Feminilidade,

Se sinto alguma coisa, então isto deve ser verdade. por Nancy DeMoss

outubro 30, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments



O inimigo quer nos fazer acreditar que, se não nos sentimos amadas, não somos amadas.
 Se sentimos que não podemos lidar com a pressão, deve ser porque realmente não podemos. Se sentimos que Deus nos abandonou ou que Ele agiu injustamente em uma questão que nos afete, então talvez ele tenha mesmo nos abandonado. Se sentimos que nossa situação não tem solução, não deve haver nenhuma esperança então. Se não nos sentimos salvas, é possível que não sejamos. Se não nos sentimos perdoadas, é porque não somos.

A verdade é que, devido a nossa condição decaída, em geral nossos sentimentos têm muito pouco haver com a realidade. Em diversas situações, os sentimentos simplesmente não são um indicador confiável do que é realmente verdadeiro.

Quando permitimos que eles se conectem a nossas circunstâncias – que estão em constante mudanças - em vez de se conectarem com às realidades imutáveis de Deus e de sua Verdade, nossas emoções tendem a oscilar descontroladamente.

Não é preciso muita coisa para melhorar nossas emoções – um dia claro e ensolarado, um aumento de salário, um elogio de um amigo, a conclusão bem-sucedida de um grande projeto ou perder cinco quilos.

 Enquanto isto, as emoções negativas podem ser uma variedade de fatores uma serie de dias nublados, um dia difícil no escritório, um telefonema decepcionante, a percepção de que as roupas ficaram apertadas e etc.

Quando você adiciona grandes acontecimentos, como o nascimento do quarto filho, uma mudança de residência, a perda de um emprego, a morte do cônjuge ou de um filho ou  ser diagnosticada com câncer, essas emoções podem tornar-se bastante confusas.

Em meio a esta montanha russa ao qual nossas emoções nos levam, precisamos trazer constantemente a mente e o pensamento de volta para a Verdade.

A verdade é que Deus é bom, quer eu sinta que ele é bom ou não. A verdade é que Deus me ama, quer eu me sinta amada ou não. A verdade é que, pela fé no sangue de Jesus Cristo derramado em meu favor, estou perdoada, quer eu me sinta perdoada ou não. A verdade é que Ele nunca vai me deixar ou desamparar. Deus está comigo em todo o tempo, mesmo quando me sinto sozinha e abandonada.  

Se quisermos andar em liberdade, temos de perceber que nossa emoções não são necessariamente confiáveis e estarmos dispostas a rejeitar quaisquer sentimentos que não sejam consistentes com a Verdade.“Connie” reconheceu ter baseado suas crenças mais no que sentia do que na Verdade. Observe como todo o modo perceber a vida mudou uma vez que percebeu que poderia deixar a verdade da Palavra de Deus governar seus sentimentos:

            “Embora fosse uma filha de Deus, acreditei durante toda a minha vida que certos aspectos da Verdade se aplicavam a todos, exceto a mim. Deus era bom para eles, não para mim. Deus amava a eles, mas não a mim. Eu sabia os fatos- que Deus era bom, que Ele me ama e que sou dele, mas havia uma falta de conexão em minha mente,   entre os fatos e como eu me sentia.  Se Deus me amasse e eu significasse tudo para Ele, com certeza me sentiria amada e valiosa. [...] através de sua Palavra Deus revelou que Sua verdade permanece, independente de como me sinto. Nada pode mudar Deus ou a Verdade de Sua Palavra ou caráter. Elé é bom para mim, Ele me ama. Posso escolher me apegar a esta verdade ou posso optar por acreditar nas mentiras de Satanás.

No último capítulo de Filipenses, o apostolo Paulo dá uma receita para a sanidade mental e a estabilidade emocional:

“Alegravai-vos sempre no Senhor[...]Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio da oração e súplicas com ações de graças [...] Tudo que é verdadeiro [...] Nisto pensai.

   O resultado?

            “A paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus [...] e o Deus de Paz estará convosco.




 O texto acima foi extraído do livro,Mentiras que as mulheres acreditam e a Verdade que as liberta de Nancy Leigh DeMoss, Ed. Vida Nova, p. 190 a 192

   Publicado com permissão.

Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta 


 https://vidanova.com.br/476-mentiras-mulheres-acreditam-verdade-liberta.html
              


  





 Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 

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Feminilidade,

Colossenses para mamães. por Adriana Merkh

outubro 25, 2018 Mulher da Palavra 2 Comments



Quando eu sonhava em ter filhos, minhas expectativas rodeavam sempre sobre o que eu iria ensiná-los. Hoje que sou mamãe, Deus tem me mostrado o quanto Ele usa a maternidade para me ensinar. Se dispor à missão de discipular vidinhas 24 hs tem seus lados indescritíveis. São muitos risos e alegrias imensuráveis.... mas descobri que tem seus lados bem difíceis e desafiadores também. Deus nos avisou que seria assim, por que não me atentei ( Gn3: 16)?

Criar filhos dá trabalho, mas é o melhor trabalho que existe! Confesso que as vezes choro muito ao ver um deles batalhando com o mesmo pecado... Me desespero por não me sentir capaz de lidar com medos profundos que outro carrega .... E fecho os olhos quando os 4 litros de limonada adoçada jorram mesa abaixo!

E foi numa manhã cedinho, nos poucos minutos silenciosos que tenho para me debruçar na Verdade, que reencontrei o livro de Colossenses. Nunca imaginei que esta carta de Paulo e Timóteo pudesse trazer tanto encorajamento e alimentar a alma de jovens mamães.

Foram nesses 4 breves capítulos que o Senhor encheu meu coração e me ensinou grandes lições sobre...

DEPENDÊNCIA

“Visto que Deus os escolheu para ser seu povo santo e amado, revistam-se de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência” (3:12)
As qualidades de Jesus brilhando em nós, para nossos filhos, é o que eles mais precisam. Mas não somos mães perfeitas, e estou longe de ser. Eu achava que era uma pessoa mansa e tranquila...até ter filhos! Não imaginava que a humildade fosse minha batalha, até ter que ajudar meus filhos a lidarem com seus erros, que eram os mesmos que os meus.
Somente Ele em nós e através de nós, para jorrar atitudes de Graça aos nossos pequenos.

PERSEVERANÇA

“Sejam compreensivos uns com os outros e perdoem quem os ofender. Lembrem-se de que o Senhor os perdoou, de modo que vocês também devem perdoar. Acima de tudo, revistam-se do amor que une todos nós em perfeita harmonia “ (3: 13,14)
Uma das minhas maiores dores são os momentos em que vejo meus filhos escolherem ou insistirem no pecado. As vezes estamos lutando com seus corações, tentando mostrá-los o Caminho e eles se levantam contra nós.
Lembro-me há alguns anos ter falado a frase “Mas eu estou há 4 anos repetindo a mesma coisa a você...” E então Jesus me trouxe à consciência e parecia ouvi-Lo “Sim Dri, e eu estou a 30! “. Eu preciso lembrar que eu faço o mesmo com Cristo. Eu fiz com minha mamãe também!
Nós precisamos tanto de perdão quanto nossos filhos. Nossa luta não é contra eles, mas contra o pecado deles. Não é hora de desistirmos, a batalha se encerra nos Céus. Não é hora de baixar guarda ou afrouxar os princípios bíblicos, mas perseverarmos em vermos o caráter de Jesus formado em nós e neles. Que abracemos, perdoemos, amemos sacrificialmente como Cristo faz conosco. E assim... verão Cristo em nós.

ORAÇÃO

“Oramos também para que sejam fortalecidos com o poder glorioso de Deus, a fim de que tenham toda a perseverança e paciência de que necessitam. Que sejam cheios de alegria e sempre deem graças ao Pai (1:11,12)
Dediquem-se a oração com a mente alerta e o coração agradecido ( 4:2) “
Deixar Cristo reger o meu humor no dia-a-dia e ser grata só acontecerá através de muita conversa com Ele. Sei que para o Pai posso clamar por sabedoria e discernimento antes de dar um conselho. Preciso pedir para o Senhor blindar meu coração com a visão do alto, do Evangelho, para não ser afetada pela ira, mágoa e desesperança do meu coração pecador. Sei que somente dialogando com meu Rei é que poderei agir pacificamente em horas de grande tensão.
Através da oração, sou muito agradecida pelo privilégio e milagre em ser mamãe.
Corra para a Palavra, leia Colossenses. E que o poder transformador das Escrituras molde o seu, o meu e o coração de nossos filhos!
           

Adriana Merkh


Adriana Merkh é casada com David Merkh Jr, diretor executivo do Pregue a Palavra. O casal tem 3 filhos: Lila (7 anos), Andrew (6 anos) e John (1 ano) .Eles fazem parte do ministério pastoral da Primeira Igreja Batista de Atibaia-SP.Adriana é formada em pedagogia (Unicamp-SP) e atualmente se dedica ao cuidado do seu lar, atuando ainda como professora e discipulado de mulheres.






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NelsonGalvao,

Como superar a ansiedade. por Nelson Galvão

outubro 22, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments



O estado em que ele se encontrava era crítico. Não jogava bola com os colegas; não conseguia prestar atenção nas palestras. Estava sempre isolado, ou de mãos dadas com o monitor. Foi assim que conheci Timóteo (nome fictício), um garoto de 10 anos cujos pais o deixaram no acampamento. Depois de muitas tentativas, não conseguimos que ele permanecesse, o levamos para casa. Ao conversar com seus pais entendemos tudo. A situação daquele garoto era fruto de uma ansiedade crônica, gerada pelo medo da separação dos pais!

Na devocional de hoje (Filipenses 4.6,7) veremos sobre a ansiedade e como a Palavra de Deus nos ajuda contra esse terrível mal.

Não perca o todo do texto. A partir de Filipenses 3.12-21 vimos que, enquanto cristãos, somos viajantes, até que cheguemos na pátria celestial. Diante disso, Paulo exortou os filipenses no cap. 4.1: “permanecei assim, firmes no Senhor.” Diante de tantas tentações que incidem sobre nós, a fim de nos tirar do caminho da pátria celestial, devemos permanecer firmes! De que modo permanecer firmes? Nos vs. 2 e 3, lutando contra a discórdia. Nos vs. 4 e 5, tendo Jesus como fonte de alegria. Nossos relacionamentos interpessoais estão diretamente condicionados à nossa satisfação em Cristo.

Agora veremos os vs 6 e 7. No v. 6, Paulo exorta: “Não andeis ansiosos”. A palavra no original está em um tempo verbal que sugere uma ação continua. Por isso, os tradutores optaram por traduzir “andar ansiosos”, denotando um estado contínuo. Ou seja, a ansiedade é um estado contínuo de preocupação. De uma forma geral, a ansiedade é um sentimento incômodo e projetado para o futuro. A pessoa ansiosa vive num estado de alerta constante por causa de uma situação que pode acontecer – e causar sofrimento. Na ansiedade, o motivo de preocupação está no futuro. 

Pessoas com ansiedade frequentemen­te:

a-     são incapazes de trabalhar de modo eficaz, ter vida social, viajar ou manter relações afetivas estáveis.
b-    evitam estar em determinados locais ou desempenhar atividades consideradas corriqueiras, como dirigir, embarcar em aviões ou entrar em elevadores.
c-     podem não conseguir enfrentar multidões, participar de reu­niões, permanecer em espaços abertos ou não tolerar mínimas quantidades de sujeira e desor­ganização.
d-    Em geral, não conseguem dormir bem e muitas vezes se tornam reclusas.

O tratamento da ansiedade, dependendo do grau, tem sido feito, desde a década de 1950, com remédios ansiolíticos e antidepressivos.

Mas a Palavra de Deus nos indica um outro caminho. Continue a leitura de Filipenses 4.6. Perceba que Paulo menciona uma atitude contrária à ansiedade. Ao invés de um estado de ansiedade, viva um estado de oração. Esta oração tem haver com pedidos e ações de graça. Ou seja, a oração é um relacionamento contínuo de confiança dependente e gratidão a Deus.

Qual é o resultado? O resultado de ansiolíticos e antidepressivos já sabemos: mais dependência, escravidão! Mas o resultado de uma vida de dependência e gratidão a Deus é paz. Veja o v. 7: “e a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.

Talvez você pense: “é fácil falar, quero ver viver!”. Lembre-se da situação em que Paulo estava ao escrever esta carta. Ele estava preso e sob o governo tirânico de Nero. Por isso que Paulo menciona que “ultrapassa todo entendimento”. Porque não depende das circunstâncias em que vivemos. Em circunstâncias absolutamente desfavoráveis Paulo teve que enfrentar o fantasma da ansiedade; e então... ele escreveu do que ele mesmo experimentou, a paz.  Essa paz que vem de Deus guarda (a imagem é de um soldado/sentinela) o nosso coração e mente contra os assaltos da ansiedade!

E se não tiver dinheiro para pagar o plano de saúde? E se meu filho(a) não passar no vestibular, ou conseguir um bom emprego? E se meu cônjuge me deixar? E se eu não conseguir sair da crise e quebrar? E se o PT ganhar (desculpe, não resisti!!!)? E se eu for assaltado, acometido de uma doença, enganado... são tantos os motivos potenciais que nos levam à ansiedade! Quero encorajá-lo a começar uma vida de oração. Não se trata de passar 24 h do dia de joelhos, mas de passar 24 h do dia com o coração ajoelhado diante de Deus, em súplica e gratidão.


Nelson Galvão



Confira também as pastorais anteriores em Filipenses:




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.



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BiancaBonassiRibeiro

Perdão: da teoria à prática. por Bianca Bonassi Ribeiro

outubro 19, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments




O objetivo desse texto é provocar um olhar diferente, leve e cheio de amor por pessoas. A minha oração é que eu e você tenhamos a disposição de mente e coração para perdoar e consequentemente exercitarmos a nossa salvação em Cristo Jesus. Em outras palavras, praticar o perdão é um exercício que envolve muitas ações, cujo intuito é demonstrar amor.   
Há algumas semanas, minha devocional foi na carta que Paulo e Timóteo escreveram a Filemom. Trata-se de uma carta pequena (apenas 25 versículos) e, num primeiro momento pode parecer distante da nossa realidade. Mas, terminei minha devocional encantada por dois motivos. Primeiro com o senso de humor e leveza com que Deus nos ensina e segundo, com a didática do Espírito Santo  em usar a Palavra de Deus de forma viva e eficaz, mais cortante que uma espada, trazendo luz aos pensamentos, conforme Hebreus 4.12.
A carta a Filemom estrutura-se no seguinte contexto: Paulo, que estava preso (provavelmente em Roma) junto com Timóteo, escreveu duas cartas. Uma delas destinada aos colossenses, porém a outra foi direcionada a Filemom e à igreja que se reunia na casa dele, também na cidade de Colossos.  As cartas seriam entregues por Tíquico e Onésimo (Cl 4.7-9).
No entanto, Onésimo,  antes de se converter ao Cristianismo tinha sido escravo de Filemom e há indícios de que ele provavelmente havia roubado Filemom (seu dono) e fugido para Roma onde conheceu Paulo e o evangelho de Jesus Cristo. Assim, esse escravo fugitivo se arrependeu de seus pecados e queria restaurar o relacionamento com Filemom. Naquela época, durante o Império Romano, esse tipo de comportamento por parte de um escravo seria punido com pena de morte. Mas, diante do arrependimento, o apóstolo Paulo e Timóteo, aproveitaram a situação para ensinarem uma alternativa à execução da pena,  substituindo-a pela prática do perdão.
Dessa forma, a carta tem início com os dois primeiros versos introduzindo os autores e os destinatários: Paulo e Timóteo a Filemom (amado cooperador), à irmã Áfia (provável esposa[i]), a Arquipo (nosso companheiro de lutas – provável filho[ii]) e à igreja que se reúne com você em sua casa. Interessante notar, que os autores direcionam a carta à toda família, além dos demais irmãos que congregavam/ conviviam com eles. Nota-se que essa era uma mensagem que encorajava várias pessoas que possivelmente foram afetadas direta e indiretamente pelo erro de Onésimo.
A carta prossegue com uma saudação, que em geral apresenta o desejo e carinho dos autores pelos destinatários: “A vocês graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Fm 3 – grifo meu).  Graça[iii] é a manifestação de favor ou bondade sem relacionar valor ou mérito da pessoa que recebe a graça. Paz[iv], no novo testamento, refere-se à calma e equilíbrio emocional do cristão que confia em Deus, por meio de Jesus Cristo (quietude de mente e alma).
A introdução é fundamental para ressaltar quem escreve e porque escreve, por ser a Palavra de Deus, essa carta escrita a Filemom há muitos anos atrás, ainda é um recurso de ensino para nós em pleno século 21. Deus continua nos saudando com a graça e paz que vem D´Ele.
Nos versículos 4 a 7 da carta, os autores ressaltam a oração de louvor a Deus, pela fé no Senhor Jesus e pelo amor por todos os santos, que já estava sendo manifestado por Filemom. Percebemos que esse homem era alguém comprometido e fiel a Deus. Filemom demostrava amor por outros irmãos e os encorajava, isso era motivo de grande alegria, além de ser um atestado de maturidade na fé. Por essa razão, Paulo e Timóteo prosseguem a carta com um apelo baseado na maturidade cristã de Filemom:
Por isso, mesmo tendo em Cristo plena liberdade para mandar que você cumpra o seu dever, prefiro fazer um apelo com base no amor [...] apelo em favor de meu filho Onésimo, que gerei [...] Ele antes lhe era inútil, mas agora é útil, tanto para você quanto para mim. Mando-o de volta a você, como se fosse meu próprio coração [...] Mas não quis fazer nada sem a sua permissão, para que qualquer favor que você fizer seja espontâneo e não forçado (Fm 8 – 14 , grifo meu).
Os autores da carta tinham autoridade para exigir que Filemom cumprisse a recomendação, entretanto ao invés da ordem há um apelo baseado no amor. É nítido que a intenção do coração era mais importante do que a ação. O nome Onésimo significa útil. No passado, esse jovem tinha sido inútil a Filemom pelos problemas e aborrecimentos causados, mas agora ele estava arrependido e tinha se tornado útil, tanto para Paulo quanto para Filemom. Por meio de Paulo e Timóteo, Deus estava relembrando Filemom de que Onésimo tinha um propósito no plano divino. Tratava-se de uma vida arrependida e que ansiava pelo crescimento espiritual. Os autores da carta viam esse potencial e estavam estimulando que Filemom também enxergasse Onésimo da mesma forma, ou seja, com amor.
A carta continua e do apelo ao perdão ela passa a discorrer sobre instruções importantes para a restauração do relacionamento. Trata-se de verdades válidas também para nossa vida. A volta de Onésimo e o relacionamento entre ele e Filemom deveria ser como o de irmãos.
[...] para que você o tivesse de volta para sempre, não mais como escravo, mas, acima de escravo, como irmão amado, e ainda mais para você, tanto como pessoa quanto como cristão [...] Assim, [...] receba-o como se estivesse recebendo a mim. Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta [...] Eu pagarei – para não dizer que você me deve a própria vida. [...] Escrevo-lhe certo de que você me obedecerá, sabendo que fará ainda mais do que lhe peço [...] A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de todos vocês (Fm 15-25 – grifo meu).
Os autores relembram a Filemom de que se Onésimo lhe devia algo (em função de seu erro passado), essa dívida deveria ser depositada na conta de Paulo. Com uma pitada de senso de humor, Filemom é relembrado de que devia a própria vida a Paulo, uma vez que provavelmente ele tenha se convertido a partir das pregações e mensagens do apóstolo Paulo.  
Uma das aplicações práticas do perdão é retomar um relacionamento sem uma nuvem de desconfiança pairando entre as partes. Pense comigo, uma coisa é perdoar e libertar um escravo ladrão e fugitivo, outra coisa é ter que conviver constantemente, talvez na mesma casa, como irmãos amados, sem desconfiar que Onésimo não roubaria mais nada.
Acredito que uma das maiores dificuldades na restauração de relacionamentos seja a desconfiança. De um lado o prejudicado acha que o outro vai cair novamente e por outro lado, o arrependido, ao sentir a desconfiança tende a se afastar por acreditar que não foi realmente perdoado.
De acordo com o dicionário, a palavra desconfiar significa ter falta de confiança em alguém, o mesmo que duvidar de uma pessoa. Se você já sentiu que alguém duvidava de você, lembre-se de como essa sensação é ruim e irritante. Imagine se Deus ficasse à espreita esperando cada vez que eu e você fossemos pecar, para então dizer ou olhar “eu sabia”..... nosso relacionamento com o Pai não seria agradável.
A desconfiança quebra relacionamentos porque tira a paz (estado de tranquilidade da mente) tanto para quem desconfia quanto para quem sofre a desconfiança. E, somente a graça (perdão/ favor independente de quem recebe) pode gerar ou restaurar a confiança.     
Trazendo para o nosso cotidiano, quantas crianças, adolescentes, jovens e pessoas fracas ou imaturas na fé não tem sido “inúteis”, no sentido de causar aborrecimentos e pecar por algo que os maduros na fé consideram inadmissível? A nossa função é olhar para a Palavra de Deus e nos lembrar que devemos a nossa própria vida a Cristo Jesus. Assim, qualquer dano que tenhamos sofrido pelo pecado do próximo foi pago na Cruz, ou seja, devemos depositá-lo na conta de nosso Salvador. 
De acordo com a Palavra de Deus, a carta escrita a Filemom nos lembra que existem vários Onésimos e Onésimas que foram libertos da escravidão do pecado. Devemos lembrar de que Deus não fica desconfiado aguardando o nosso próximo pecado. Pelo contrário, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”, conforme I João 1.9. Em outras palavras, Ele é doador de graça abundante porque a partir da nossa confissão e arrependimento, restabelece o relacionamento conosco.
 Assim, os maduros na fé ao invés de viverem desconfiados – esperando a próxima “aprontação” – de Onésimos e Onésimas, precisam criar um ambiente de confiança e perdão para que essas pessoas se transformem em Filemons e Filomenas do futuro, que alimentados diariamente pela Palavra de Deus, demonstrarão amor e serão fonte de encorajamento a outros irmãos.  
Por fim, a consequência de praticar o perdão é ter paz em Deus e entender que a graça que nos alcançou é capaz de restaurar e fortalecer relacionamentos. É a fonte que transforma inúteis em úteis!

Bianca Bonassi Ribeiro 



[i] PINTO, C.O.C. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008.
[ii] idem
[iii] YOUNGBLOOD, R.F.; BRUCE, F.F.; HARRISON, R.K. Dicionário Ilustrado da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2004.
[iv] idem






Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.
Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.











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NelsonGalvao,

Jesus, alegria dos homens. por Nelson Galvão

outubro 15, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments




Johann Sebastian Bach é considerado o maior gênio da música barroca. Nasceu em 1685, em Eisenach, Alemanha, mesma cidade em que Martinho Lutero traduziu o Novo Testamento do Latim para o Alemão, um século antes. Era de família de confissão Luterana e a maior parte de sua vasta obra (mais de mil composições) tem forte cunho cristão. Grande parte de suas músicas foram compostas para o culto e em muitas de suas partituras encontra-se a inscrição Soli Deo Gloria (A Glória de Deus Somente). Uma de suas obras de maior magnitude foi a 32 cantata que é encerrada pela música “Jesus, alegria dos homens”, escrita em 1716.  Veja a letra:

“Jesus continua sendo minha alegria / o conforto e a seiva do meu coração / Jesus refreia a minha tristeza / ele é a força da minha vida / é o deleite e o sol dos meus olhos / o tesouro e a grande felicidade da minha alma / por isso, eu não deixarei ir Jesus do meu coração e da minha presença”.

Este gênio da música percebeu que a fonte da alegria não era a sua música, o seu trabalho, ou a sua conta, mas uma pessoa: Jesus.

Na devocional anterior (Filipenses. 4.1-3) vimos que Paulo exortou os filipenses a permanecer firmes no caminho para a pátria celestial. Isso envolvia resolver as discórdias. Na devocional de hoje nos deteremos em Filipenses 4.4,5, onde Paulo aponta para o caminho da resolução das discórdias: a satisfação em Cristo.

Perceba que depois que Paulo fala de discórdias, ele fala de alegria. Logo em seguida (v.5) ele fala de bondade. Por que? São tópicos separados ou existe uma relação?

Se prestarmos bem atenção, veremos que o v. 5, “bondade” (amabilidade, paciência), tem a ver com os vs. 2-3, “discórdia”. Entrar em acordo no Senhor está diretamente relacionado com manifestação de bondade. Atos de bondade são prerrogativas para quem quer manter comunhão com o outro.

Mas, como isso é possível? Leia o texto novamente, veja que entre os vs. 2-3 e o 5 existe o v. 4: “Alegrai-vos sempre no Senhor”. Ou seja, nossos relacionamentos interpessoais estão diretamente condicionados à nossa satisfação em Cristo. Quanto mais nossa alma se deleita em Cristo, mais as discórdias são resolvidas, mais a bondade de Cristo é manifesta através de nós.

É muito fácil que situações desagradáveis, dissabores, incidam sobre os nossos relacionamentos. Quantas vezes já descarreguei palavras duras com minha esposa e filho e isso porque as coisas no trabalho não iam como eu esperava! Por que? Por que nossos queridos são afetados dessa forma? Porque o coração humano é desesperadamente idólatra e sempre se inclina diante de falsos deuses (realização profissional, conforto, dinheiro, romance, etc). E como estes não podem trazer satisfação, a ira é indomada; é uma força destruidora de relacionamentos. É por isso que a Palavra de Deus então nos mostra o caminho da comunhão uns com os outros, o deleite exclusivamente no verdadeiro Deus: Jesus, a nossa alegria.


Nelson Galvão



Confira também as pastorais anteriores em Filipenses:




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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SimoneGalvao

Carta à uma amiga em intensa aflição, por Simone Galvão

outubro 10, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments






Não me lembro bem como aquele dia amanheceu, mas me lembro exatamente o que senti quando recebi a noticia de que a missionária Irlandesa, Pamela Jane Craig, tinha sido brutalmente assassinada em sua própria casa no Rio de Janeiro.
Como era isso possível? Ela havia me ensinado as histórias da Bíblia, havia me contado sobre nosso Deus e como Ele é poderoso, estávamos juntas todos os domingos na igreja.  Ela havia deixado seu país para se dedicar a pregação do Evangelho no Brasil. Na época eu não fazia muitas relações, mas hoje eu entendo o tamanho da renúncia!  Ela estava ali, servindo em obediência ao Senhor, mas de uma maneira brutal e estupida sua vida foi tirada. Como isso poderia ter acontecido? E as histórias de salvação que ela me ensinou?
Me lembro de ver a tristeza e o desespero de alguns adultos, e na verdade meu coração também ficou como o deles, muito triste.  Até que o tio Zalmir, veio conversar comigo, não me lembro exatamente quando, mas me ensinou que a morte não era o fim, e sim o começo de uma vida com nosso Rei. E que os sofrimentos desta vida eram passageiros e não se comparam com o que estava reservado para a Pamela e para todos nós que cremos no Senhor Jesus.
Como toda criança, onde os pensamentos são concretos, resolvi o problema: “tia Pamela está bem e feliz, pois ela voltou para casa”!!!!! Apenas não conseguia entender porque para os adultos não era tão simples assim. Mesmo sabendo que o céu era um lugar maravilhoso, ainda havia tanta dor, mesmo depois de muito tempo!!!!!!
Naquela época eu não conseguia entender, mas hoje é tudo muito claro, a medida que vamos crescendo, temos dificuldade de entender que Deus cuida de nós, apesar de nós, e apesar das circunstâncias.
Enquanto criança não conseguia perceber a complexidade de nossa alma, a complexidade de nossas emoções, e o estrago que o pecado nos causou. O que era preto ou branco passou a ter uma infinidade de cores, deixando nossa vida com um desafio diário de confiança em Deus, de saber que Ele está cuidando de tudo, até das áreas mais cinzentas da nossa vida e coração.
 Amiga, estou te contando esta história, porque sei que seu coração não tem mais forças para continuar a caminhada, sei do seu amor pelo Senhor, e a vontade de ser fiel a Ele. É bem verdade, que durante este tempo que temos orado juntas, confesso que minha fé também vacila e por vezes apenas oro: “Senhor, não sei como orar, mas Tu sabes de todas as coisas”!!!!
Como temos dificuldade de nos encontrar, resolvi escrever, para te dizer, aguenta firme amiga, não desista, ainda não chegamos em casa!!!!!!!
Aguenta firme, mesmo que você tenha crescido, como eu a sua fé as vezes se perde nas nuances das cores do sofrimento, mas Deus,  o nosso Deus está vendo tudo.

                “Os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam pelo seu amor, para livrá-los da morte e conservá-los vivos em tempo de fome”. Sl 33.18,19

 E nós precisamos crer na Palavra do Senhor e não em nossas emoções, crer que servimos um Deus que cuida, guarda e protege ainda que nossos olhos não enxerguem.
Aguenta firme, mesmo que esteja demorando muito e a noite pareça interminável, nosso Rei não dorme nem chega atrasado.

“Elevo meus olhos para os montes: de onde me vira o socorro? É certo que o guarda de Israel não se descuidará nem dormira”. Sl 121.1,3

Não desista, mesmo que pareça que tudo está fora do controle, que a bruxa má do lado oeste chegou e devastou todo o seu mundo, como nos filmes que assistíamos quando criança. A história não é bem assim, temos um Senhor que controla todas as coisas, até o nosso sofrimento.

“Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam, dos que são chamados segundo o seu propósito”. Rm 8.28

Não desista de ter um tempo a sós com o nosso Senhor. Não tem problema se   você não tem mais força para orar, não tem mais palavras para dizer, não tem mais alegria de estar com Ele.  Não se preocupe amiga, Ele te criou e sabe tudo que está passando em seu coração.  Apenas se achegue a Ele, em silêncio mesmo, em meio a dor e às lágrimas, no cantinho da sua sala, e fique a sós com nosso Senhor. Um dia Ele ouvirá a tua oração e confortará o teu coração.

    “Bom é o Senhor para aqueles que esperam nele, para os que o buscam”. Lm 3.25

Não desista mesmo que você se cobre porque acha que fez tudo errado, que poderia ter feito tudo diferente, mas não fez. Deus já te conhecia quando te chamou para ser filha Dele, Ele sabia como era o nosso coração e mesmo assim nos chamou.

    “Teus olhos viram a minha substancia ainda sem forma, e no teu livro os dias foram escritos, sim, todos os dias que me foram ordenados, quando nem um deles havia”. Sl 139.16

Deus usa todas as circunstancias da nossa vida, sejam elas boas ou ruins, para que o nome Dele seja glorificado e no meio da caminhada vamos nos tornando mais parecidos com Ele.
Para terminar, eu sei que como eu, você desiste todos os dias.  Não tem problema amiga, nossa fé e nossa salvação não estão baseadas em nós, mas no sacrifício de Cristo Jesus que na cruz nos comprou com preço de sangue, nos lavou e nos selou com o Espirito Santo.
Cristo sabe que desistimos todos os dias, nos rebelamos, nos desesperamos, mas temos a promessa que é Ele que sustenta a nossa fé. Por isso, ainda continuamos crendo, caminhando e nos humilhando sob a poderosa mão do Senhor.  Diante disso, vamos então continuar em oração crendo que Deus tem o controle de toda esta situação e o nome Dele será glorificado através de nós!!!!
Como o apostolo Pedro diz em 1 Pedro 5.10:
“E o Deus de toda a graça que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido um pouco, Ele mesmo vos haverá de reabilitar, confirmar, fortalecer e alicerçar. A Ele seja o domínio para todo sempre. Amem”.
Como aprendi ainda bem pequena, mas minha alma custa a entender... nossa casa não é aqui, somos peregrinas!!! Até que Ele venha!!!!
Com muito carinho ...


Simone Galvão



Simone é casada com o pr. Nelson Galvão (Diretor Acadêmico  do Pregue a Palavra) e mãe do Mateus. E formada em Teologia, pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia clínica.
É  editora do blog Mulher da Palavra e tem atuado com o discipulado de mulheres mais novas, solteiras e casadas, auxiliando-as no entendimento da feminilidade à luz das Escrituras.




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