Feminilidade,
Torne-se uma mulher de Discernimento. PARTE 1. por Nancy Demoss Wolgemuth
Se alguém lhe pedisse para fazer uma
lista com as causas para a destruição da família, o que você sugeriria? A
cultura? A mídia? Diversão? Educação secular? Leis e política anti-família? Pobreza?
Pais abusivos ou ausentes?
Você incluiria na sua lista as
mulheres tolas?
Quanto mais eu estudo os caminhos de Deus, mais eu reflito na
incrível influência que nós, como mulheres, temos em nossos lares – para melhor
ou para pior, para o bem ou para o mal. As Escrituras colocam desta maneira: “Toda
mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos.” (Provérbios 14.1) Há dois tipos de mulheres neste
mundo – as sábias e as tolas. Em vários momentos, você e eu somos ou tolas ou
sábias. Quer percebamos ou não, ou estamos construindo nossa “casa”, ou a
estamos derrubando.
Toda mulher tem uma “casa”, uma
esfera imediata de influência. Se você é casada, se tem filhos, sua família é
seu círculo de influência mais importante. Mulheres solteiras têm uma “casa”;
esta engloba todas as vidas que elas tocam dentro de sua família estendida, sua
igreja, local de trabalho e comunidade. Uma mulher sábia está ativa e
diariamente envolvida na construção de sua casa, mas a mulher tola destrói sua
casa com as próprias mãos.
John Adams, o segundo presidente dos
Estados Unidos, reconheceu a incrível influência das mulheres, não apenas em
suas próprias casas, mas sobre todo o caráter de uma nação:
De tudo que eu já li sobre história,
governo, vida humana e costumes, eu cheguei a uma conclusão: que os costumes
das mulheres eram o barômetro mais infalível para averiguar o nível de
moralidade e virtude de uma nação. Os judeus, os gregos, os romanos, os suíços,
os holandeses, todos perderam seu espírito público e suas formas republicanas
de governo quando eles perderam as virtudes domésticas e o recato de suas
mulheres.
A influência
destrutiva das mulheres tolas fica logo evidente no mundo secular. Nos últimos anos,
temos visto o poder das mulheres tolas de derrubar e destruir a sensibilidade
moral e a fibra de toda uma nação. Nós podemos todos pensar em mulheres de alto
rendimento, profissionais do entretenimento, da política, esposas de figuras
públicas cujas filosofias e estilos de vida têm exercido uma influência
negativa enorme sobre toda nossa cultura.
Entretanto, o que deve nos perturbar
ainda mais é o quanto a tolice entre as mulheres tem permeado a igreja
evangélica. Nós temos seguido o mundo ao redefinir o que significa ser uma
mulher, bem como o que significa ser um homem. Nós temos borrado, se não
apagado de vez, as distinções entre o caráter feminino e o masculino, seu
comportamento e seus papéis. Perdemos nosso ancoradouro, nosso senso do que é
puro e bom, verdadeiro e certo. Temos pouca compreensão do significado ou
importância de tais palavras fora de moda como íntegro(a), modesto(a), discreto(a)
e casto(a).
Há vários anos atrás, eu soube de
uma situação na qual um líder cristão havia se comportado de modo inadequado
com uma mulher de sua equipe. Quando sua esposa confrontou-o, falando de suas preocupações,
ele disse: “Ah, para com isso! Estamos nos anos noventa!” Agora que entramos no
século 21, há uma confusão ainda maior acerca de tais questões. Nós
desculpamos, toleramos e justificamos comportamentos que seriam impensáveis há
uma geração atrás.
No coração de nossa condição atual,
está uma clara falta de ensino e pensamento bíblico a respeito de nosso chamado
e do nosso papel como mulheres. Somente retornando às Escrituras e colocando
nossas vidas sob sua autoridade podemos nos tornar mulheres sábias que
constroem seus lares ao invés de destruí-los. O que está em jogo não é apenas
nosso bem estar espiritual, mas o de nossas famílias, igrejas e comunidades e
até mesmo o bem estar das próximas gerações.
Aquelas de nós que são “mulheres
mais velhas” têm a responsabilidade de treinar a próxima geração de mulheres
nos caminhos de Deus – ensiná-las as características das mulheres sábias e das
tolas, avisá-las dos perigos e consequências de serem tolas e instilar nelas a
visão e o compromisso de serem mulheres sábias. Precisamos também ensinar
nossos filhos e homens jovens as diferenças entre mulheres tolas e sábias – que
qualidades admirar e que qualidades evitar nelas.
Provérbios 7 é um retrato colorido
de uma mulher tola. O contexto imediato é daquele pai ensinando seu filho a
reconhecer e se proteger da armadilha de uma mulher tola. Entretanto, esta
passagem inclui muitas ideias que devem ser uma parte indispensável do
“currículo” que nós, como mulheres, devemos dominar e passar para próxima
geração de mulheres.
O primeiro parágrafo do capítulo nos
apresenta o tema. O jovem é convidado a abraçar a sabedoria para que fique
protegido de um tipo específico de mulher que deseja aprisioná-lo.
Filho
meu, guarda as minhas palavras, e esconde dentro de ti os meus mandamentos. Guarda
os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos. Ata-os
aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração. Dize à sabedoria: Tu és
minha irmã; e à prudência chama de tua parenta, para que elas te guardem da
mulher alheia, da estranha que lisonjeia com as suas palavras. (Provérbios 7:1-5)
O escritor nos
avisa para não sermos presos à uma mulher “alheia”. Esta palavra é traduzida
como “imoral” (Nova Versão Internacional), “Adúltera” (Almeida Revisada
Imprensa Bíblica) e “de palavras sedutoras” (Nova Tradução da Linguagem de
Hoje). A palavra literalmente significa “extraviar-se”.
Cantares
de Salomão descreve dois tipo de mulher. Uma é como um “muro” a outra é como
uma “porta” (8.9). A mulher que é descrita como um muro edificou sua vida sobre
convicções. Consequentemente, ela é firme e inflexível diante de todos os tipos
de avanços inadequados por parte dos homens. Ela estabeleceu sua vida sobre a
verdade da Palavra de Deus. O outro tipo de mulher é como uma porta que pode
ser aberta facilmente. Porque ela não está edificada sobre as convicções
bíblicas, ela é vulnerável à tentação e pode, ela mesma, tornar-se uma
tentadora. A mulher em Provérbios 7 é uma porta. Ela é “imoral”, ela extraviou-se
de uma vida pura e íntegra. Ela é uma mulher tola.
Talvez
você pense “Eu não sou uma mulher imoral. Provérbios 7 não tem a ver comigo.”
Eu fui encorajada a desenvolver esta mensagem pela primeira vez para uma
conferência de mulheres que estavam em tempo integral no ministério. Minha
resposta inicial foi “Como é que esta passagem pode estar relacionada com estas
mulheres?”
Mas
conforme eu meditava nela, passei a acreditar que ela é relevante para cada
mulher cristã. Primeiro, até mesmo nas igrejas e ministérios mais respeitados há
as sedutoras – mulheres com corações adúlteros e intenção imoral. Qualquer tipo
de perversão que pode ser encontrada no mundo pode também ser achada na igreja
hoje. Quando eu acho que já ouvi de tudo, fico sabendo de uma situação onde um
lar cristão naufragou nas ondas da imoralidade. Com muita frequência, há uma
mulher imoral, uma mulher tola, envolvida na tragédia.
Em
segundo lugar, em praticamente todo grupo de mulheres cristãs há aquelas que
não percebem que são tolas. Elas são ignorantes a respeito das diferenças entre
uma mulher tola e uma sábia. Elas não entendem o básico a respeito de pureza
pessoal, moral e relacional. Elas precisam ser treinadas nos caminhos de Deus e
discipuladas para tornarem-se mulheres sábias.
Terceiro,
esta passagem tem relevância até mesmo para mulheres que tem um coração sábio
de verdade e de quem não podemos dizer que sejam “imorais”. Infelizmente, a
grande maioria das mulheres evangélicas tem sido sutilmente influenciada pelo
mundo de um modo que elas nem percebem. O modo de pensar do mundo já se
infiltrou e permeou nos estilos de vida de “membros de igreja comprometidos”.
Embora não sejamos fisicamente adúlteros ou promíscuos, a maioria de nós tem
adotado, sem perceber, algumas das características que, no fim das contas,
podem levar à ruína e queda dos homens ao nosso redor.
Esse
texto continua na próxima semana. Aguarde!
Nancy Demoss Wolgemuth
Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com.
Traduzido com permissão.
Título original: Becoming Woman Discretion
Tradução: Viviane Andrade
Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova.
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