NelsonGalvao,
O Brasil grita: “Até quando”?, por pr. Nelson Galvão
“Até quando”? Você já se fez essa pergunta? Eu
já! E não uma só vez, várias vezes! Confesso que, diante das últimas notícias
de delações de corrupção por parte de nossos governantes, tenho repetido esta
pergunta variadas vezes!!!
Sim, mais do que gostaríamos, nós brasileiros,
sucessivamente temos sido acometidos por intempéries que paulatinamente nos
abatem o espírito e gradativamente esgotam nossa capacidade de agir a respeito.
E aí, dos lugares mais profundos da alma insurge um grito: Até quando?
O rei Davi expressa essa experiência de uma
forma poética que só ele mesmo poderia fazê-lo. O Salmo 13, tem 6 versos e é
dividido em três partes, cada qual com 2 versos.
Nos dois primeiros versos, Davi pergunta 4
vezes: “Até quando”? Não se sabe exatamente o que provocava tanta angústia ao
escritor. Talvez um adversário que, maquiavelicamente, astutamente e
cuidadosamente intentava o mal contra o salmista. O fato é que a pergunta “até
quando?” expressa poeticamente o estado de espírito do escritor que é marcado
pelo abatimento, cansaço emocional e desesperança.
É nesse estado de fragilidade de espírito que
Davi se dirigiu a Deus e expressou o seu sentimento de solidão (vs. 1a), de
abandono (vs. 1b), de amargura (vs. 2a) e incapacidade (vs. 2b). Eu gosto de
Davi! Isso porque ele não tinha problemas em demonstrar sua humanidade e,
consequentemente, toda a sua fragilidade.
Bem, a história não acaba aí! E que bom por
isso! Davi nesse momento de esgotamento emocional volta os seus olhos para Deus
e Lhe dirige uma oração que é marcada por três verbos: atenta, responde e
ilumina.
É incrível! Em momentos de fragilidade
emocional o que geralmente fazemos é depreciar a vida, esconjurar aqueles que
estão ao nosso redor e responsabilizar a Deus. Entretanto, Davi reconhece sua
fragilidade e a submete aos cuidados do Senhor. Nesses três verbos eu vejo
alguém humildemente se aproximando do Pai e dizendo: “Senhor, minhas forças
estão totalmente esgotadas, portanto, eu espero unicamente em Ti, atenta,
responde e me ilumina”.
A partir de então, na última parte do salmo 13,
os versos 5 e 6 expressam um grito diferente ecoando pelas cordas vocais do
salmista: “confio”, “regozije-se” e “cantarei”.
O que
aconteceu? O que mudou em Davi? O que o fez passar de um estado de espírito marcado
pela aflição e desesperança, para este repleto de alegria e esperança?
A resposta está no fato de que em sincera
oração diante de Deus, Davi encontrou-se com o Bom Pastor do Salmo 23; não
Aquele Deus distante e desinteressado do começo do salmo 13, mas um Deus
Gracioso, Salvador e Benigno (vs 5,6).
Da janela da minha sala eu vejo o nascer do sol
e seus raios iluminando um maravilhoso Ipê roxo que não conseguia percebê-lo
durante a madrugada. Da mesma forma, assim como Davi, no meio da aflição, clamo
à alegria dos homens, Jesus, e Ele me faz ver a beleza do cuidado do Pai por
mim, mesmo em meio às angustias!
“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade,
porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7).
Pr. Nelson Galvão
Sola Scriptura
Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.
É pastor interino da Igreja Batista Sião (São José dos Campos-SP) e atua como diretor acadêmico do ministério Pregue a Palavra.
Atua ainda como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.
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