teve um atraque de nervos – ficou “desgostoso e indignado [...] Ele deitou-se na sua cama, virou e não quis comer” (1 Rs 21.4). A esposa de Acabe, Jesabel, tentou tirá-lo de sua depressão prometendo ajuda-lo a conseguir o que queria. Ela lhe disse: “Levanta-te, come e alegra o teu coração. Eu te darei a vinha de Nabote, o jesreelita”( 1 Rs 21.7).
Em minha própria vida, tive de admitir que minhas quedas emocionais geralmente são o resultado de minha reação a coisas que não estão sendo feitas “do meu jeito”. No fundo, estou com raiva – porém, ao invés de expressar essa raiva, afundo em um buraco emocional, esperando que alguém perceba e tente me fazer sentir melhor, como Jezabel fez a Acabe.
A história de Jonas ilustra como a depressão e os pensamentos suicidas podem estar enraizados na raiva contra as escolhas de Deus. Quando Deus não destruiu os ninivitas como Jonas achou que eles mereciam, “Jonas [...] ficou extremamente contrariado e furioso. Então orou ao Senhor [...] Ó Senhor, agora tira-me a vida, pois, para mim, morrer é melhor que viver” (Jonas 4.1-3). A resposta de Deus forçou Jonas a enfrentar sua ira: “O Senhora respondeu: ‘É razoável essa tua ira?” (4.4). O mesmo diálogo se repetiu pouco tempo depois, quando Jonas ficou ainda mais deprimido após uma planta que lhe havia fornecido sobra secar e morrer. Deus queria que o profeta enxergasse que não eram as circunstâncias que estavam realmente causando sua depressão, mas sim sua resposta zangada às escolhas soberanas de Deus.
Ana era uma mulher devota que ficou deprimida quando teve de lidar com uma combinação de desejos não realizados e um relacionamento tenso por um período prolongado de tempo. Ela tinha um marido devoto que a amava muito. No entanto, por razões conhecidas somente pelo Senhor, ele havia fechado seu útero. As lutas de Ana com a esterilidade foram exacerbadas pela outra esposa de seu marido, Penina, que não tinha dificuldades para conceber e ter filhos e não hesitava em lhe recordar desse fato:
Mas sua rival a provocava muito, a fim de aborrecê-la [...] Isso acontecia todo ano. Quando subiam à casa do Senhor, Penina provocava Ana, que então chorava e ficava sem comer. (1 Sm 1.6,7)
Quando falhamos em ver a mão de Deus nas circunstâncias ou quando lutamos quanto às escolhas dele para nossas vidas, tornamo-nos candidatas à depressão emocional e espiritual.
Nancy DeMoss
Extraído do livro: "Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta." São Paulo: Vida Nova. p. 199-202.
Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova.
Ótimo livro. Cristo continue abençoando, momentos edificou bastante em conhecimento, estava precisando muito. Abraços.
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