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Tornando-se uma mulher de discernimento. PARTE 3. por Nancy Demoss Wolgemuth

agosto 24, 2017 Mulher da Palavra 0 Comments



"Ela o agarrou, beijou-o e lhe disse com atrevimento:" (Provérbios 7:13)                                             
             Esta é uma imagem familiar demais em nossa cultura, onde as mulheres vêm sendo treinadas para serem as agressoras nos relacionamentos com os homens. Poucas mulheres hoje em dia tem ideia do que está errado em ser a que dá o primeiro passo. Por que as meninas não podem telefonar para os meninos? Por que não podem convidar os rapazes para um encontro? Elas nunca foram ensinadas acerca da beleza da ordem criada por Deus. Até nossa fisiologia nos ensina que Deus criou o homem para iniciar e a mulher para responder. O jeito que Satanás tem de fazer as coisas é o plano contrário ao de Deus. Temos a responsabilidade de ensinar aos homens e mulheres mais jovens quais são os caminhos de Deus quanto a este assunto.
            A mulher tola nesta passagem aproxima-se de sua presa com uma saudação ousada. Ela se joga para este homem – física e verbalmente. Ela evidencia a falta de discernimento e restrição que é tão comum entre os homens e mulheres hoje. Até mesmo nas igrejas não é incomum ver mulheres jogarem casual e descuidadamente seus braços ao redor dos homens. Tal comportamento pode não ter intenção imoral, mas é tolo. Na melhor das hipóteses, remove restrições apropriadas que deveriam existir entre os homens e as mulheres; na pior das hipóteses, pode levar a pecados graves contra Deus.

            “Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos. Por isto saí ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei.” (vv14-15)
                                                                                                                  
Esta mulher tola disfarça seu comportamento agressivo e sedutor em uma conversa espiritual. Sua atividade religiosa é, na verdade, um disfarce para o seu coração imoral. Ela pode estar tentando compensar sua culpa através do que faz na igreja. Muitas mulheres nas nossas igrejas hoje são ativas no ministério e estudo bíblico; elas saltam de uma conferência para outra. Outros podem pensar que são espirituais e sinceras, mas estão acobertando seus corações tolos e comportamento impuro.   
        Provérbios fala de um homem que está à beira da ruína “no meio da congregação” (5.14). Até mesmo no meio dos relacionamentos e atividades da igreja, podemos cair em grande pecado.
Ela alimenta o ego deste jovem tolo; ela atende sua necessidade de admiração e ele se sente necessário e valorizado. Qual é o homem cuja necessidade de admiração ela deveria estar alimentando? A do seu marido! Quando ela derrama sua admiração sobre outro homem, ela abastece seus sentimentos de descontentamento para com seu marido e intensifica a sensação de que está vivendo um casamento sem amor e vazio.

“Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.” (vv.16.17)

Esta mulher está consumida por valores físicos e temporais ao invés daqueles que duram para sempre. Ela atrai este jovem para dentro de um relacionamento inapropriado descrevendo a natureza erótica do seu quarto. É claro, não haveria nada de errado em criar uma atmosfera romântica em seu quarto para satisfazer seu marido. Mas é claramente errado fazer isso por um homem que não seu marido.
A mulher tola é indiscreta – ela fala livremente sobre assuntos íntimos que deviam ser reservados para conversas com seu marido. Um dos aspectos mais desconcertantes dos escândalos sexuais que são tão divulgados ao longo dos últimos anos, é a conversa aberta sobre questões particulares que são esparramadas na mídia. Linguagem sexual explícita que antes era considerada inapropriada fora do quarto agora tornou-se parte do nosso vocabulário diário. Apresentadores, jornalistas e blogueiros parecem orgulhar-se em explorar e expor assuntos particulares. Quanto mais íntimo o assunto, mais a audiência quer ouvir. Precisamos ensinar às mulheres jovens que há coisas sobre as quais você não fala com pessoas que não sejam íntimas. De fato, há questões pessoais entre marido e mulher que não deveriam ser discutidas nem com outras mulheres.

“Vem, saciemo-nos de amores até à manhã; alegremo-nos com amores.” (v.18)

           A mulher tola não compreende a natureza do amor verdadeiro. Amar de verdade é dar, não é receber. Já foi dito: o amor pode sempre esperar para dar, mas a luxúria não pode esperar para receber. Ela não dá; ela recebe. Busca gratificação imediata, apesar do fato de que as delícias deste fruto proibido só durarão “até a manhã”. Ela não consegue pensar nas consequências de longo prazo de suas escolhas. Como resultado disso, ela coloca a si mesma e a outros no risco de uma falha moral. Tal mulher está disposta a sacrificar seu próprio casamento e integridade, bem como o bem estar e o futuro de outros, a fim de sentir um gosto breve do fruto do “amor” ilícito.
            De que maneiras você tem sacrificado ganhos de longo prazo no altar da auto-gratificação imediata? Pode ser que você não seja a pessoa que vai jogar seu casamento fora por uma noite de amor com outro homem. Mas pode ser que você esteja cuspindo palavras duras e raivosas que lhe conferem alívio temporário, mas destroem o espírito de seu companheiro e filhos. Talvez você saiba o que é mergulhar na comida que deseja apenas pelo prazer momentâneo que ela lhe traz. Ou ainda que se deleite no seu ressentimento, saboreando o pensamento de ferir àquele que te machucou profundamente.

            “Porque o marido não está em casa; foi fazer uma longa viagem; levou na sua mão um saquitel de dinheiro; voltará pra casa só no dia marcado.” (vv 19-20)

            O marido dela está fora da cidade numa viagem de negócios e ela pensa que ninguém saberá de seu pecadinho secreto. Mas ela esquece que há Aquele que sabe de tudo – El Roi, “o Deus que vê”. Ela esquece que “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” (Pv 15.3)
            Que “pecadinho secreto” estamos incluindo em nossas vidas, pensamentos e momentos privados? Precisamos cultivar o temor do Senhor – a sensação constante e consciente de que sempre estamos debaixo do olhar atento de Deus, seja sozinho ou com outros.
            Esta mulher aparentemente está buscando atender as “necessidades” que não estão sendo atendidas em casa. Ao concentrar-se em suas próprias necessidades (seus desejos, na verdade), ela se coloca numa posição onde está menos motivada e capaz de atender as necessidades daquele a quem ela foi criada por Deus para ajudar. Ela foi feita para ser uma ajudadora a seu marido, mas ela não pode atender suas necessidades se estiver focada nas suas próprias.
            Estabelecendo um contraste, Provérbios 31 fala da mulher sábia e virtuosa. “O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.” (vv11-12) Ela tem um compromisso permanente e incondicional de ser leal a seu marido e de agir em seu melhor interesse.
            Na cultura de hoje, muitas mulheres têm maridos que estão longe de casa – se não literal e fisicamente, então emocional, relacional ou espiritualmente, em termos de tempo e foco. O maior teste de fidelidade para uma mulher casada é aonde o coração dela vai quando seu marido está “fora”. Para onde a mente dela vai? Aonde vagam seus pensamentos? Ela é confiável? Ela é fiel a Deus e ao chamado que recebeu mesmo quando ele falha em ser o homem que deveria?

            “Assim, o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios.” (v 21)

            Mais uma vez somos lembrados do poder das palavras – elogios, flertes, discursos ousados e sedutores. Ela usa sua fala para controlar. Ela faz com que ele ceda, assim como Dalila usou suas palavras para colocar Sansão sob seu controle. A mulher tola contrasta com a mulher sábia que “Abre sua boca com sabedoria e a lei da beneficência está na sua língua” (Pv. 31.26). A mulher sábia e virtuosa usa sua língua para falar palavras de cura, esperança, graça e ajuda.


Nancy Demoss Wolgemuth

Essa série continua na próxima semana. Aguarde!

Acesse os textos anteriores dessa série:
Tornando-se uma mulher de discernimento. Parte 1.
Tornando-se uma mulher de discernimento. parte 2.



Fonte: Revive our hearts. Website: reviveourhearts.com. 
Traduzido com permissão. 
Título original:  Becoming Woman Discretion
Tradução: Viviane Andrade







Nancy Leigh DeMoss é apresentadora de dois programas de rádio nos Estados Unidos: Revive Our Hearts [Aviva nossos corações] e Seeking Him [Buscando a Deus]. Seus livros já venderam mais de um milhão de cópias. Tem trabalhado desde 1980 na organização cristã Life Action Ministries. Também é organizadora do livro Mulher Cristã: repensando o papel da mulher à luz da Bíblia, publicado por Vida Nova. 

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