Feminilidade,
A Bíblia autoriza a pregação da mulher na igreja? Análise exegética de 1 Tm 2.9-15, por Wagner Ferreira.
Para compreender alguns temas na Bíblia é necessário
que o estudante saiba usar duas ferramentas com a maior perícia possível. E
quanto maior a familiaridade com essas ferramentas, maior será o nível de
certeza que ele terá, mesmo diante das grandes polêmicas teológicas. Uma dessas
ferramentas é a exegese bíblica tradicional, pela qual o estudante analisa
criteriosamente determinados textos para alcançar uma maior elucidação.
A outra ferramenta tão necessária e indispensável é a hermenêutica bíblica. Essas ferramentas darão ao estudante das Escrituras a capacidade de chegar o mais perto possível da interpretação de um texto. Para o dilema do pastorado feminino um dos textos mais controvertido no meio dos batistas é 1 Timóteo 2.9-15. Portanto houve a necessidade de expor uma exegese com todos os passos, para definitivamente resolver certas questões que envolvia esta passagem.
A outra ferramenta tão necessária e indispensável é a hermenêutica bíblica. Essas ferramentas darão ao estudante das Escrituras a capacidade de chegar o mais perto possível da interpretação de um texto. Para o dilema do pastorado feminino um dos textos mais controvertido no meio dos batistas é 1 Timóteo 2.9-15. Portanto houve a necessidade de expor uma exegese com todos os passos, para definitivamente resolver certas questões que envolvia esta passagem.
As cartas
pastorais foram altamente relevantes para as práticas eclesiásticas em todos os
tempos. Elas nortearam e mediram a saúde das igrejas que eram dirigidas pelo
Novo Testamento. Nos dias atuais com
toda a enxurrada de heresias, práticas duvidosas e com toda sorte de liderança,
elas se tornam ainda mais necessárias para apontar o caminho correto. A
primeira carta pastoral foi enviada a Timóteo, porque a comunidade da fé em
Éfeso estava sendo atacada por desvios doutrinários. Paulo dá ao seu discípulo
a missão de proteger o rebanho de Deus dessa cidade.
O Estudo
desta carta é fundamental para compreensão da dinâmica da igreja local. Há
nelas diversos tópicos que auxiliam com presteza os líderes que governam as
igrejas de Cristo. Não é o propósito deste trabalho, lidar com todos os
assuntos eclesiásticos levantados por Paulo nesta epístola. Ele manterá o seu
foco no capítulo dois, pois ali, Paulo trata da posição da mulher no culto
público.
Paulo
exorta para que sejam feitas orações pela conversão das autoridades. Os homens
deveriam fazer isso publicamente e as mulheres com toda decência. 2.1-3.1ª
O apóstolo Paulo deseja encorajar seu filho na
fé a manter o bom combate diante dos falsos ensinos e da iminente apostasia,
organizando a liderança e vida ética da igreja, e zelando pelo seu próprio
ministério. Portanto o ministro deve combater as pressões generalizadas
contra a igreja, mantendo a sã doutrina e um caráter aprovado.
1Portanto, primeiramente, rogo a todos para
fazerem súplicas, orações, intercessões e ações de graça por todos os homens,
2 pelos reinos e todos que estão em posição de
autoridade, a fim de que sigam a vida em paz e tranquilidade com toda piedade e
prudência.
3 Isto é bom e agradável diante do nosso Deus
e Salvador,
4 o qual deseja que todos os homens sejam
salvos e sigam para o conhecimento da verdade.
5 Pois há um só Deus e mediador
entre Deus e os homens,
Jesus
Cristo, o homem,
6
o qual a si mesmo se entregou
como
resgate por todos,”
o
testemunho que (deve ser dado)
em tempos oportunos.
7 Para isto fui designado pregador e apóstolo,
falo a verdade e não minto, mestre do gentios por causa da fé e da verdade.
8Portanto, quero que sejam feitas orações pelo
homens em todo lugar, levantando mãos santas sem ira e sem discussão.
9 Da mesma maneira as mulheres com comportamento
decente, com modéstia e prudência, não devem adornar-se com frisados, ouro,
pérolas e vestimentas caras,
10 mas conduzissem como quem professam piedade,
por meio das boas obras.
11 A mulher deve aprender em silêncio e com toda
submissão,
12 não permito que a mulher ensine, nem exerça
autoridade de homem, mas esteja em silêncio.
13 Porque Adão foi formado primeiro e depois Eva
14 e Adão não foi iludido, porém a mulher foi
enganada e caiu em transgressão.
15 Mas será preservada por meio do
seu ministério de mãe, se permanecer na fé, no amor e na santificação com toda
prudência: 3.1a Fiel é esta palavra.
Este trecho trata diretamente sobre a vida de oração
pública da igreja. Mesmo que o peso de toda discussão recaia sobre os versos 11
e 12, não pode ser ignorado o fato de que a preocupação maior do autor era a
questão da oração. Por isso fica claro que o paragráfo é uma exortação para que
sejam feitas orações pela conversão das autoridades: os homens deveriam fazer
isso publicamente e as mulheres com toda decência.
Paulo pede
para que incessantes orações sejam feitas por todos, especialmente pelas
autoridades. 1-2
Paulo pede
que tanto como homens como mulheres façam orações levantando mãos santas e obedecendo os critérios
estabelecidos diferentemente para ambos o sexos 8-12
8 Portanto, quero que sejam feitas orações
pelos homens em todo lugar, levantando mãos santas sem ira e sem discussão.
9E da mesma maneira as mulheres com
comportamento decente: com modéstia e prudência, não devem adornar-se com
frisados, ouro, pérolas e vestimentas caras,
10 mas conduzir-se como que professam
piedade, por meio da boas obras.
11
A mulher deve aprender em silencio e com toda submissão,
12 não permite que a mulher ensine,
nem exerça autoridade sobre o marido, mas esteja em silêncio.
P
Os homens deveriam orar com as mãos levantadas sem ira e sem discussão
A passagem é
introduzida por uma conjunção coordenativa de cunho transicional, isto
significa que o escritor deve levar o assunto para outra esfera. O assunto
geral até o verso 7 é o dever de orar por todos os homens (contextualmente os
homens investidos de autoridade), agora Paulo vai ensinar onde e como deveriam
ser feitas estas orações. O verbo βουλομαι (boulomai
– v. 8) expressa claramente o
desejo do apóstolo. É um verbo comum no Novo Testamento, acontecendo pelo menos
37 vezes. Neste caso, Paulo deseja que se faça orações em todo lugar. A
expressão τους ανδρας εν παντι τοπω επαιροντας (os homens em todo lugar) indica que alguns pensavam em lugares
determinados para que as orações fossem feitas, possivelmente nas sinagogas, o
que sempre foi usual para os judeus e arbitrariamente exclusivo para os homens.
Conforme John N. D. Kelly “na sinagoga judaica somente os homens tinham licença
de recitar as orações; a ênfase dada ao sexo masculino sugere que esta convenção
talvez estivesse se rompendo em Éfeso”[1].
As orações
eram para ser feitas com as mãos levantadas (τους ανδρας εν παντι τοπω επαιροντας-
levantando mãos santas) e esse gesto não era uma novidade para os cristão
primitivos. John N. D. Kelly explica que:
“a atitude mais geral para a oração na antigüidade,
para pagãos, judeus e cristãos igualmente, era ficar de pé com as mãos
estendidas e erguidas, as palmas viradas para cima. Os afrescos de ‘orantes’
e.g., nas catacumbas de Roma, fornecem ilustrações vívidas da vida da igreja
primitiva”[2].
O
desejo de Paulo era para que tudo isso acontecesse sem ira e discussão. É obvio
que as reuniões nas quais haviam a presença dos falsos mestres terminavam com
sérios problemas e 1 Timóteo 1.4 dá essa informação (nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem
discussões do que o serviço de Deus...). Para que a reunião dos homens
piedosos gozasse de paz, o apóstolo usa duas palavras, até certo ponto pesadas
no tom, para que todos entendessem a seriedade de uma reunião de oração
pública, o que possivelmente os falsos mestres não entendiam. As palavras χωρις οργης και διαλογισμου (orges e dialogismo – ira e polêmica) visavam fortalecer
esse espírito de profunda reverência que deveria dominar as reuniões públicas
dos cristãos. Quando os dois
termos são somados, fica bem claro que a reunião da igreja deveria ser coroada
com um ambiente de profunda devoção e piedade e que qualquer fagulha de
confusão deveria ser amplamente rejeitada.[3]
PAs mulheres igualmente deveriam orar com as
mãos levantadas com toda prudência
É crucial para a compreensão deste trecho, saber o
máximo possível a respeito do uso de ωσαυτως (osautos. v. ). Alguns vão identificá-lo como um advérbio, outros
vão além, afirmando que é uma conjunção adverbial, cuja função é fazer uma
comparação entre as ideias conectadas[4].
Observar os seus usos trará luz ao significado e importância dela neste trecho.
Louw e Nida afirmam que ωσαυτως (osautos) é “um marcador de semelhança, que quase chega a ser uma
identidade” [5]. Para exemplificarem citam Marcos 12.21 (o segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e
o terceiro, da mesma forma/ωσαυτως). Nesta
conclusão parcial, é possível entender que ωσαυτως (osautos) está assemelhando ideias expostas no texto. De
acordo com William Hendriksen “a palavra semelhantemente revela que Paulo está
continuando suas observações em relação à conduta no culto público”[6]. Lange no seu comentário a respeito de ωσαυτως (osautos)
afirma: “é mais provável que Paulo agora passa para a conduta das mulheres na igreja,
uma vez que não estão incluídas na exortação anterior, não tem direito de
expressão em orações públicas”[7].
Kelly diz que ωσαυτως (osautos)
está definindo regras para “as roupas e o comportamento nas reuniões de orações”[8].
Se ωσαυτως (osautos)
usado por Paulo nas suas cartas e aplicado no seu sentido apropriado, como
conjunção comparativa com a função de assemelhar itens de duas ideias, então
torna-se possível aceitar a interpretação de que as mulheres podiam orar em
público levantando suas mãos, desde que atendessem os critérios que Paulo
estabelece a seguir. Embora Joaquim Jeremias apresente no seu livro provas de
que a mulher no Oriente e no judaísmo do tempo de Jesus não participava da vida
pública[9],
ele mesmo afirma que havia exceções, duas vezes por ano em 15 de Ab (agosto-julho) e nos dias das Expiações as jovens se exibiam diante dos
rapazes e segundo o Talmude Ta’an , as
moças das melhores famílias participavam desses festejos.[10]
No ministério de Jesus uma perspectiva diferente em relação à mulher é
apresentada por Ele, pois os evangelhos falam das mulheres que o acompanhavam
publicamente e este foi um fato sem precedente na história. Paulo não iria
demover o exemplo de Jesus sucumbindo as mulheres a uma posição de completa
reclusão no ambiente da igreja, mesmo porque a igreja de Éfeso não era uma
comunidade essencialmente de judeus convertidos. Portanto, elas poderiam orar
com as mãos levantadas como (ωσαυτως-osautos)
os homens. Semelhantemente a eles
que deveriam orar com as mãos levantadas sem ira e discussão, as mulheres
poderiam também desde que obedecessem a critérios estabelecidos a seguir.
P
Orar com toda decência
Paulo
então apresenta os critérios para que elas pudessem exercer a vida de oração na
igreja. Uma longa lista segue: 1) γυναικας εν καταστολη κοσμιω
(ginaikas en katastolê kosmioi) que significa: “as
mulheres com comportamento/traje decente”.
Não há indicações na carta de que havia um comportamento indecente das
mulheres na comunidade, porém Paulo prevê a possível influência dos falsos
mestres que poderia ocasionar problemas internos na igreja (Os pecados de alguns homens são notórios e
levam a juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifestam – 1 Tm
5.24).
A
expressão καταστολη (katastolê) é usada apenas em I Timóteo 2.9 e traz o sentido de “modo de vestir ou de se
apresentar”, tendo a roupa como símbolo de comportamento. As mulheres com
roupas que indicavam seu comportamento deveriam se portar com κοσμιω (kosmioi).
Um adjetivo classificado como
atributivo, portanto a tradução poderia ser “uma roupa adequada”[11].
2) Paulo constrói a frase usando uma preposição, dois substantivos e uma
conjunção (μετα αιδους και σωφροσυνης – meta aidous kai sofrosunês)) e a preposição vai ligar os
substantivos com a frase anterior, sendo que meta (meta)
com genitivo passa a ter a função de associação, portanto a frase
ficaria assim: “uma roupa adequada, juntamente com decência
e também bom senso”. 3) Um
advérbio de negação introduz um tom proibitivo na orientação a partir desse
momento: κοσμειν εαυτας μη εν πλεγμασιν η χρυσω η μαργαριταις
η ιματισμω πολυτελει (kosmei eautas mê em
plegmasin kai chrusioi e margaritaias e himatismoi polutelei ) Ela não deve se
adornar com uma sucessão de quatro objetos: 1. plegmasin (plegmasin)
– esta palavra é hapax legômena sem equivalência no hebraico, não
foi usada na LXX e poucas vezes no grego clássico. Ela pode trazer a ideia de
poroso ou cheio de espaços. Um
significado apropriada para esta palavra seria cabelo armado ou frisado
e a Almeida e Revista Atualizada traz exatamente essa leitura. (Da mesma sorte, que as mulheres, em traje
decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada/ πλεγμασιν e com ouro, ou
pérolas, ou vestuário dispendioso – 1 Tm 2.9). É totalmente possível que os
cabelos armados das mulheres atrapalhassem muito, quando havia certos movimentos ( levantar as mãos) num
ambiente pequeno 2. χρυσω (chruso)
– O ouro era metal usado para
produzir ornamentos do vestuário feminino, segundo a definição de Louw,
possivelmente significa um ou mais objetos feito de ouro, como jóias, enfeites
de ouro. Em Apocalipse 17.4 subentende que χρυσω são enfeites de ouro
– a mulher estava vestida de
púrpura e de escarlata, coberta de enfeites de ouro)[12].
3. μαργαριταις (margaritais) – Simplesmente pérolas, conforme Mateus 7.6 (Não deis aos cães as coisas santas, nem
deiteis aos porcos as vossas pérolas). O movimento das mulheres com excessos de jóias
produzia um problema sonoro, uma vez que a preocupação era manter a solenidade
do culto, barulhos constituíam-se em atrativos indesejados 4. h' i`matismw/| polutelei/ (e
himatismoi polutelei) – O
Novo Testamento usa apenas 3 vezes o adjetivo πολυτελής (polutelei) e a maioria
das vezes como algo caro, que tem grande valor, exemplo em Marcos 14.3 (Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso,
veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de
nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de
Jesus). É possível que as mulheres estivessem abusando destes apetrechos
femininos de tal forma que atrapalhavam o andamento do culto público quando
buscavam modos de se acomodarem. Paulo queria minimizar os elementos que
desfocavam a atenção dos ouvintes presentes. O exagero dos homens em discussões
que chegava ao ponto de produzir indisposição pessoal e o exagero das mulheres
nas indumentárias promoviam a quebra da solenidade na liturgia do culto
público.
POrar
com toda piedade
Uma conjunção adversativa é colocada neste local para
mostrar qual seria a preocupação fundamental que as mulheres deveriam ter no
ambiente de culto. O verbo πρέπω (prepô) que segundo Louw e
Nida significa “ser conveniente ou correto, com possíveis implicações de juízo moral”[13], reforça
ainda mais a preocupação de Paulo com a conduta da mulher na igreja. Algumas
poucas vezes os autores do Novo Testamento escolheram esta palavra. Apenas
Mateus, Paulo e o autor dos Hebreus optam por ela. É possível que isso indique
que ela esteja contida num vocabulário mais reservado. No Salmo 93.5 e 33.1
(LXX Sl 92.5-32.1) πρέπω (prepô) é acompanhado de outra
palavra que enobrece seu uso. Nestes salmos ele representa um comportamento
santificado, sacralizado. A postura da mulher passa a ser de cunho reverencial,
não é uma modesta presença no culto e sim uma presença santificadora.
Acrescentado a esse fato, as mulheres deveriam
professar sua piedade através das boas obras. O verbo usado para professar é um
particípio-adjetivo distinguindo o tipo de mulher de que Paulo está falando: aquelas que professam, as mulheres “professadoras” da piedade
divina. Por isso que a θεοσεβειαν (teosébeia) está profundamente
ligada à uma atitude interior da mulher, portanto as palavras que o apóstolo
utiliza aumentam a responsabilidade da mulher no ambiente de culto. As boas
obras acompanham os crentes em toda a Bíblia e é difícil imaginar outra
definição do assunto se não ao que o escritor Lucas registra em Atos sobre
Dorcas (Dorcas era ela notável pelas boas
obras e esmolas que fazia...e todas
as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas
fizera enquanto estava com elas – Atos
9.36-39))36. E
também o próprio apóstolo faz uma pequena relação das atividades que acompanham
as boas obras (que pratiquem o bem, sejam
ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir - 1 Tm 6:18).
P
Orar com toda submissão
A preposição εν (en) sucedida por um dativo traz a ideia de direção,
presumivelmente não seria errado ler: “a mulher é levada ao silêncio”, isso
talvez fosse a consequência natural de uma mulher que professasse a piedade e
se comportasse com decência . A palavra ησυχια (êsuchia) no dicionário de Louw-Nida[14] é
definida como “ficar quieto ou calado” e dá o exemplo de quando Jesus estava
indagando seus opositores e lhes fez uma pergunta e eles ficaram calados/ ησυχια (Lc 14.3-4). Por algum motivo seja ele certo ou não,
decidiram não dar continuidade na polêmica, isto é, não polemizaram a questão.
Em II Tessalonicenses 3.12 as versões bíblicas em português traduzem a mesma
palavra para tranquilidade ou sossego (A
elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando
tranquilamente, comam o seu próprio pão - 2 Ts 3.12).
O
texto poderia dizer que mulheres que apresentam um grande temor a Deus são
conduzidas para a passividade no culto público. Deve-se considerar que era uma
tendência da parte dos homens usar o tempo de oração para promover discussões
(2.8) e que as mulheres semelhantemente deveriam evitar isso e
serem conduzidas na direção do aprendizado pacífico. Um imperativo é colocado
aqui e sintaticamente ele se refere à mulher. Ela deve aprender com toda
submissão. O verbo μανθανετω (mantanétô)
é indiscutivelmente uma ordem, porque as mulheres de alguma forma sentiam
liberdade para ocupar posições que segundo o Novo Testamento não lhes era
permitida. John N. D. Kelly em seu comentário sobre 1 Timóteo diz: “A questão
era ardente, porque ao passo que na sinagoga judaica o silêncio era esperado
das mulheres, temos evidência de que um novo espírito de emancipação estava se
espalhando nas novas congregações cristãs”[15].
Paulo enfatiza a posição da mulher no culto público completando a frase com uma
preposição também precedida de um substantivo, dando mais uma vez a ideia de
direção, (εν παση υποταγη –
em pasê hupotagê) sendo conduzida à submissão completa, e isto faz todo o
sentido, pois um espírito pacífico está profundamente ligado à postura de
resignação e submissão, e é exatamente isto o que Paulo desejava ver na mulher
durante o culto público.
Agora
é adicionado uma conjunção aditiva “δε” para
que a ideia seguinte seja coordenada com a anterior. Então a mulher com um espírito
tranquilo e submisso, aceita o fato de que ela não pode ensinar (διδασκειν ουκ επιτρεπω – didaskein de ginaiki ouk epitrépô) e muito menos exercer
autoridade de homem (ουδε αυθεντειν ανδρος
- oude autentein andrós).
É
necessário neste ponto esclarecer as dúvidas sobre o verbo επιτρεπω (epitrepô).
Ele não é muito raro no Novo Testamento, foi usado pelo menos 18 vezes,
normalmente no contexto de pedir permissão (E
outro de seus discípulos lhe disse:
Senhor, permite-me/ επιτρεπω que primeiramente
vá sepultar meu pai – Mt 8.21; e Ora, andava ali, pastando no monte, uma
grande manada de porcos; rogaram-lhe que lhes permitisse/
επιτρεπω entrar naqueles porcos. E Jesus o permitiu/
επιτρεπω – Lc
8:32). A palavra é envolvida num contexto de personagens dotados de
autoridade e no caso de 1 Timóteo 2.11 não é diferente, pois em 2.7, Paulo
define a abrangência da sua autoridade: ele foi colocado como apóstolo e mestre
dos gentios, por isso que era dotado de autoridade para usar επιτρεπω (epitrepô) a
fim de impor uma restrição às mulheres: e
a restrição era ensinar. Já foi discutido no corpo deste trabalho que ela
poderia participar integralmente do culto público, sua reserva está no fato de
ensinar. Paulo usa uma conjunção aditiva
negativa (ουδε -
oude) que vai coordenar duas ideias, ficando
portanto assim: “a mulher não pode ensinar e nem exercer autoridade de homem”.
O ministério de ensino da mulher não se abrange os homens, como também a ela
não é permitido ter autoridade de homem.
Surge
uma pergunta de cunho prático: qual seria o termômetro que uma mulher crente de
Éfeso teria para saber o limite de sua atuação sem ferir o princípio de
autoridade? Em primeiro lugar o ensino se refere à doutrina ou teologia cristã. Isso não impediria a mulher de ensinar outros
temas na igreja. Em segundo lugar quando Paulo escreve a Tito, ele deixa bem
claro qual seria a atuação das mulheres na igreja a respeito do ensino: Quanto
às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não
caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, 4 a fim de instruírem as jovens ( Tt
2.3-4). O ensino (doutrinário) das mulheres estava limitado a ensinar outras
mulheres no contexto da igreja local.
Para finalizar este verso temos um infinito complementar acompanhado de
um genitivo de posse, portanto o trecho ficaria assim: “...não permito exercer
autoridade que pertence ao homem. E a palavra αυθεντειν (autentein)
de acordo com Louw e Nida significa controlar
de forma tirânica, mas pode ser usado como expressão idiomática, por exemplo: “falar
grosso com alguém”[16]. A expressão é raríssima
no Novo Testamento, acontece apenas em 1 Timóteo 2.12, sem equivalente
hebraico, não é usada na LXX e no grego clássico apenas 12 vezes. Normalmente o
grego clássico sugere que αυθεντειν (autentein) tem
o sentido de assassino (como sua esposa,
e devo servir na casa dos assassinos (autentein). E se eu reservei o meu amor
por Hector e abrir meu coração para este novo senhor, vou parecer uma traidora
aos mortos, enquanto que, se eu o odeio, eu não incorrerei em desprazer de meu mestre.)[17],
e não traz nenhuma elucidação para a
compreensão de αυθεντειν (autentein) no
contexto do Novo Testamento. Paulo termina seu argumento reiterando o
compromisso da mulher para ser conduzida pacificamente e introduz uma conjunção
adversativa (αλλ
- alla) lembrando que ao invés de exigir uma posição de autoridade ou a
liberdade de ensinar a homens, ela deveria manter-se tranquila (αλλ ειναι εν ησυχια - ala einai en êsuchia).
Paulo dá sua
fundamentação teológica para os critérios estabelecidos na vida pública da
igreja, especialmente sobre a postura da mulher. 13-15
13 Porque Adão foi formado primeiro
e depois Eva
14 e Adão não foi iludido, porém a
mulher foi enganada e caiu em transgressão.
15 Mas será salva por meio do seu
ministério de mãe, se permanecer na fé, no amor e na santificação com toda
prudência:
P A primazia da criação
Os nomes próprios Adão e Eva estão definidos, mas não
estão articulados. Isso se deve, segundo Wallace, à natureza do caso, pois um
nome próprio é definido sem o artigo e como regra geral a presença do artigo
junto a nomes próprios indica que a pessoa é conhecida, sua ausência
simplesmente o nomeia[18].
A frase é regida por uma conjunção explicativa (γαρ - gar), e
assinala as razões teológicas pelas quais a mulher não deve exercer autoridade
de homem. E não parece que o apóstolo
está lidando com uma questão circunstancial, pois sua base remete ao Gênesis
sobre dois aspectos: a formação e a queda. Na cronologia da criação o homem tem
prioridade na formação e isso, segundo o apóstolo, lhe dá primazia da
autoridade (αδαμ γαρ πρωτος επλασθη – Adam gar protos eplastê), pois o homem foi formado
primeiramente depois (ei=ta - eita) a mulher. Para distinguir bem
esta ordem, um advérbio temporal foi colocado, o qual em todas as passagens do
Novo Testamento foi usado com a ideia de sequência (e os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois/ ειτα, (eita) vem o diabo e tira-lhes do coração a
palavra... – Lc 8.12). Portanto
segundo Davi Merkh, Paulo volta a “estaca zero” para defender sua
eclesiologia, mostrando o precedente de que Adão e Eva não foram criados
simultaneamente como macho e fêmea, como os animais, mas numa ordem determinada
por Deus e que para ele tinha validade até o momento em que escrevia[19].
P As consequências da queda
A conjunção και (kai)
dá sequência ao argumento da passagem, coordenando as duas ideias que
justificam a proibição do verso 12. E Adão não foi enganado (ηπατηθη - êpatêtê),
sendo importante diferenciar o uso deste verbo do que foi usado para Eva (απατηθεισα - apatêteisa)..[20] O verbo
απαταω (hápatao)
é uma palavra incomum no Novo Testamento, poucas vezes usada, apenas
três. E duas delas por Paulo em que todas detêm o sentido de ser enganado (Ninguém vos engane/ απαταω com palavras vãs;
porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência – Ef 5.6). A LXX (Septuaginta) ao usar esta palavra também contribui para a ideia
de seduzir (Persuadiste-me, ó SENHOR, e
persuadido fiquei; mais forte foste do que eu e prevaleceste; sirvo de escárnio
todo o dia; cada um deles zomba de mim - Jr 20:7) e o grego
clássico usa inúmeras vezes e algumas também com o sentido de seduzir (...ter um propósito frenético como seu
impulso irresistível, e iludido/ απαταω, transformando seus pensamentos para a
loucura)[21]. A conclusão a partir das
informações acima é que a palavra foi bem escolhida por Paulo para indicar
claramente a distinção entre “foi seduzido” e “foi enganado”. A conjunção δε (de)
neste caso tem uso adversativo sugerindo um conceito oposto (h`
de. gunh. evxapathqei/asa – e de gunê eksapatêteisa).
Aqui também é necessário estabelecer o significado de evxapata,w (eksapatao). O seu uso no Novo Testamento é o dobro em
relação a απαταω (ápatao), mas acontece somente no vocabulário
de Paulo, e neste caso sempre traduzido por enganar (Ninguém,
de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a
apostasia – II Ts 2.3) Os
versículos apresentados sempre trazem uma advertência para que não sejam
enganados, pois no evento da queda a mulher estava claramente advertida sobre a
árvore do conhecimento do bem e do mal e mesmo assim foi enganada. A LXX (septuaginta)
usa a palavra com o sentido de ser enganado (somente que Faraó não mais me
engane/ απαταω, não deixando ir a este povo para sacrificar
ao SENHOR – Ex 8.29 ). O grego clássico sugere que a palavra seja
usada no sentido de enganar (Esses
truques, vou revelar e desses vou preveni-lo, para que não sejais apanhados de
surpresa e enganados/ απαταω)[22].
A diferença é muito sutil, mas ela existe, pois caso contrário Paulo teria
usada a mesma palavra. O peso teológico dessa distinção é difícil de
estabelecer, mas para Norman Chaplin há uma intensidade no sentido de cada
palavra:
“No grego ‘eksapatao’ ‘desviada’, ‘ludibriada’.
Notemos aqui a forma intensiva (prefixo preposicional). Ela foi ‘completamente
enganada’, não mais tendo oferecido qualquer resistência. Isso pode ser
contrastado com a palavra usada acerca de Adão, a forma não-intensificada. Adão
não foi nem um ‘pouco enganado’”[23]
E o Dr. David J. Merkh complementa:
A natureza do pecado dos
nossos pais foi diferente no caso de cada um (2.14). Mesmo não entendendo todo
o raciocínio do Apóstolo (para alguns pode parecer pior pecar deliberadamente,
como Adão fez, do que por engano, como a mulher), o argumento é claro: Melhor
um líder ciente do que uma líder ingênua. (Não entendemos que o texto sugere
que todos os homens são mais “ligados” que as mulheres, ou que mulheres por
natureza são mais ingênuas que os homens; mas no mínimo reconhecemos que o
argumento de Paulo baseia-se no precedente estabelecido na Queda).[24]
O versículo parece terminar de modo
trágico, pois a mulher tornou em transgressão, numa tradução literal. O verbo γινομαι (ginomai) tem um campo semântico muito
extenso, para ficar claro no português, normalmente para este versículo as
traduções optam por “caiu em transgressão”. Ela passa a experimentar o
amargo sabor por ter cedido ao engano e um desses é a crise com a autoridade,
já instituída antes da queda, mas para a qual não havia um desejo contrário (E à mulher disse: ...o teu desejo será para
o teu marido, e ele te governará – Gn
3.16).
Mais uma conjunção adversativa é usada por Paulo para
mostrar a posição paradoxal que a mulher se encontra, embora num estado de
transgressão, ela será salva/restaurada/libertada (σωθησεται -
sotêsetai). Esta palavra usada por Paulo
também tem um campo semântico extenso e é amplamente usada no Novo Testamento,
mais de 100 vezes, mas altamente reduzida na septuaginta (7 vezes), sendo que
não é encontrada no grego clássico. A preferência do autor deste trabalho é que
esta palavra seja traduzida por “preservada”, que acompanhada a tradução
clássica da ARA, sugerindo que seu papel/ministério fundamental como mulher,
será preservado através de sua missão de mãe. Mas ainda que usasse a tradução
usual, facilmente poderia ser admitido que a mulher seria salva dos laços
heréticos dos falsos mestres (contexto da carta). A palavra τεκνογονιας (teknogonias) não aparece em
nenhum outro lugar do Novo Testamento, nem na septuaginta, não tem equivalência
com o texto Massorético e nem aparece no grego clássico, e é possível que Paulo
tenha criando esse neologismo para esta ocasião ou se tratava de um uso
idiomático informal. O mais próximo que se chega é o uso feito em I Ts 5.14
cujo termo τεκνογονεω (teknogoneo)
significa gerar filhos. Se ela for desmembrada temos o seguinte: tekno:
criança e γονια, gerar filhos, ou ser mãe.
Para finalizar seu argumento Paulo impõe a condição
para alcançar o êxito no ministério da mulher: εαν μεινωσιν (ean
meinôsin) se permanecerem. Esta é uma oração condicional de terceira classe, o
que indica uma condição provável de acontecer, sendo assim ele dá a direção
para o um ministério frutífero como discípula de Cristo: se as mulheres
permanecerem na esfera da fé, do amor e da santificação. O apóstolo dá
sequência ao texto com uma preposição de associação, significando que junto a
tudo isso está a decência mencionada no verso 9.
Paulo apresenta a confirmação da sua
autoridade 3.1ª
3.1a
πιστος ο λογος
3.1a
Fiel é esta palavra.
A justificação pela opção da leitura que estende o
ponto final até o 3.1a se deve ao padrão de estrutura apresentada no capítulo
2.1-3.1. É possível observar o seguinte:
A. 2.1-2 Paulo dá uma orientação geral
B. 2.3-6 Paulo dá o fundamento teológico
C. 2.7 Confirmação da autoridade
A. 2.8-12
Paulo dá uma orientação geral
B. 2.13-15
Paulo dá o fundamento teológico
C. 3.1 Confirmação da autoridade
Por isso parece mais razoável
que ponto final se estenda até 3.1 e o texto Westcott-Hort traz esta leitura (2.17 τεκνογονιας εαν μεινωσιν εν πιστει και αγαπη
και αγιασμω μετα σωφροσυνης \
3.1 πιστος ο λογος) [25] (
...será salva através do ministério de mãe, se permanecerem em fé, amor e
santidade com toda prudência. Fiel é esta palavra).
A frase πιστος ο
λογος (pistós ó logos) é a expressão de
autoridade inserida por Paulo para
manter o padrão do verso 7.
Considerações
contemporâneas
As cartas
pastorais apresentam tons claramente práticos. Paulo as escreve para corrigir
certas deficiências de funcionalidade na eclesiologia primitiva. Em todo
momento ele pensa na dinâmica da igreja e isso pode ser constatado no fluxo da
primeira epístola a Timóteo, que se resume em corrigir problemas de ensino, enfatizar
vida de oração, estabelecer critérios para a escolha da liderança e tratar das
classes sociais na igreja. Na comunidade de Éfeso havia a presença de falsos
mestres e certamente a influência dessas pessoas promoviam desvios e confusão
na comunidade da fé. E uma das preocupações do apóstolo era como a vida de
oração da igreja estava sendo praticada. Pelas orientações de Paulo pode-se
concluir que: as reuniões estavam acontecendo num clima de animosidade da parte
dos homens e de falta de bom senso da parte das mulheres. A fim de corrigir
este problema o apóstolo apela duas vezes para a autoridade que a ele foi
conferida ( 2.7 e 3.1a ). Há também neste capítulo uma ênfase na questão da
autoridade: as orações deveriam ser feitas em favor daqueles que estivessem em
posição de autoridade (2.2), Jesus como único Mediador (2.5), o próprio
apóstolo certifica de que sua autoridade seria reconhecida (2. 7) e por fim as
mulheres deveriam reconhecer a autoridade masculina no ambiente da igreja.
Diante de tudo isso, Paulo dá uma ordem clara: não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem, mas
esteja em silêncio[26].
Os favoráveis à ordenação feminina ao ministério pastoral alegam que a
ordem é local, circunstancial e consequentemente incabível para uma aplicação
contemporânea. As palavras do pastor Roberto Caldas Gonçalves Coelho refletem o
conceito de que este texto é cultural. Segundo
ele:
Os
opositores não encontram um só versículo na Bíblia proibindo a mulher de
pastorear, simplesmente afirmam que é antibíblico. Os textos citados pelos não
ordenistas são disciplinares e por isso devem ser entendidos culturalmente,
sendo que um exemplo a considerar é o caso do ósculo santo. Hoje as mulheres
são missionárias, vão para o campo, lideram e fundam igrejas e isso é a
demonstração do entendimento de que o texto paulino não se trata de uma
proibição universal, mas local e circunstancial.[27]
A pergunta
que exige uma resposta é: os demais níveis de autoridades apresentadas no texto
tratado, também são circunstanciais? Pois ao aplicar o conceito sugerido pelo
pastor Roberto C. G. Coelho no trecho de 2.9-15 é normativo que o mesmo também
se aplique ao inicio do capítulo 2.
Por essa
razão, concordar com os que afirmam que a ordem de Paulo em 2.9-15 é uma
questão circunstancial e local, seria o mesmo que ignorar os níveis de
autoridades apresentadas no trecho, como também considerar como um problema
especificamente de Éfeso a presença dos falsos ensinos, a vida de oração da
igreja e os demais temas tratados na carta, inclusive interpretar o evento da
criação e da queda como simplesmente cultural.
Por ter credenciais apostólicas reconhecidas
pelas igrejas neotestamentárias, Paulo as usa para ordenar que as mulheres
mantenham-se em silêncio no culto público. Alguns ordenistas argumentam que não
há uma proibição neste trecho para que a mulher seja pastora ou pregadora, mas
segundo o pastor e dr. J. Scott Horrel, respondendo à entrevista feita à Andrea
Kallweit (29/09/96)[28]:
a
ordenação de pastoras não é tanto a questão, mas a questão principal é o fato
de que a mulher não pode exercer autoridade espiritual especialmente no ensino
sobre o homem (1 Tm 2.12)[29].
A dúvida
sobre o ministério da mulher e suas implicações na igreja local são temas de
vários artigos do OJB (O Jornal Batista), os quais tentam encontrar uma resposta intermediária
ao tratar da posição da mulher na igreja, baseada em I Timóteo 2. Alguns erros
básicos foram cometidos:
1. Houve uma
despreocupação com o contexto imediato do parágrafo.
2. As
autoridades estampadas no trecho foram raramente reconhecida.
3. As duas fundamentações
teológicas de cunho universal que Paulo expôs, foram totalmente ignoradas.
Portanto, olhar
para o texto de 1 Timóteo 2.9-15 e afirmar que ele não tem nenhuma relação com
os sucessivos dias da igreja é comprometer intencionalmente a autoridade das
Escrituras.
Wagner Ferreira
Pr. Wagner é casado há 20 anos com Rita Ferreira, pastor há 12 anos da PIB de Cambuí-MG.
É mestre em Teologia -NT, pelo SBPV, Bacharel em Teologia - SBPV.
Atua também como professor do Ministério Pregue a Palavra.
[1] Op. cit., KELLY, p. 69.
[2] Idem.
[3] A crítica textual apresentada
neste trabalho no apêndice B página 393, explica a razão pela qual foi
escolhida a leitura acima, em que tanto o kai como o taj
foram acrescentada nesta opção de texto.
[4] Op. cit., WALLACE, p. 761.
[5] Op. cit., LOUW-NIDA, p. 551.
[7] Op. cit., LANGE-OOSTERZE, p. 33..
[8]
Op. cit., KELLY, p. 69.
[9]
JEREMIAS, Joaquim. Jerusalém nos Tempos
de Jesus. São Paulo: Edições Paulinas, p. 473, 1983.
[10] Ibidem, p. 476-77.
[11] Op. cit., WALLACE, p. 311.
[12] Op. cit. LOUW-NIDA, p. 69.
[13]
Ibidem, p. 558.
[14]
Op. cit., LOUW-NIDA, p. 23.
[15] Op. cit. KELLY, p. 71.
[16] Op. cit., LOUW-NIDA, p. 423.
[17] EURIPIDES. (1891). The Plays of Euripides, translated by
E. P. Coleridge. (E. P. Coleridge, Org.) (Vol. 1). Medford, MA: George Bell and
Sons.
[18] Op. cit., WALLACE, p. 245-246.
[20]
Há um problema textual neste ponto da passagem, o texto Majoritário é a
testemunha que favorece a igualdade dos dois verbos, porém o Códice Sinaíticus
somado ao Códice Alexandrinus trazem a leitura em que os verbos são diferentes
e neste ponto a opção pela leitura que traz uma distinção entre os verbos foi
feita com base na crítica textual apresentada no apêndice deste trabalho, para
mais informações consultar apêndice B página 398
[21] AESCHYLUS. (1926). Aeschylus, with an English translation
by Herbert Weir Smyth, Ph. D. in two volumes.
2. Suppliant Women. (H. W. Smyth, Org.). Medford, MA: Harvard
University Press.
[22] AESCHINES. (1919). Aeschines with an English translation
by Charles Darwin Adams, Ph.D. Medford, MA: Cambridge, MA, Harvard University
Press; London, William Heinemann Ltd..
[23] Op. cit., CHAMPLIN, vol. V, p. 305.
[24] Op. cit., Merkh, Dr. David
J.
[25] Westcott, B. F., & Hort, F. J.
A. (2009). The New Testament in the Original
Greek (1Tm 2.12–15). Logos Bible Software.
[26] 1
Timóteo 2.12
[27]
OJB 25.12.1994 p. 9
[28]
OJB 29.09.1996 p.12
[29]
OJB 22.12.1996 p 2
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