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Perdoada, Perdoando e Livre! por Nancy DeMoss Wolgemuth

abril 10, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments




Há algum tempo atrás, numa conferência, uma mulher veio ao microfone e contou como, catorze anos antes, sua filha, já adulta, havia sido perseguida e depois cruelmente assassinada por um homem. A mulher virou-se para mim em frente de toda a congregação e começou a abrir seu coração. “Tenho odiado este homem há catorze anos e agora você me diz que tenho que perdoar?” ela perguntou. Com sofrimento, ela questionou: “Como posso perdoá-lo? Como?”

Os detalhes de cada uma das nossas vidas são diferentes, mas vez ou outra nos fazemos esta pergunta: Como posso perdoar?
Vamos dar uma olhada em algumas percepções bíblicas sobre a questão do perdão.
Todos São Feridos  
Em primeiro lugar, temos que perceber que todos serão feridos. É inevitável. Não há como impedir.
Você pode ter sido ferida por um amigo de confiança que mentiu pra você. Você pode ter sido ferida por um professor na escola ou na faculdade que lhe envergonhou na frente da turma. Você pode ter sido ferida por um pai ou mãe que era cruel, abusivo ou que não sabia como expressar amor. Ou pode ter sido alguém que machucou seus filhos.  Talvez seja um filho ou filha que se rebelou e voltou-se contra você.  Quem sabe foi um empregador que agiu incorretamente contra você ou um amigo. Ou ainda alguém que roubou sua inocência moral e usou você sexualmente de modo que era pecaminoso e inadequado. Você pode ter sido ferida por seu marido, que quebrou os votos de casamento e não foi fiel a você. A lista de feridas em potencial é interminável.
Em muitos casos, a dor vem da raiva. Já foi dito que o animal mais perigoso é o animal ferido. Eu penso que esta é uma boa imagem do que estamos vendo nos lares, nas comunidades e nas escolas hoje. As pessoas que foram feridas instintivamente tendem a ferir as outras.
As mulheres hoje falam do quanto estão zangadas – com os maridos, com os filhos, com o pastor e, por fim, com Deus. Tais feridas, guardadas e protegidas, tal amargura armazenada, transformou-se em raiva, ódio, vingança e, às vezes, violência.
Embora não possamos evitar sermos feridos, a coisa importante a lembrar é que o resultado de nossas vidas não é determinado pelo que acontece conosco. Nada que alguém lhe fez ou fará pode determinar o que você se tornará. O que foi feito pode afetar sua vida, mas não pode determinar o resultado de sua vida. O resultado das nossas vidas não é determinado pelo que acontece conosco, mas sim por como respondemos ao que acontece conosco.
Duas Maneiras de Responder às Feridas
A primeira maneira de responder e a maneira que a maioria das pessoas escolhe é o que chamamos de tornar-se um cobrador de dívidas. A mentalidade do cobrador de dívidas é: “Esta pessoa me fez mal; ela me deve, então vou mantê-la refém e colocá-la na prisão dos devedores até ela me pagar.” Esta maneira de responder leva ao ressentimento, amargura e ira – este é o caminho da retaliação. É aí que muitos vivem suas vidas hoje. O caminho da retaliação é um desejo secreto e sutil de vingança. Nós não podemos retaliar com armas, mas o fazemos com olhares, atitudes e palavras.
Por fim, estas sementes de amargura e ressentimento provavelmente crescerão e produzirão uma colheita múltipla, não apenas na sua vida, mas também na vida dos seus filhos e dos filhos deles e da geração seguinte.
A segunda maneira de responder é escolher liberar o ofensor da prisão. Nós escolhemos perdoar, não porque o ofensor merece ser perdoado ou pediu isso, mas por causa da graça de Deus, derramada sobre nós, que então podemos derramar sobre os outros. Este é o caminho para a reconciliação.
Nosso Deus é um Deus de reconciliação. Ele tomou a iniciativa de se reconciliar conosco. Nós éramos seus inimigos, estrangeiros, pecadores. Nós odiávamos a Deus. Não buscávamos a Ele. Não procurávamos por Ele, mas Ele veio nos buscar como o cão de caça celestial, atrás dos nossos corações, atrás da reconciliação. E Ele nos chama, em Seu nome, para iniciar a reconciliação em nossos relacionamentos.
O Que É Perdão?  
O perdão não é um sentimento. É uma escolha, um ato da vontade. Se eu esperar até que sinta vontade de perdoar, antes de fazê-lo, pode ser que nunca perdoe. Nós não devemos esperar por nossas emoções mas, sim, escolher obedecer a Deus. Então, no tempo certo, Deus fará com que nossas emoções alcancem as escolhas certas.
Segundo, Deus nos ordena que perdoemos, independente dos nossos sentimentos e do que foi feito contra nós. Em Marcos 11.25, Jesus nos diz “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados".

Se tiverem alguma coisa contra alguém”— isso inclui basicamente toda e qualquer ofensa, não é? Quando você vier ofertar suas orações a Deus, antes de orar, se tiver algo contra qualquer pessoa, há um passo que precisa ser dado antes: perdoar. Jesus disse que devemos perdoar para que nosso Pai celestial possa perdoar nossos pecados.
Terceiro, perdoe como Deus nos perdoou pelas maneiras com que pecamos contra Ele. Como Ele nos perdoou por tirar a vida de seu Filho? O Salmo 103.12 diz “e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.” Ele não lida conosco conforme merecemos devido aos nossos pecados; pelo contrário, lida com misericórdia e bondade. Sua misericórdia para conosco é infinita, incondicional, completa e imerecida.
O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. É assim que Deus nos perdoa. Ele não esperou até que merecêssemos para conceder perdão. Ele nos perdoou antes que pensássemos em buscá-lo.
Já que o Seu perdão, estendido a nós, é infinito, incondicional e excelente, esta é a medida de perdão que podemos estender aos outros. A pessoa que não é cristã não tem realmente capacidade de perdoar; a pessoa que nunca experimentou o amor e o perdão de Deus. Mas se você é um filho de Deus, se você foi lavado pelo sangue de Jesus, se você experimentou Seu perdão, então você pode ofertar o mesmo perdão aos outros.
Em quarto lugar, o perdão é uma promessa. É uma promessa de nunca trazer tal pecado diante do ofensor outra vez – nem pra Deus, nem pra ele, ou pros outros. É uma promessa de limpar a ficha do ofensor.
Eu não sei muito sobre computadores. Mas uma coisa que eu aprendi do modo mais difícil foi o significado da tecla “delete”. Eu já tive a triste experiência de passar um tempão trabalhando num documento e então apertar a tecla delete por acidente. O que aconteceu com o documento? Sumiu. Perdoar é apertar a tecla delete. É limpar a ficha daquele que pecou contra nós.
Agora, isso não quer dizer que a pessoa nunca pecou. Apenas quer dizer que você está zerando a história, de modo que ela não lhe deve mais nada por causa destes pecados. Você está prometendo nunca jogar isso na cara da pessoa de novo.
Como posso esperar que o mundo acredite que a graça de Deus é tão maravilhosa e tão disponível se nós, que afirmamos ter sido perdoadas, nos recusamos a perdoar os outros? Nossa falta de perdão rouba a nossa credibilidade. Não é de se admirar que as pessoas não estejam batendo nas nossas portas para entrar nas nossas igrejas. Elas nos conhecem. Elas trabalham conosco, moram perto de nós. E escutam o modo como falamos sobre aqueles que feriram os outros e que nos feriram. Também ouvem a amargura, raiva e ressentimento que vêm à tona quando tais nomes e situações surgem. Elas não veem em nós a graça e o perdão de Deus. Consequentemente, estas pessoas não têm nenhum interesse no que oferecemos.
Sem perdão, você e eu não somos muito diferentes do mundo não crente. Eu acredito que quando começarmos a demonstrar o perdão bíblico, nossa mensagem finalmente se tornará crível para o nosso mundo.

Nancy Demoss Wolgemuth


Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com. 
Traduzido com permissão. 
Título original:  Forgiven.
Tradução: Viviane Andrade





Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 



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