Somos Pó, por Giovana Assis

março 21, 2019 Mulher da Palavra 0 Comments




Em uma certa quarta-feira normal da semana, cheguei na faculdade e enquanto andava até a sala de aula senti um mosquito picar meu pé, bem no calcanhar, começou a coçar muito, senti arder, tentei procurar o bendito do mosquito... mas nada, tão pequeno que já estava voando bem longe. Continuei indo para sala, assisti a aula, fui para o intervalo e a coceira não parava... Não demorou muito, olhei para o meu pé e já estava inchado e vermelho, passei álcool, mas cada vez que eu olhava, o inchaço parecia aumentar  e meu pé já deixava de aparentar um pezinho número 36.
Cheguei em casa passei umas pomadas - porque sempre sou muito picada no verão, então já estava acostumada com essas coisas. Esperei até o dia seguinte, quando levantei da cama, coloquei o pé no chão e não aguentei de dor, parecia que ele estava torcido depois de ter jogado uma partida de futebol - ou algo assim. Ao chegar na faculdade, já estava mancando e doía muito, não podia acreditar que um serzinho tão pequeno tinha feito aquilo comigo. A tarde, não teve jeito, tive que ir ao hospital, aquilo estava horrível e doendo demais. O médico me deu antiflamatório e antibiótico, fiquei mancando por mais alguns dias, só usando chinelo e sentindo muita dor.
Tudo o que veio na minha mente aqueles dias era que realmente eu era nada... um pó! Um mosquito - talvez chamado borrachudo - tão pequeno, conseguiu machucar uma menina de 1,60m, nem tão alta mas, maior que ele.
Gosto de ver como Deus trabalha em nossas vidas, com as coisas simples do cotidiano e com as coisas que fogem do nosso controle. Ele nos mostra - quando nosso ego ta muito grande - que somos pequenos e falhos, que um pequeno mosquito, sim (!), conseguiu me deixar mancando do lado direito. Nós, não nos vemos dessa forma, pelo contrário, nos achamos grandes, incríveis, melhores do que os outros, mais bonita que as outras, mais crentes, até mais humildes... Nos esquecemos de onde viemos, de quem realmente somos, e principalmente, que a glória não é para nós!
 A verdade é que nós passamos... uma próxima geração talvez nem lembre nosso nome, pode ser que amanhã eu fique com uma doença, muito pior que um pé manco de picada, e vire apenas fotos e um perfil no Facebook e Instagram. Isso me faz pensar no que estou fazendo com minha vida, como estou vivendo nesse mundo... eu vivo para satisfazer meus desejos ou para servir a Deus? Vivo para impactar vidas ou para conquistar coisas para mim mesma? - que não vão ser colocadas junto ao meu caixão.
Gosto de olhar para o céu, aquela imensidão azul, as vezes colorida ou cinza, mas sempre grande, sempre maior que eu, me mostrando a existência de um Deus Todo-Poderoso, me constrangendo com seu infinito amor, que apesar de ser pó, olhou para mim, me escolheu para ser Sua filha, não porque eu merecesse ou fiz algo por merecer, simplesmente por me amar. Me escolheu, me criou, me fez.
Não gostaria que muitos outros mosquitos me machucassem, mas dores na vida são inevitáveis, elas são feitas para nos mostrar que precisamos ser mais humildes, que precisamos depender somente de Cristo, que se fez pó, morrendo por nós, se humilhando até a morte e morte de cruz.
Glórias a Deus pelos mosquitos que nos picam, que nos fazem olhar para Sua glória e nos faz lembrar de onde viemos e para onde vamos, por causa de sua maravilhosa graça, em Cristo Jesus, que venceu a morte!



Giovana Assis

  Giovana Assis é formada  em Letras pela PUC Campinas e atualmente professora de Língua Portuguesa. É noiva do Lucas Gonçalves, formado na Escola de Pastores da Primeira Igreja Batista de Atibaia. A partir de 2019 ela estará auxiliando seu noivo  na liderança dos adolescentes da PIBA.  




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