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O Evangelho é poderoso para nos salvar e continuar nos salvando! por Nelson Galvão

agosto 14, 2018 Mulher da Palavra 0 Comments



Quando meu filho tinha em torno de cinco anos de idade estávamos de férias em Natal-RN. Na ocasião minha esposa tirou uma foto minha com ele andando na praia. Essa é uma das fotos que carrego no coração por toda a vida. No ultimo fim de semana comemoramos o dia dos pais e recebi uma homenagem emocionante. Minha esposa tirou uma foto de nós dois juntos caminhando, tal qual 10 anos antes. Automaticamente muitas lembranças me passaram pela cabeça e fiquei muito feliz de poder participar do desenvolvimento do Mateus. Que alegria é para um pai ver seu filho crescer em caráter!
Por que mencionei isso? Porque a sessão de Filipenses que vamos ver hoje tem um teor de paternidade. Espero que você já tenha percebido, a carta de Paulo aos filipenses se dispõe em ciclos de exemplo/exortação, ou exortação/exemplo. Em Fl 1.12-26, Paulo dá seu próprio exemplo e conclui com uma exortação (Fl 1.27-20). Em seguida ele exorta (Fl 2.1-4) e conclui com o exemplo de Cristo (Fl 2.5-11).
No texto que iremos estudar hoje (Fl 2.12-18), Paulo começa com uma exortação e depois termina com o exemplo de Timóteo e Epafrodito (Fl 2.19-30), o que veremos na próxima devocional.
A exortação de Paulo agora é um tanto estranha! Vejamos: “realizai a vossa salvação com temor e tremor”. Como assim “realizar”? Paulo já deixou muito claro que a salvação é tão somente pela graça de Deus e terminantemente não dependente de nossas obras (cf.: Rm 3.24; Ef 2.8). Como agora ele exorta a que desenvolvamos a salvação?
É por isso que amo a leitura completa de livros da Bíblia! Ela minimiza a possibilidade de errarmos na interpretação. Perceba que desde o início da carta, Paulo trata de desenvolvimento cristão. Primeiro ele diz que estava certo de que aquele que começou a boa obra nos filipenses iria “aperfeiçoá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fl 1.6 – grifo meu). Depois ele ora pelos filipenses e pede que o amor deles “aumentasse cada vez mais no pleno conhecimento e em todo entendimento” (Fl 1.9 – grifo meu), e que no dia do Senhor Jesus eles fossem apresentados “cheios do fruto de justiça” (Fl 1.11).
É nesse caminho então que Paulo os exorta a portar-se de maneira digna do evangelho (Fl 1.27), a serem imitadores de Cristo (Fl 2.5) e a realizar a salvação. Assim, Paulo aqui trata do aspecto da santificação da salvação. Em outras palavras, uma vez alcançados exclusivamente pela graça de Deus derramada através da cruz de Nosso Senhor, agora devemos nos valer dessa mesma graça a fim de que os efeitos da salvação em nosso caráter e vida sejam cada vez mais patentes. E se alguém tem dúvida de que é a graça que nos salva e que também nos santifica, Paulo então afirma: “porque é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade”(Fl. 2.13 – grifo meu). Ou seja, Deus já nos concedeu graciosamente todos os recursos necessários para uma vida que O agrade.
Talvez agora você pergunte: “ok, entendi! Mas, em termos práticos, o que significa realizar a salvação?”. Observe que Paulo responde a essa pergunta. Ele diz: “Fazei todas as coisas sem queixas nem discórdias” (Fl 2.14).  Perceba que Paulo já vem falando de relacionamentos desde o início do cap. 2, onde ele diz para que os crentes tenham o mesmo sentimento que houve em Cristo. Agora, ele diz que todas as nossas ações devem ser pautadas pela ausência de queixas e discórdias. Isso significa realizar a salvação; ou seja, viver de acordo com a salvação que já nos foi irrevogavelmente concedida.
Paulo acrescenta, fazer todas as coisas sem queixas e discórdias, nos identifica como filhos de Deus que resplandecem como luz em meio a uma geração corrupta e perversa (Fl 2.15). [Esta é uma alusão ao sermão do Monte, onde Jesus diz que os Bem-aventurados são sal e luz do mundo (Mt 5.13,14)]. Essa missão de iluminar um mundo em trevas só é possível através da retenção da “Palavra da Vida”; i. é, Cristo e Sua Palavra (Fl 2.16).
Agindo assim, os crentes filipenses trariam muito orgulho para Paulo (perceba o teor paternal) no dia de Cristo Jesus.
Pare um pouco agora. Faça uma avaliação de si mesmo. Como você era quando foi salvo por Cristo? Passou-se 5, 10, 15 anos. Como você é agora? Continua a reclamar da mesma forma? Clima, comida, trabalho, casamento, pais, igreja, até mesmo de Deus? Diretamente ligada às reclamações estão as discórdias. Quem reclama um dia explode! O coração quando não é preenchido do Evangelho é um reservatório que explode em reclamações e as reclamações detonam as discórdias.
Espero que você já tenha percebido que precisamos do Evangelho todos os dias! Precisamos todos os dias ser preenchidos da graça de Nosso Senhor Jesus. O evangelho é poderoso para nos salvar e continuar nos salvando!


Nelson Galvão

Confira também as pastorais anteriores em Filipenses:




Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP. 
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.

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