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Quem é Jesus? por Nelson Galvão

julho 24, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments






Quem é Jesus? Essa é a pergunta mais importante de toda a história da humanidade. Ninguém pode ficar alheio a ela. Basta olhar rapidamente ao redor para notar a forte influência de Jesus na cultura. O calendário civil ocidental é dividido entre “Antes de Cristo” e “Depois de Cristo”. Johann Sebastian Bach compôs o que se chama de mais estupendo milagre da música clássica: “Jesus, a alegria dos homens”. A base dos Direitos humanos como conhecemos hoje, a família e sexualidade, têm forte influência do cristianismo. Discípulos de Cristo ao longo da história atuaram fortemente para a valorização da mulher e eliminação da escravidão e do infanticídio. Enfim, a pergunta “quem é Jesus” é inevitável.
No texto de Filipenses 2-5-11, Paulo nos oferece uma das respostas mais sublimes de toda a Escritura a respeito de quem é Jesus: Ele é o Deus que se fez homem.
Perceba que Paulo começa com a afirmação: “existindo em forma de Deus” (Fl 2.6). A afirmação de Paulo significa que Jesus tem a mesma essência de Deus; ou seja, é Deus.
Ele afirmou isso também em sua carta aos Colossenses:

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito (primazia) sobre toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam poderes; tudo foi criado por ele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Cl 1.15-17).

Note que Paulo afirma que Jesus, sendo Deus, criou todas as coisas e tudo só continua a existir por causa dEle.
Com isso em mente, vejamos como Paulo continua o texto de Filipenses. No versículo 7 Paulo afirma que “Cristo esvaziou a si mesmo”. Do que Cristo se esvaziou?
Na história moderna (séc. XIX), alguns teólogos da Alemanha e Inglaterra passaram a defender a teoria da Kenosis (esta é a palavra grega para o “esvaziar de Cristo”). Segundo essa teoria, Cristo teria aberto mão de seus atributos divinos enquanto estava sobre a terra como homem. Infelizmente, esse pensamento se popularizou e muita gente hoje pensa dessa forma.
Entretanto, a despeito dessa heresia, vejamos o que o texto diz. Perceba que Paulo explica o que significa o esvaziar-se: “assumindo a forma de servo e fazendo-se semelhante aos homens” (v. 7). Jesus não deixou de ser Deus, Ele assumiu a forma de homem. Aí está a humilhação. Assumindo a forma de homem, Ele deixou de ser reconhecido como Deus; i.é, deixou a Sua glória (c.f: Jo 17.5). A humilhação de Cristo começou em Sua encarnação.
Agora, lembre-se que a pergunta “quem é Jesus” é inevitável. A resposta a essa pergunta muda tudo! Vimos no texto de Fl 2.1-4 que Paulo exorta os crentes a viver de acordo com a realidade das bênçãos que eles já têm em Cristo; ou seja, atitudes que expressem quem são em Cristo, a saber: unidade, humildade e serviço.
Na sessão seguinte (2.5-11), Paulo aponta para o exemplo de Cristo por meio de duas partes: 2.5-8 e 2.9-11. Vejamos a 1ª parte.
Perceba o paralelismo quiasmático da exortação de Paulo (2.2-4) com o exemplo de Cristo (2.5-8):


Exortação
Exemplo de Cristo
Unidade
2 completai a minha alegria, para que tenhais o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa.
6 que, existindo em forma de Deus, não considerou o fato de ser igual a Deus algo a que devesse se apegar,
Humildade
3 Não façais nada por rivalidade nem por orgulho, mas com humildade, e assim cada um considere os outros superiores a si mesmo.
7 mas, pelo contrário, esvaziou a si mesmo, assumindo a forma de servo e fazendo-se semelhante aos homens.
Serviço
4 Cada um não se preocupe somente com o que é seu, mas também com o que é dos outros.
8 Assim, na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.

Note, Jesus sendo o próprio Deus, agiu em unidade na Trindade, humildade até o ponto se tornar homem e servo, e serviu-nos com Sua própria vida. Incrível! Jesus é o Deus que se fez homem e serviu até a morte de cruz.
O que isso tudo a respeito de Jesus tem haver conosco? Tudo. Primeiro, somos transformados pela fé em quem Ele é e no que Ele fez por nós. Segundo, essa transformação é de acordo com a imagem dEle. Somos transformados para ser como Ele é. É por isso que Paulo exorta: “tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (v. 5). É por isso que Paulo fez esse quiasma. Assim como Cristo agiu devemos agir, com unidade, humildade e serviço.
É curioso que o verdadeiro Deus se fez homem e servo. Nós, sendo homens, queremos ser deuses e senhores! Alguns anos atrás, em visita ao Brasil, pr. Bill Mills, presidente da Leadership Resource International, fez uma pergunta que vou levar comigo para o resto da vida: “Quer saber se você de fato é um servo? Veja como você reage quando as pessoas o tratam como servo!”.
De fato, como reagimos quando somos tratados como servos pelo marido/esposa, pelos filhos, pelos amigos, pelo chefe? Muito mal. Por que? Porque não nos sentimos servos! Somos senhores de nossa própria vida, não é mesmo?! Em função disso, quantas mulheres abandonam seus próprios filhos em nome de uma “carreira profissional”! Quantos homens agem com rispidez com sua esposa porque ao chegar em casa esperam ser servidos! Temos atritos habitais uns com os outros porque nos colocamos como senhores, e não servos”.
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus...”





[1] Blog Mulher da Palavra. 24.07.18

 Nelson Galvão


Confira também as pastorais anteriores em Filipenses:




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.


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