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Meu filho, o Areópago e Paulo. por Bianca Bonassi Ribeiro
Esse artigo
é uma experiência pessoal, cujo foco é estimular pessoas a encontrarem soluções
verdadeiras e sábias para problemas cotidianos. Ao mesmo tempo, gostaria de
incentivar mais pessoas a se posicionarem no “Areópago” de nossos dias. Simplesmente
porque acredito na suficiência da Bíblia como ferramenta útil, dada por Deus,
para ensinar, repreender, corrigir e instruir na justiça, conforme 2 Timóteo
3.16.
Recentemente,
um de meus filhos estava estudando mitologia grega, na escola, porém o enfoque
estava além do simples apresentar fatos. Havia um forte apelo persuasivo que
estava gerando bastante incômodo ao meu filho. Até que em certo momento ele se
recusou a fazer determinado exercício/trabalho e foi chamado à conversar com a
coordenadora. Neste “bate-papo” com a coordenação foi-lhe pedido um trabalho
sobre um deus grego. Ao chegar em casa, esse meu filho me explicou toda a
história e a missão que ele teria que cumprir. Isto aconteceu numa sexta-feira
e o trabalho deveria ser entregue na segunda-feira. Diante disso, orei
mentalmente pedindo sabedoria e falei que faríamos o trabalho juntos no dia
seguinte. Assim, passei o restante do tempo orando por sabedoria e meditando em
como poderíamos ser sábios e cumprir a tarefa. Foi então que me lembrei de uma
das viagens de Paulo à Grécia, especificamente quando ele foi ao Areópago. Assim
chegamos ao tema do trabalho e consequentemente deste artigo.
Para
desenvolver o trabalho, abri a Bíblia de estudo NVI em Atos 17.16-25 que fala
da experiência de Paulo, no Areópago, meu filho leu esse texto. Na sequência,
perguntei se ele sabia o que era o Areópago e o conduzi a ler o comentário
explicativo, na nota de rodapé. Para então, ele chegar no deus Ares (deus da
guerra e do trovão na mitologia grega). Depois disso, complementamos a pesquisa
com informações da internet, mas no trabalho do meu filho constava o trecho de
Atos 17. 22-24 e assim, sem brigas e discussões, pelo menos a coordenadora e
professora foram expostas à Palavra de Deus e a tarefa foi realizada com
empenho.
No entanto,
esse texto me chamou atenção em vários aspectos que gostaria de compartilhar
aqui. E o convido a ler o trecho apresentado a seguir:
[...] Paulo ficou
profundamente indignado ao ver que a cidade estava cheia de ídolos. [...]
Alguns filósofos epicureus e estóicos começaram a discutir com ele.
Alguns perguntavam: “ O que está tentando dizer esse tagarela?” Outros diziam:
“Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros”, pois Paulo estava
pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição. Então o levaram a
uma reunião do Areópago, onde lhe
perguntaram: “Podemos saber que novo ensino é esse que você está anunciando?
Você está nos apresentando algumas ideias estranhas, e queremos saber o que
elas significam.” Todos os atenienses e
estrangeiros que ali viviam não se preocupavam com outra coisa senão falar ou
ouvir as últimas novidades. Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago
e disse: Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois andando pela cidade, observei
cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta
inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não
conhecerem, eu lhes anuncio (At 17. 16b, 18-23 – grifo meu).
O Areópago
ficava numa colina em Atenas e era um local onde os filósofos da época se
reuniam para estudar e discutir ideias. Tratava-se de um misto de ensino
religioso e secular. Os filósofos gregos epicureus[i]
pertenciam a uma escola fundada por Epicuro por volta de 306 a.C. e tinham como
objetivo principal da vida a busca pelo prazer. Eles acreditavam que a
felicidade era alcançada pelo prazer mental e físico e procuravam evitar o que
causava dor. Enquanto que os estóicos[ii]
(baseados nos ensinos de Zenão no pórtico de Stoa Poikili), outra escola
filosófica, acreditavam que os seres humanos deveriam ser livres das paixões e
governados pela razão. Ao mesmo tempo pensavam que Deus era um espírito
universal e que as pessoas faziam parte dessa razão universal, assim precisavam
encontrar seu lugar certo na ordem natural das coisas. Acima de tudo pregava-se
a auto-suficiência do indivíduo.
Ao estudar
sobre essas escolas de pensamento antigas, notamos muita semelhança com as
sociedades modernas. Os deuses da atualidade continuam a ser o bem-estar
individual e auto-prazer. Ao “andar pelas cidades”, observamos cuidadosamente os
objetos de culto focados no “eu”, trata-se da cultura do “self”. No entanto,
Paulo decidiu apresentar as boas novas a respeito de Jesus. Nesse novo ensino,
ou seja, nessa nova escola, o Mestre mesmo sendo Deus, esvaziou-se a si mesmo,
se apresentou como servo em favor de outros, humilhou-se a si mesmo e foi
obediente até a morte (Fp 2. 6-8). Os seguidores dessa escola devem ter essa
mesma atitude que vai contra a cultura atual. Ela tira o foco do “self” e o
direciona para o outro. Como está escrito:
Nada façam por ambição
egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a
vocês mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos
interesses dos outros. Seja atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus (Fp
2.3-5).
No entanto,
se você optar por seguir essa escola, esteja preparado para receber o retorno
que Cristo (Mestre) e Paulo (professor e seguidor) receberam. Em Atenas e ao
final do discurso, no Areópago, conforme descrito em Atos 17, Paulo foi:
1. Ridicularizado - "... o que fala este tagarela?" (v. 18).
2. Zombado - "alguns deles zombaram" (v.32).
Mas influenciou novos seguidores dessa Escola: "Dionísio e Dâmaris creram" (v. 34)
Por fim,
como em toda boa escola o Mestre, orienta que para o pupilo ter bom desempenho
é necessário forte dedicação e muito estudo. Na escola de Cristo, a dedicação é
a inclinação do coração em obedecer às Palavras do Mestre e o estudo deve ser
pautado no livro texto que Ele indicou: a Bíblia Sagrada.
Bianca Bonassi Ribeiro
Bianca é casada com Luciano. Eles têm dois filhos, o Pedro e o Vitor. Ela faz parte da equipe docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, desde 2007 e é membro da Primeira Igreja Batista de Atibaia.
Bianca é doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Administração e graduada em Administração de Empresas.
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