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Nelson Galvão
Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.
Sobre a verdadeira alegria! por Nelson Galvão
Você
já deve ter ouvido falar de Agostinho. Um homem incrível que viveu no séc. IV
d.C. Ele viveu na época do saque de Roma pelos Visigodos. Seu livro “Cidade de
Deus” foi escrito nesse ambiente decadente do império romano marcado pelos caos
político, social, econômico e espiritual. Mas ainda assim, em seu livro “Confissões”,
Agostinho afirma: “Tu nos despertaste para o prazer de te louvar, pois nos criaste
para ti, e o nosso coração não tem sossego enquanto não repousar em ti”.[1] Me
chama a atenção Agostinho falar de “prazer” em um contexto de caos! Como é
possível?
Paulo
nos ajuda a responder a essa pergunta. A exortação de Paulo aos filipenses é:
“alegrai-vos no Senhor” (3.1). Essa exortação é repetida em 4.4 e mencionada em
4.10. Paulo já mencionou antes a alegria nessa carta. Aliás, ele menciona essa
palavra pelo menos 15 vezes em toda a carta. Ele disse que a cooperação dos
filipenses na causa do Evangelho lhe trazia alegria (Fl 1.5); que o fato de
Cristo ser anunciado lhe trazia alegria (Fl 1.18); que a comunhão entre os filipenses
lhe agregava alegria (Fl 2.2); que a fé operosa dos filipenses lhe dava alegria
(Fl 2.17).
Perceba
que a alegria de Paulo tinha mais haver com o Evangelho do que as
circunstâncias temporais, o que nos deixa curiosos, uma vez que na ocasião ele
estava preso. Qual o segredo da verdadeira alegria? Veja novamente a exortação:
“alegrai-vos no Senhor” (3.1 – grifo
meu). Aqui está o ponto: a verdadeira alegria tem como fonte o Senhor. De que
Senhor ele se refere? Veja o verso 8: “Cristo Jesus, meu Senhor”. A verdadeira
alegria encontra-se em Cristo.
Mas...
o que significa alegrar-se em Cristo? Na sequência, Paulo contrapõe os maus
obreiros (v. 2), com ele e seus cooperadores (v. 3). Os maus obreiros eram
aqueles judaizantes que insistiam que a salvação se dá pela fé em Jesus e pelas
obras. Afirmavam que Cristo não é suficiente para a salvação; é preciso algo
mais a fim de merecer o céu. Sem dúvida, o conceito de salvação pelas obras faz
parte da natureza caída do homem que o escraviza ainda mais em religiosidade
que só traz mais amargura para a alma.
Por
outro lado, os que servem a Deus em Espírito - ou seja, confiam exclusivamente
em Cristo para a salvação (Gl 5.5) – desprezam a confiança em seus próprios
méritos. Paulo descreve sua experiência quanto judeu fervoroso em sua religião
(v. 4-6). Ele poderia orgulhar-se de ser zeloso nos preceitos religiosos. Mas considerava
isso como “esterco” (v. 8)! Por que?
Porque é negando a própria capacidade de alcançar o céu que abraçamos a justiça
que vem exclusivamente da fé em Cristo (v. 9) e participamos tanto dos sofrimentos
de Cristo quanto da ressurreição de Cristo (v. 10,11).
Talvez
você esteja sobrecarregado(a) de culpa e carregue um fardo enorme pelos seus
erros no casamento ou com seus filhos. Talvez você esteja à procura de uma
forma de pagar por estes erros através da religião ou de boas ações. Ou você já
desistiu de ser o que não consegue e vive de forma cínica, flexibilizando/relativizando
padrões morais. De todo modo o esforço em ser a boa pessoa que você deveria
ser, mas não consegue ser, tem te trazido amargura, tristeza e até mesmo indiferença.
Bem, eu quero apresenta-lo à fonte da verdadeira alegria: a confiança exclusiva
nos méritos de Cristo. Somente em Cristo nossa alma se encontra com a
satisfação plena. Nas palavras de Agostinho: “onde quer que se volte a alma
humana, a não ser que se volte para ti, ela se fixa em tristezas; sim, mesmo
quando contempla coisas belas”.[2]
[1]
Agostinho. Confissões:
Livros de 1 a 10 (Clássicos MC) (Locais do Kindle 164-165). Editora Mundo
Cristão. Edição do Kindle.
Confira também as pastorais anteriores em Filipenses:
As lágrimas e o avanço do Evangelho. Filpenses 1.12-26
O que acontece quando as coisas vão mal. Filipenses 2.1-4
Quem é Jesus? Filipenses 2.5-8
A cruz não é o fim. Filipenses 2.5-11
O Evangelho é poderoso para nos salvar e continuar nos salvando. Filipenses 2.12-18
Cristo em nós... isto sim é admirável! Filipenses 2.19-30
O que acontece quando as coisas vão mal. Filipenses 2.1-4
Quem é Jesus? Filipenses 2.5-8
A cruz não é o fim. Filipenses 2.5-11
O Evangelho é poderoso para nos salvar e continuar nos salvando. Filipenses 2.12-18
Cristo em nós... isto sim é admirável! Filipenses 2.19-30
Nelson é casado com Simone desde 1997 e eles têm um filho. Ele é formado em História e Teologia, pós-graduado em Administração Escolar e mestre em Educação (PUC-SP). Atualmente faz mestrado em Teologia do Novo Testamento no Seminário Bíblico Palavra da Vida- Atibaia, SP.
Atua como diretor pedagógico do ministério Pregue a Palavra, como coordenador do grupo do Pregue a Palavra de Cuba e como professor convidado da Escola de Pastores PIBA.
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