
Feminilidade,A Essência da Feminilidade - PARTE II. por Elizabeth Elliot
Elizabeth Elliot
A Essência da Feminilidade - PARTE II. por Elizabeth Elliot
março 20, 2018
Mulher da Palavra
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A teologia
feminista de cristãos (veja que não posso chamá-la “teologia cristã feminista”)
é uma cama de Procrusto[1]
na qual a doutrina e os fatos básicos da história da natureza humana e sua
história, sem falar na própria Bíblia, são arbitrariamente esticados ou
amputados para encaixarem-se nela. Por que, eu pergunto, uma teologia feminista
começa com as respostas? Uma mulher que falou sobre “Uma Abordagem Bíblica ao
Feminismo” definiu sua tarefa (imensa, na minha opinião) como uma tentativa de
interpretar a Bíblica de modo favorável à causa da igualdade (Virginia Ramey
Mollenkott no Encontro Evangélico de Mulheres, em Washington, DC, em novembro
de 1975). A “interpretação” exigia uma revisão detalhada das doutrinas da
criação, do homem, da Trindade e a inspiração das Escrituras, bem como a
reconstrução da história religiosa, com o objetivo de purgar cada um destes do que
foi chamado uma conspiração patriarcal contra as mulheres. Por que as
feministas deveriam substituir a gloriosa visão hierárquica de bem-aventurança
por um ideal decrépito e incoerente que achata todos os seres humanos num único
nível – um deserto sem rosto, sem cor, sem sexo, onde regra e submissão são
consideradas uma maldição, onde os papéis dos homens e mulheres são tratados
como peças intercambiáveis de máquinas, substituíveis e ajustáveis, onde sentir-se
completo seja uma mera questão de política e coisas como igualdade e direitos?
Este é um
mundo pelo qual os poetas nunca aspiraram, que a literatura das eras não viu de
algum modo, um mundo que não leva em consideração o mistério. A igreja alega
ser a portadora da revelação. Se estiver correta, como C.S. Lewis afirma,
deveríamos esperar encontrar na igreja um “elemento que os não crentes chamarão
de irracional e os crentes chamarão de supra racional. Deve haver algo nela que
lance um nevoeiro sobre a nossa razão e não ao contrário... Se nós a abandonarmos,
se retivermos apenas o que pode ser justificado pelos padrões da prudência e
conveniência diante do senso comum iluminista, então trocaremos a revelação
pela velha assombração da Religião Natural”.[2]
A visão
cristã brota do mistério. Todo princípio importante de nosso credo é um
mistério – revelado, não explicado –
afirmado e aprendido apenas pela faculdade da fé. A sexualidade é um mistério
representando o mais profundo mistério que temos conhecimento: o relacionamento
de Cristo e Sua igreja. Quando lidamos com masculinidade e feminilidade,
estamos lidando com “as sombras vívidas e horríveis das realidades
completamente fora do nosso controle e amplamente além do nosso conhecimento
direto”, como afirma Lewis[3].
Não podemos, ao mesmo tempo, engolir a doutrina feminista de que a feminilidade
é um mero condicionamento cultural, de estereótipos perpetuados pela tradição,
ou um produto de um enredo nefasto tecido por machos em alguma reunião de
comitê pré-histórico.
Por favor,
não me entenda mal. Nós devemos e, de fato, desprezamos os estereótipos que
debocham das distinções divinas. Nós lamentamos os abusos impingidos por homens
contra mulheres – e não nos esqueçamos, por mulheres contra homens, pois todos
pecaram – mas será que nos esquecemos dos arquétipos?
Estereótipo é uma palavra usada de modo
depreciativo para denotar uma noção ou padrão convencional. Um arquétipo é o
padrão ou modelo original, que engloba a essência das coisas e reflete de algum
modo a estrutura interna do mundo. Eu não estou aqui para defender os
estereótipos femininos, mas para tentar focar no Padrão Original.
A primeira
mulher foi feita especificamente para o primeiro homem, uma ajudadora, para
atender, responder, se render e complementar a ele. Deus a fez a partir do homem, do seu próprio osso e
então, trouxe-a para o homem. Quando Adão deu nome a Eva, ele aceitou a
responsabilidade de ser o marido dela – sustentar, cuidar e protegê-la. Estas
duas pessoas juntas representam a imagem de Deus – uma delas, de um modo
especial, o que iniciou a outra que respondeu. Nem um nem outro, enquanto
estavam sozinhos, eram adequados para sustentar a imagem divina.
Deus pôs
estes dois num lugar perfeito e – você conhece o resto da história. Eles rejeitaram
sua humanidade e usaram a liberdade dada por Deus para desafiá-Lo, decidiram
que não queriam ser meros homem e mulher, mas deuses, clamando para si o
conhecimento do bem e do mal, um peso muito grande para os seres humanos
suportarem. Eva, na sua recusa de aceitar a vontade de Deus, recusou sua
feminilidade. Adão, cedendo à sugestão dela, abdicou de sua responsabilidade
masculina por ela. Foi o primeiro exemplo do que reconheceríamos agora como
“inversão de papéis”. Esta desobediência desafiadora arruinou o padrão original
e as coisas tornaram-se uma tremenda bagunça desde então.
Mas Deus não
abandonou suas criaturas teimosas. Em Seu inexorável amor Ele demonstrou
exatamente o que tinha em mente chamando a Si mesmo de Noivo – o iniciador,
protetor, amante – e Israel de Sua noiva, Sua amada. Ele a resgatou, chamou-a
pelo nome, a cortejou e conquistou, chorou por ela quando esta se prostituiu
atrás de outros deuses. No Novo Testamento, encontramos o mistério do casamento
mais uma vez expressando o inexpressível relacionamento entre o Senhor e Seu
povo, o marido representando Cristo e seu lugar de Cabeça, a esposa como a
igreja e sua submissão. A imagem inspirada pelo Espírito não é para ser
embaralhada e redistribuída de acordo com nossos caprichos e preferências. O
mistério deve ser manipulado não apenas com cuidado, mas também com reverência
e temor.
A história
do Evangelho começa com o Mistério da Caridade. Uma jovem é visitada por um
anjo, recebe a notícia chocante de que vai tornar-se mãe do Filho de Deus.
Diferente de Eva, cuja resposta para Deus foi calculada e egoísta, a resposta
da virgem Maria não mostrou hesitação alguma a respeito de riscos, perdas ou
interrupções dos seus próprios planos. É uma doação total e incondicional de si
mesma: “Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1.38). Isto é o que eu entendo
ser a essência da feminilidade. A rendição.[4]
Pense
numa noiva. Ela entrega sua independência, seu nome, seu destino, sua vontade,
a si mesma, para o noivo no casamento. Esta é uma cerimônia pública, diante de
Deus e das testemunhas. Então, no quarto do casamento, ela entrega o seu corpo,
seu dom imensurável da virgindade, tudo que havia sido escondido. Quando se
torna mãe, faz outra rendição – é a vida dela pela vida do filho. Isto é nos
níveis mais profundos, aquilo para que a mulher foi criada, casada ou solteira
(e a vocação especial da virgem é render-se para o serviço do seu Senhor para a
vida do mundo).
O
espírito dócil e tranquilo do qual Pedro fala, qualificando-o “de grande valor
para Deus” (1 Pedro 3.4), é a verdadeira feminilidade, que encontrou sua
síntese em Maria, na disposição de ser apenas um vaso, escondido, desconhecido,
exceto por ser a mãe de Alguém. Este é o verdadeiro espírito materno, a
verdadeira maternidade, tão ausente, ao menos para mim, dos anais do feminismo.
“Quanto mais santa é a mulher”, escreveu Leon Bloy, “mais ela é mulher”.
A
feminilidade recebe. Ela diz “Que
faça-se em mim segundo a tua vontade” (Lucas1.38). Ela recebe o que Deus dá –
um lugar especial, uma honra e glória especiais, diferentes daquela da
masculinidade – com o objetivo de ajudar. Em outras palavras, nós, mulheres,
temos que receber o que é dado, assim como Maria o fez, e não insistir no que
não foi dado, como Eva fez.
Talvez
as mulheres excepcionais da história tenham recebido um dom especial – um
carisma – porque elas se fizeram nada. Eu penso em Amy Carmichael, por exemplo,
outra Maria, porque ela não teve ambição por nada além da vontade de Deus.
Portanto, sua obediência, seu “Que faça-se em mim” teve um impacto
incalculavelmente profundo no século vinte. Ela recebeu poder, assim como o seu Mestre, porque ela se fez nada.
Eu seria a
última a negar que as mulheres recebem dons que elas têm que exercitar. Mas nós
não devemos ser gananciosas, insistindo em ficar com todos eles, usurpando o
lugar dos homens. Nós somos mulheres e meu apelo é Deixe-me ser uma mulher, completamente santa, não pedindo por nada
além do que Deus quer me dar, recebendo com as duas mãos e com todo o meu
coração o que quer que seja. Nenhum argumento seria necessário se todas
compartilhássemos o espírito daquela “bendita entre as mulheres”.
O mundo
busca felicidade através da autoafirmação. O cristão sabe que a alegria é
encontrada no autoabandono. “Porque
aquele que quiser salvar a sua vida”, Jesus disse, “perdê-la-á, e quem perder a sua vida por
amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 16.25) A verdadeira liberdade de uma mulher
cristã está do outro lado de um pequeno portão – obediência humilde – mas o
portão leva a uma amplitude de vida com a qual as libertadoras do mundo nunca
sonharam, a um lugar onde a diferenciação entre os sexos dada por Deus não é
ofuscada, mas celebrada, onde nossas “não igualidades” são vistas como
essenciais à imagem de Deus. Pois é em macho e fêmea, em que macho é macho e
fêmea é fêmea, não como duas metades iguais e intercambiáveis, que a imagem é
manifesta.
Encobrir
coisas tão profundas é privar as mulheres da resposta central ao clamor dos
seus corações: “Quem sou eu?” Ninguém a não ser o Autor da História pode
responder a este clamor.
[1] Nota de Tradução: Procrusto (da mitologia grega) era um
bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma
cama de ferro, que tinha seu exato tamanho, para a qual convidava todos os
viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o
excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura
eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Uma vítima nunca se
ajustava exatamente ao tamanho da cama porque Procusto, secretamente, tinha
duas camas de tamanhos diferentes.
[2] C. S. Lewis, “Priestesses in the Church?” em God in the Dock: Essays on Theology and
Ethics, ed. Walter
Hooper (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1970), p.238.
[3] Ibid.,
p. 239
[4]
Não quero que pensem que estou recomendando que a mulher se renda à males como
coerção ou violência.
Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com.
Traduzido com permissão.
Título original: The Essence of Femininity: A Personal Perspective
Tradução: Viviane Andrade
Elisabeth Elliot, nascida em 21 de dezembro de 1926, é uma escritora e palestrante cristã. Seu primeiro marido, Jim Elliot, foi morto no início de 1956, ao tentar fazer contato com os Auca (atualmente conhecidos como Waorani), no leste do Equador. Mais tarde ela viveu dois anos como missionária entre os membros da tribo que assassinou seu marido.
É autora, entre outros livros, de Let Me Be a Woman, Keep a Quiet Heart, Secure in the Everlasting Arms, Passion and Purity e Faith That Does Not Falter.
É autora, entre outros livros, de Let Me Be a Woman, Keep a Quiet Heart, Secure in the Everlasting Arms, Passion and Purity e Faith That Does Not Falter.
DianeEllis,Sua Nova Identidade em Cristo. por Diane Hofer Ellis
Diane Hofer Ellis
Missionária americana servindo a mais de 20 anos no Brasil. Casada com o pr. Dr. Mark Ellis e mãe de cinco filhos, 3 noras e 8 netos. Seu ministério foca o mentoreio de mulheres mais novas.
Sua Nova Identidade em Cristo. por Diane Hofer Ellis
março 13, 2018
Mulher da Palavra
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Existem duas realidades nas extremidades opostas que mexem com nossa
identidade como mulheres em Cristo: 1) Deus nos fez á Sua imagem e semelhança (Genesis
1.26-27) para sermos as coroas da criação, lindas e perfeitas, para existirmos
em harmonia perfeita com nosso Deus; e 2) Por causa da profundidade da
depravação causada pelo pecado, somos mulheres com cavernas escuras de ciúmes,
raiva, egoísmo, magoas... pecadoras que nos transformaram em espelhos
quebrados, distorcendo completamente a imagem que Deus desejava.
Em outras palavras, fomos criadas para sermos perfeitas, mas somos
miseráveis por causa do pecado.
Essas duas verdades podem nos deixar desesperadas, pois todos os dias vemos
a lei do pecado atuando em nossos corpos. Cada vez que perco a paciência com
meus filhos, cada vez que não mostro respeito para com meu marido, cada vez que
me torno rabugenta—sou como espelho quebrado que não reflete nada da magnificente
glória de Deus, para qual fomos feitos. Mas sei, minha querida, que nosso
desejo de mulheres de Deus é que reflitamos Sua glória de uma forma digna e
completa, e não apenas de um pequeno fragmento distorcido.
Há esperança nesta vida para voltarmos ao plano que Deus tinha para nós?
Há, SIM! Achei muito interessante que além do homem e da mulher serem a imagem
de Deus em Genesis, existe uma outra pessoa que a Bíblia fala que é a imagem do
Deus invisível. Colossenses 1.13-15 diz que Deus “nos resgatou do domínio das
trevas e nos transportou para o Reino do seu filho amado, em quem temos a
redenção, a saber, o perdão dos pecados. Ele (este filho amado, Cristo) é a imagem do Deus invisível”! Adão e
Eva falharam, nós falhamos. Mas Cristo não falhou! Então Ele é o homem perfeito
para fechar o fosso entre as duas extremidades opostas.
O livro de Colossenses nos ensina sobre nossa posição de estar “em
Cristo”. O que significa estar “em Cristo” e quais são as implicações praticas
que devem afetar nossas vidas de uma forma profunda? Como portador da imagem de
Deus, e de acordo com o que Colossenses 2.9 fala, “em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade”--toda
riqueza do pleno entendimento, todos os tesouros da sabedoria, e entendimento
de Deus estão dentro do corpo de Cristo. Sei que isso não é novidade para nós.
Mas o que me surpreende é o seguinte: quando recebemos Cristo Jesus pela fé,
fomos colocadas EM Cristo. Deus nos posicionou no meio dessa riqueza,
entendimento e sabedoria. Como diz Col. 2.10, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, nós recebemos a plenitude. Imagina
um neném no útero da sua mãe. O neném está dentro do corpo da sua mãe. No corpo
dela há tudo que o neném precisa para crescer--todos os nutrientes, sangue, água:
tudo! O neném não somente tem contato com sua mãe. Ele está dentro da sua mãe, completamente
submerso nas águas do útero e conectado pelo cordão umbilical para poder se desenvolver.
O neném não é a mãe, mas está dentro
dela, recebendo dela e protegido por ela. Nesta ilustração, o neném somos nós! No
momento em que recebemos a Cristo como Salvador, Deus nos coloca completamente
submersas nele, protegidas, nutridas, e Ele fornece tudo que precisamos para receber toda a plenitude da divindade
também! Não somente isso, como diz Colossenses 3.3, “agora a sua vida está
escondida com Cristo em Deus”. Quer dizer, nós estamos em Cristo, e Cristo está em
Deus, e então, estamos com Cristo em Deus.
Que lugar de proteção e segurança dupla!!
Tudo isso tem implicações profundas para nossas vidas, queridas. Você
pode se despir de toda aquela lista de pecados em Colossenses 3.5, 8 de
imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância (que é
idolatria), ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no
falar e pode revestir de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência e
amor. Essas são as qualidades de uma mulher que reflete Jesus no dia a dia. Quando
você precisa de paciência com seus filhos, essa paciência não vem de vocês, mas
sim, das riquezas que tem em Cristo. Basta “sugar” dele. Quando você tem medo,
você pode lembrar onde você está—dentro do lugar protegido de Cristo. No
momento de sentir raiva, você não precisa ceder à raiva, mas em vez disso, pode
se entregar ao Cristo. Você tem uma nova identidade em Cristo que define seus parâmetros de agir. E entregando a Sua vida,
você vai ter as condições de agir e reagir de forma correta. “...visto que
vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram
do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador” (Colossenses 3.9-10). Não tem que pensar mais
nas duas extremidades da 1)perfeição antes da queda e 2)sua depravação depois,
mas pode lembrar que em Cristo você
encontrará tudo que precisa para superar qualquer pecado e se tornar a imagem
de Deus. Até na sua dificuldade com submissão! UÉ??? Por que levantar este
assunto de submissão? Porque logo em seguida neste trecho em Colossenses, 3.18
diz “Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como convém a quem está no Senhor”.
Minha querida irmãzinha, uma mulher em
Cristo deve refletir Deus no seu relacionamento com seu marido. E essa
imagem na vida da casada tem a característica de sujeição. Uau!!! Por isso, a sujeição
da mulher é tão importante para Deus. Quando sou submissa ao meu marido, eu
estou refletindo Jesus pois Ele também foi submisso ao Seu Pai. Por isso a submissão
convém a mulher que está no Senhor.
Minhas queridas, que privilégio nobre temos para refletir em forma
feminina o nosso Deus! Quanto mais eu sou submissa ao meu marido, mais reflito
meu Senhor. Você topa? Eu topo! Pois isto é uma maneira que podemos expressar
gratidão ao nosso Salvador. Ele deu Sua vida para nos livrar das cavernas
escuras do pecado e nos colocar no alto, onde Cristo está assentado à direita
de Deus. Que levemos a sério nossa nova identidade “em Cristo” pela honra e
exaltação do Senhor!

Diane é escritora do blog Mulher da Palavra e da palestras em igrejas sobre feminilidade bíblica.
Feminilidade,A Essência da Feminilidade - PARTE I. por Elizabeth Elliot
A Essência da Feminilidade - PARTE I. por Elizabeth Elliot
março 02, 2018
Mulher da Palavra
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março 02, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments
As feministas são dedicadas à
premissa de que a diferença entre homens e mulheres é uma mera questão
biológica. O resto de nós reconhece uma realidade bem mais profunda, que nos
coloca num plano totalmente diferente de meras distinções anatômicas. Tal diferença
é insondável e indefinível, embora homens e mulheres tenham tentado, sem
cessar, sondá-la e defini-la. Ela é inevitável e inegável; mesmo assim, nas
últimas décadas, esforços bem-intencionados têm sido feitos em nome da
decência, igualdade e justiça, pelo menos para evitá-la e, quando possível,
negá-la. Eu me refiro, é claro, à feminilidade – uma realidade do design divino
e da criação de Deus, Seu dom para mim e para todas as mulheres – e, de um modo
bem diferente, Seu dom para os homens também. Se nós realmente compreendêssemos
o que é de fato a feminilidade, talvez a questão dos papéis se resolvesse sozinha.
O que eu tenho a dizer não é validado por eu ter um diploma ou uma posição numa
faculdade ou na administração de uma instituição de aprendizado de ensino
superior. Nem pelas minhas inclinações genéticas ou temperamento. Pelo
contrário, é o que eu vejo como o arranjo do universo e da total harmonia e tom
das Escrituras. Este arranjo é uma ordem hierárquica gloriosa de esplendor
gradual, começando com a Trindade, descendo através dos serafins, querubins,
arcanjos, anjos, homens e todas as criaturas menores, uma dança universal,
coreografada para a perfeição e realização de
cada participante.
Durante
anos, eu observei com descontentamento crescente, até mesmo angústia, o que tem
acontecido com nosso sistema educacional, nossas igrejas, nossos lares e mesmo
os níveis mais profundos da personalidade, como resultado de um movimento
chamado feminismo, um movimento que confere grande consideração à qualidade de
ser uma pessoa, mas muito pouco à qualidade de ser uma mulher, e quase nenhuma
atenção à qualidade de ser feminina. Termos como “ser um homem” e masculinidade
foram eliminados de nosso vocabulário e nós fomos ensinados, sem nenhuma
hesitação, a esquecer tais coisas, que não são nada mais que aspectos da
Biologia e a nos concentrarmos no que significa ser “pessoas”.
Através dos
milênios da história humana, até as duas últimas décadas, mais ou menos, as
pessoas davam como certas que as diferenças entre homens e mulheres eram tão
óbvias que nem havia necessidade de pontuá-las. Eles aceitavam as coisas como
eram. Mas nossas conclusões serenas têm sido atacadas e confundidas e perdemos
nossos suportes num nevoeiro de retórica de uma
coisa chamada igualdade, de modo que me encontro na posição desconfortável e
cansativa de ter que explicar a pessoas de certo
nível de instrução o que um dia foi perfeitamente óbvio para a mais simples das
pessoas.
Deixe-me
fazer uma confissão. Quase tudo que constitui um ponto polêmico na vida
americana moderna é visto por mim a partir do vantajoso ponto dos mais simples, da cultura da Idade da Pedra, na qual eu já vivi. “Por
que tanta confusão? Como explico para eles?” Esta perspectiva exótica, de certo
modo, lança uma luz mais clara sobre os temas básicos que me ajudam a avaliar
estes problemas.
Por anos eu
vivi com índios numa selva da América do Sul, que expressavam sua masculinidade
e feminilidade de várias maneiras, que não fingiam que era possível
negligenciar tais diferenças e onde não havia discussão sobre papéis. A
feminilidade da mulher era uma profunda consciência de para que ela foi criada.
Tal ideia era expressa em tudo que ela fazia de modo diferente dos homens,
desde o penteado e roupas (se ela usasse alguma), até a maneira como sentava e
o trabalho que fazia. Qualquer criança sabia que as mulheres teciam redes,
faziam potes e pegavam peixes com suas próprias mãos. Também que elas limpavam
o matagal, plantavam e carregavam os fardos mais pesados. Já os homens cortavam
árvores e caçavam, pescavam com redes e lanças e não carregavam nenhum peso se
houvesse uma mulher por perto. Ninguém reclamava de nada. Estas
responsabilidades não eram uma escolha, não eram intercambiáveis, nem iguais. Ninguém
pensava em poder, prestígio ou competição. Ninguém falava de papéis. Era assim
que as coisas eram.
Uma vez,
naquele jeito que os estrangeiros têm de estragar as coisas, eu criei uma
confusão, quando peguei a lança de 2,5m de um homem e fingi que ia lançá-la.
Eles quase morreram de tanto rir. Se não tivessem encarado como uma piada, eu
estaria em sérios apuros. As mulheres não têm que se meter com lanças. O poder
delas não vinha de serem iguais aos homens, mas de serem mulheres. Os homens
eram homens e as mulheres estavam felizes com isso. Elas compreendiam que era
assim que as coisas foram arranjadas originalmente e gostavam que fosse assim.
Tal
perspectiva, entre outras coisas, convenceu-me de que este negócio civilizado
de “papéis” é quase sempre, para ser bem sincera, uma luta por poder. Ao voltar
para meu país e ouvir muitos diálogos sérios sobre os papéis da mulher nisto ou
naquilo, eu percebi que “isto ou aquilo” nunca foi a respeito de pescar ou
cultivar a terra, escrever um livro, dar à luz um bebê, mas sempre algo que
tocava de algum modo nas questões de autoridade, poder, competição ou dinheiro e
não no significado da sexualidade, um assunto mais vasto e importante. Na
política, em grandes negócios, na educação superior, o feminismo é discutido
com frequência. Mas a feminilidade? Nunca. Talvez não deva ser uma surpresa que
uma educação secular mais elevada tenha, há muito tempo, descartado a imagem da
feminilidade como totalmente irrelevante para qualquer coisa que realmente seja
importante, mas é uma calamidade que a educação superior cristã siga o mesmo
padrão. E isto é o que está acontecendo. Um pouco antes de morrer, Francis
Schaeffer disse “Me diga o que o mundo está dizendo hoje e eu lhes direi o que
a igreja estará dizendo daqui a sete anos.”
É minha
observação – e, deixe-me adicionar, minha experiência – que a educação cristã
superior, andando alegremente no trem das guerreiras feministas, está disposta
e ansiosa para tratar o assunto do feminismo, mas amordaça o termo
feminilidade. Talvez considere o assunto trivial ou indigno de busca acadêmica.
Talvez a razão verdadeira seja que sua premissa básica é o feminismo. Desse
modo, simplesmente não pode suportar a feminilidade.
A filosofia
secular vem a nós diariamente com força terrível e precisamos da exortação de
Paulo aos cristãos romanos. “Não vivam como vivem as
pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa
mudança da mente de vocês.” (Romanos 12.2, NTLH). A filosofia feminista, que
soa tão racional na superfície, é um veneno delicado e penetrante, infectando a
mente dos cristãos e não cristãos. Fiquei impressionada ao encontrar em uma
publicação acadêmica secular, o The
Intercollegiate Review (de 1987), uma crítica ferrenha intitulada “A
Barbárie do Programa Feminista”, na qual a autora, Carol Iononne, expôs a
motivação política do feminismo, a supressão de dados no serviço da política
feminista, a defesa especial e as contradições embutidas.
A autora citou o
processo que a Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (Equal Employment
Opportunity Comission) abriu contra a Sears, Roebuck and Company, a maior
empresa empregadora de mulheres do país, com acusações de discriminação contra
as mulheres por causa do elevado número de homens promovidos às comissões de
vendas. Depois de onze anos ajuntando evidências para seu caso, a COIE não
encontrou nem uma testemunha para afirmar que tinha sido vítima de
discriminação. Pela primeira vez na história deste tipo de processo, a Sears
resolveu contra-atacar, afirmando que não havia mulheres suficientes dispostas
a aceitar o emprego de comissão, então, fatores diferentes de discriminação
deveriam ser a explicação. Eles tentaram achar um perito na história das
mulheres, mas uma mulher recusou trabalhar com eles, afirmando que jamais
testemunharia contra a COEI, e um homem também o fez, com medo de perder suas
credenciais de feminista. Apenas Rosalind Rosenberg, do Barnard College,
concordou em testemunhar.
Rosenberg argumentou
baseada no fato do registro histórico: homens e mulheres têm interesses,
objetivos e aspirações diferentes. As mulheres não estão tão interessadas em
pneus, máquinas e revestimentos de alumínio quanto os homens. Rosenberg foi
atacada não por causa do conteúdo de
seu testemunho, mas simplesmente por testemunhar. Foi um “ato imoral” e ela foi
chamada de traidora, etc.
O fato de que uma
pessoa ache necessário afirmar num tribunal que homens e mulheres tem
interesses diferentes já mostra o quanto nós caímos no absurdo. Falar de
diferenças verificadas cientificamente na estrutura do cérebro masculino e
feminino ou diferenças endocrinológicas, as quais afetam o comportamento social
de homens e mulheres, é correr riscos de sofrer acusações de machismo,
chauvinismo, estupidez ou como no caso da Dr. Rosenberg, imoralidade.
Elizabeth Elliot
Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com.
Traduzido com permissão.
Título original: The Essence of Femininity: A
Personal Perspective
Tradução: Viviane Andrade
Elisabeth Elliot, nascida em 21 de dezembro de 1926, é uma escritora e palestrante cristã. Seu primeiro marido, Jim Elliot, foi morto no início de 1956, ao tentar fazer contato com os Auca (atualmente conhecidos como Waorani), no leste do Equador. Mais tarde ela viveu dois anos como missionária entre os membros da tribo que assassinou seu marido.
É autora, entre outros livros, de Let Me Be a Woman, Keep a Quiet Heart, Secure in the Everlasting Arms, Passion and Purity e Faith That Does Not Falter.
É autora, entre outros livros, de Let Me Be a Woman, Keep a Quiet Heart, Secure in the Everlasting Arms, Passion and Purity e Faith That Does Not Falter.
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Comentários
- AnonymousAmei este trxto
- AnonymousEu amei está oração. Muito obrigada
- AnonymousMuito bom e necessário 🙌
- Edimilson Antônio da SilvaExcelente material!parabéns. Fui seu aluno no pregue a palavra Nordeste na cidade de Salgueiro e Cabrobo Pernambuco.
- AnonymousMaravilhosa graça, que material fantástico
- AnonymousExelente.
- AnaNão estou conseguindo ler as séries, o que fazer?
- AnonymousObrigada!! Vou orar mais pelo meu marido
- EliaqueoliverMaravilha essa história esse assunto esse apostolado esse conhecimento disponível conhecer acerca do eterno feminino da auxiliadora da mulher magnífico Parabéns 2 trabalho por essa literatura parabenizar
- Regina FernandesAmei o texto ❤️
- AnonymousIrmã Bianca que conteúdo edificante!!!! AMEI ❤️ que Deus continue abençoando sua vida 🙏🏽
- AnonymousÓtima leitura
- AnonymousE quando a nora faz tudo pela sogra, mas a mesma não a respeita e tem preconceito por ser mais velha do que o filho dela e já ter filhos do relacionamento anterior? O que fazer quando o filho da mamaezinha é apegado ao extremo a ponto da mesma acoitar os erros deste quando ele bateu nos meus filhos e o meu ex veio a pegar guarda dos meus meninos e eu numa tristeza profunda sem dinheiro, sofrendo perseguição no serviço, fui remanejada de função tendo queda no meu salário o que ocasionou minha mud…
- AnonymousQue texto maravilhoso!!
- Felipe BernardinoQue Deus conceda as mulheres sabedoria e discernimento a todas as mulheres! Parabéns pelo estudo!
- AnonymousPalavra linda! Texto muito edificante.
- Helloiza Alonsoótima conteúdo antes de comprar a Bíblia Feminina, gostei muito mesmo, muito completo mesmo
- valentinaótima referencia de bíblia feminina, dicas de qualidade, obrigada mesmo pelo conteúdo compartilhado com tanta excelência!
- valentinaAdorei esse conteúdo! Leiam também a Bíblia sagrada rosa para adiquirir mais conhecimento
- josiane ferreiraAmém Querida! Amei ! Vou ajudar o meu esposo! Ore por mim!!!
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