NelsonGalvao,
Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.
As lágrimas e o avanço do Evangelho, por Nelson Galvão
“Nas
audiências subsequentes, fui acusado de manter assembleias e reuniões ilegais e
de não conformar-me ao culto nacional da Igreja da Inglaterra. Depois de alguma
discussão com os oficiais da lei, eles consideraram minha conduta honesta para
com eles como uma confissão, de acordo com o que chamavam, da acusação
pronunciada contra mim e setenciaram-me à prisão perpétua porque recusei
conformar-me. Sendo deixado nas mãos do carcereiro, fui levado de casa à
prisão, onde tenho estado por doze anos completos. Durante todo este tempo esperei ver o que
Deus permitiria que esses homens fariam comigo. Pela graça, tenho continuado
nestas circunstâncias com muito contentamento, embora tenha enfrentado muita peleja
e provação vindas do Senhor, de Satanás e de minha própria corrupção.”[1]
Este
é o depoimento de Jonh Bunyan (1628-1688) a respeito do período que ficou preso.
Bunyan foi um pregador puritano batista, nascido na Inglaterra. Viveu na época imediatamente
após a revolução gloriosa, de Oliver Crown, quando o Rei Carlos II proibio o
culto de qualquer religião que não fosse a Anglicana. Por pregar o Evangelho,
Bunyan ficou preso por 12 anos. Durante sua prisão escreveu o livro que se
tornou um clássico da literatura cristã: “O peregrino”. Além deste, escreveu
muitos outros como “Graça abundante ao principal dos pecadores” e “As guerras
da famosa cidade de Almahumana”.
Você
já passou alguma situação difícil por conta do Evangelho? Talvez uma situação
na Universidade, ou até mesmo entre familiares não crentes, quem sabe entre
amigos, ou no trabalho. Como você reage diante dos sofrimentos, dificuldades,
especialmente, aqueles provocados pelo Evangelho?
A
carta de Filipenses foi escrita por alguém que, assim como Bunyan, também esteve
preso, Paulo. Em 60/61 d.C, Paulo estava preso em Roma (At 28). Esta era a
época do imperador Nero. Na prisão, Paulo escreveu a carta aos Filipenses, uma
das Igrejas que ele plantou em sua 2ª viagem missionária, por volta do ano 51
d.C. Nessa carta Paulo afirma ao Filipenses que a satisfação em Cristo
contribui para o crescimento do Evangelho.
Agora,
veja o trecho de Fl 1.12-26. Nesse
texto Paulo menciona sua prisão. O mais curioso é o entendimento de Paulo a
respeito da dificuldade pela qual ele estava passando. O seu entendimento era
que Deus usa as circunstâncias na vida do crente para o avanço do Evangelho. Em
outras palavras, existe uma relação muito próxima entre lágrimas e avanço do
Evangelho.
O apóstolo encarcerado em Roma identificou os
resultados de sua prisão:
1- A guarda pretoriana e
os demais ouviram o Evangelho – v. 13 (c.f Fl 4.22 – “todos os santos vos
cumprimentam, principalmente os da casa de Cesar”).
2- Os irmãos foram
encorajados a pregar a palavra do Senhor sem medo – v. 14.
3- Alguns pregavam com
motivações erradas, mas Cristo estava sendo anunciado – v. 15-17.
Incrível! Deus, de maneira soberana, usou a
insanidade de um imperador sádico como Nero, para o avanço do Evangelho.
Isso me diz que Deus, de forma graciosa, nos
concede a fé para a salvação e nos da o privilégio de sofrer pelo Evangelho. Nas palavras
de John Piper:
“Deus determina que o
sofrimento de seus embaixadores é um componente essencial no triunfo da
propagação das boas-novas entre todos os povos do mundo”.[2]
Agora perceba que do v. 18 em diante, Paulo
menciona sua reação diante do sofrimento da prisão. Paulo entendia que seu
sofrimento contribuía para o avanço do Evangelho. Dessa forma, ele reagiu:
1- Com
alegria – v.18 – Sua alegria estava no fato de que Cristo estava sendo anunciado.
2- Com
expectativa – v.19,20 – Sua expectativa estava em que Cristo fosse engrandecido, seja na sua vida, ou morte.
3- Com
convicção – v. 21-26 – Sua convicção era que sua vida era útil aos santos e sua
morte era ganho para ele, porque ele iria se encontrar com Cristo.
Como é possível enfrentar as
lágrimas sem que elas nos afoguem? Com o entendimento de que, de alguma forma, Deus
as usará para que Cristo seja anunciado, exaltado e, por fim, nos receberá em
Seu Reino sem lágrimas.
O livro que Bunyan escreveu,
“O Peregrino”, é o livro mais lido em todo o mundo, depois da Bíblia. Na China,
mesmo de maneira clandestina, chegou-se a produzir e distribuir 200 mil cópias.
Tem servido de edificação e encorajamento para milhares de pessoas ao longo dos
anos. Deus
usa as circunstâncias na vida do crente para o avanço do Evangelho!
Nelson Galvão
Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.
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