Casamento,
O deserto. por Diane Hofer Ellis
O ano de 2017 foi o ano mas repleto de
oportunidades de ministério que eu já tive na minha vida. Que alegria
compartilhar as verdades de Deus encontradas na Palavra de Deus, com mulheres ambas
jovens e maduras, e desenvolver e aprofundar amizades com minhas irmãs em
Cristo! Estava vivendo minha paixão de “ministério para mulheres”. Houve vezes
quando mal tive tempo para respirar entre um evento e o próximo, e com meu
marido também ministrando e viajando. As vezes sentia como se fossemos dois
navios se passando a noite.
No início, o
desgaste do ritmo ministerial não parecia fazer muita diferença na minha vida
intima com Jesus. Mas houve momentos que negligenciei meu tempo na Palavra,
para focar num projeto ou numa mensagem que estava no calendário. Afinal,
estudar a Palavra para preparar para uma conferência significava "estar na
Palavra", né?
Depois de alguns
meses de negligenciar meu relacionamento com meu Pai, comecei a sentir a
distância, mas não houve tempo para parar e me reorientar! Comecei a me sentir
frustrada com a falta de vitalidade espiritual, mas no ritmo da minha vida, não
houve tempo para o reajuste. Ao mesmo tempo, comecei a sentir que meu
relacionamento com meu marido, Mark, estava se tornando cada dia mais
estressado. Não tive paciência para lidar com pequenas irritações e inconveniências
que simplesmente fazem parte da vida. Não tivemos tempo para falar ou reconectar.
Não havia nada grande ou grave que atrapalhou nossa comunhão, mas comecei a
pagar o preço de uma vida desequilibrada.
Quando finalmente
consegui parar e avaliar minha vida, fiquei perplexa com o que eu vi no meu
próprio coração. Comecei a procurar alguém ou alguma coisa que eu poderia culpar.
Como que os dois relacionamentos mais importantes na minha vida se tornaram tão
insatisfatórios? Sabendo que não podia culpar Deus, inventei muito para criticar
o meu querido marido. Coitado, ele estava totalmente despreparado pelo meu
espírito crítico e insatisfação!
Na misericórdia
de Deus, Ele abriu meus olhos para enxergar o engano em meu próprio coração.
Esta distancia que eu estava sentindo não foi a culpa de Mark nem a de Deus! Foi
o resultado da minha própria negligência da minha intimidade com Cristo, o
noivo da Igreja, e com Mark, meu marido conjugal. Passo por passo, a negligência
provocou distância, ressentimento e apatia.
O caminho para a
restauração começou quando confessei meu pecado e minha condição espiritual aos
dois. Ambos me perdoaram e a intimidade foi restaurada. Meu tempo na Palavra é
mais uma vez doce e refrescante; meu relacionamento com meu marido está mais
uma vez no caminho certo.
Então, o que eu
aprendi com essa experiência? Eu percebi que não posso separar os dois
relacionamentos mais importantes da minha vida. Meu relacionamento com Deus
afeta diretamente meu relacionamento com meu marido. Meu relacionamento com
Mark afeta diretamente meu relacionamento com Deus. Um reflete o outro. Isto é o
design de Deus. O casamento deve ser um reflexo da realidade mais profunda da
relação de Cristo com a Igreja. Então, quando não estou num bom lugar com meu
marido, como posso dizer que estou num bom lugar com Deus? (1 João 2: 9-11) E
se eu não estou num bom lugar com Deus, posso ter certeza de que, mais cedo ou
mais tarde, isso afetará a maneira como eu respondo ao meu marido e o resultado
não será bom.
O inverso também
é verdade, felizmente. No momento em que eu esteja disposta a me humilhar
diante de meu Pai Celestial, Sua graça está disponível para me ajudar a
restaurar meu relacionamento com meu marido. E quando estiver disposta a me
humilhar diante do meu marido, Deus, na Sua misericórdia, também está ali
pronto para restaurar minha intimidade com Ele. Assim, não tenho que viver uma
mentira, fingindo que tudo está bem, porque dia apos dia estou deixando Deus
tratar meus pecados e me purificar.
Talvez no início
de 2018, você vá se encontrar num deserto, ou espiritual ou matrimonial. Se
você for como eu, você não estará satisfeita de deixar sua vida continuar
assim. Eu tenho uma ética pessoal que não vou viver como hipócrita, então era
ou tratar disso, ou desistir. E sabemos, minhas irmãzinhas, que desistir na
vida realmente não e uma opção para as filhas de Deus!
Então, o que
podemos fazer para evitar isso? Desde que a pergunta é complexa, as repostas
são múltiplas, mas minha experiência de viver na loucura de atividades destaca essa:
quando Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, Ele não descansou
porque foi Ele que precisou descansar. Ele descansou para nos dar um padrão de
vida saudável. Somos seres físicos, emocionais e espirituais. Precisamos de
descanso habitual em cada uma dessas áreas. Planeje na sua agenda tempo para
descansar fisicamente. Se você passa muito tempo na sua escrivaninha, separe um
tempo para descansar sua mente. Se sua vida é muito ativa, tome tempo para
descansar seu corpo. Se você está passando por turbulência emocional, procure
maneiras para relaxar e encontrar alegria no meio da turbulência. Separe tempo
para renovar sua vida espiritual também. Separe tempo para fortalecer sua união
emocional, espiritual e física com seu marido. Deus sabe que somos apenas
"pó". Ele conhece nossas necessidades. Deixe espaço na sua vida para
deixá-lo reabastecer-se com o Seu Espírito.
E se o inevitável
acontecer, e você se encontrar longe do seu marido ou longe do seu Pai, volte
para a fonte da vida e confesse seus pecados mais uma vez. Deus é sempre fiel e
justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça, e um
bom marido seria igual. Amém!!!
Diane Hofer Ellis
Missionária americana servindo a mais de 20 anos no Brasil. Casada com o pr. Dr. Mark Ellis e mãe de cinco filhos, 3 noras e 8 netos. Seu ministério foca o mentoreio de mulheres mais novas.
Diane é escritora do blog Mulher da Palavra e da palestras em igrejas sobre feminilidade bíblica.
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