Feminilidade,
Simone é casada com o pr. Nelson Galvão e mãe do Mateus.
E formada em Teologia, pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia clínica.
Não deixe que ela te domine, por Simone Galvão
Parece estranho falar assim, pois estamos
acostumadas a deixar nossas emoções falar o tempo todo. Somos movidas por elas, amamos e odiamos com a mesma facilidade. Estamos bem quando acordamos
e queremos morrer quando vamos deitar. Choramos horrores quando vemos “A Culpa
é das Estrelas” (ou para as meninas da minha época, o clássico Titanic!!!!).
Nossas emoções borbulham como uma chaleira fervendo em nossa cozinha.
Ahhh... como nossas emoções ditam as regras de
nossa vida!!!!!! Somos tentadas a todo instante com nossas emoções. Veja o que está escrito em Jeremias 17.9: “O coração é enganoso e incurável, mais do
que todas as coisas; quem pode conhece-lo?[1]”.
Infelizmente também fazemos isto com nosso
Deus. Se estamos tristes ou deprimidas passamos horas, dias, semanas e até
meses sem ler a Bíblia ou até mesmo orar. Tenho aconselhado algumas meninas. Como
temos lutado com as emoções! Muitas me dizem que sabem o que é certo, mas não
conseguem fazer. “Não consigo, não tenho força, não posso, você não entende o
que estou sentindo”. Perceba que tudo gira em torno das “minhas emoções”!!!!!!
Os dias vão passando e assim vamos levando a
nossa vida A experiência de muitas pessoas acontece da seguinte forma. O nosso coração
dita as regras do jogo. Estando tristes, angustiadas ou em crise de ansiedade,
não estudamos a Palavra. Mas, como em um passe de mágica, acordamos em um belo
dia com “saudade de Deus” e voltamos a buscar o Criador.
Temos muita dificuldade de entender que Cristo
deve ser o centro de toda a nossa vida e não as emoções, e isso envolve
inclusive quando estamos no nosso momento de estudo da Palavra e oração. Nas
palavras de John Owen:
Ainda que nosso sentimento de comunhão com Deus
varie, Seu amor não aumenta, ou diminui. A ira de Deus contra o pecado dos
santos foi satisfeita na cruz[2].
Sim, enquanto mulheres somos emotivas.
Entretanto, somos mais do que isto, muito mais ... Em Marcos 12.29 e 30 vemos
que devemos amar nosso Deus com nossas emoções sim, mas também com nossa mente:
E Jesus respondeu: O principal é: Ouve, Israel,
o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o
coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de todas as forças.
Interessante observar no relato de Marcos as
palavras de Jesus. Ele poderia ter feito um versículo especial a parte para nós
mulheres; poderia ter dito: “mulheres quando vocês não estiverem tristes, deprimidas,
de TPM, ou zangadas, me amem”!!!!!
Não foi assim que nosso Criador disse, e Ele
sabia de todas estas implicações. Mas, o que Ele ordenou foi: Amem a Deus de
todo coração, alma, entendimento e com todas as suas forças.
Devemos ter em mente que nosso Deus nos criou
de uma forma toda especial, Ele planejou todas as nossas emoções. O problema é
quando fazemos delas o senhor das nossas vidas.
Por conta do pecado, travamos uma luta com
nossas emoções. Não é natural buscar nosso Deus. O ser humano rejeita o Criador.
A busca por Deus é consequência da graça do próprio Deus em nos dar vida
através do sacrifício de Seu Filho e, através disso, nos reconciliar com Ele
mesmo.
Entretanto, apesar de em Cristo sermos livres
do pecado, até a vinda no nosso Senhor, lutaremos com nossas emoções (Hb 12.4).
Por conta disso, em nossa devocional, na leitura
e estudo da Palavra, não podemos nos esquecer dos atributos e caráter do Senhor,
mesmo que nossas emoções por ora não consigam entender. Nancy DeMoss comenta isso da seguinte forma:
Quando a turbulência, a decepção ou a dor
entrar em nossa vida, quando perdemos pessoas que amamos, quando as coisas não
saem como esperávamos[...] A verdade é que Deus é bom independente das escolhas
dEle parecerem boas ou não para nós, Ele é bom. Quer sintamos isso ou não, Ele
é bom. Quer isso pareça verdadeiro ou não na minha vida, Ele é bom.[3]
Infelizmente custamos a entender que não existe
vida separada do Criador, não existe paz e alegria quando estamos distantes de
Sua Palavra. Nos enganamos em achar que encontraremos alivio para nossas emoções
em um prato de brigadeiro, em compras no shopping, em viagens para um Resort ou
até passando uma tarde no salão de beleza.
.
Se somos filhas do Rei, obedecemos sua ordem e
O amamos a despeito de nós mesmas, e devemos ama-Lo, com toda a nossa força,
entendimento, coração, alma!!!!!! Sobre
isto, Jen Wilkin diz:
“Durante muitos anos,
tentei amar a Deus com meu coração em detrimento da minha mente, sem reconhecer
minha necessidade de crescer no conhecimento do Eu Sou. Qualquer estudo sistemático
da Bíblia parecia mecânico [...]eu estava deixando escapar uma verdade
importante: o coração não pode amar aquilo que não conhece.”[4]
E aí chegamos a uma triste realidade. Não
conhecemos o Deus que servimos, por isso temos tanta dificuldade de entender
que tudo o que Ele faz é bom e perfeito, as coisas ruins que acontecem em
nossas vidas!!!!
Por esta razão deixamos nossa emoção tomar
conta, agimos como crianças mimadas, choramos, nos revoltamos, sofremos e achamos
que podemos nos afastar do nosso Deus, ao invés de correr para os braços do
Pai, para o único lugar seguro!! John Owen
comenta sobre esse lugar seguro da seguinte forma:
Que lugar doce
e seguro... Quando uma criança é extremamente maltratada por estranhos nas
ruas, ela corre depressa para seu pai: ali ela apresenta suas reclamações e é
consolada. Em todas as duras censuras e perseguições caluniosas que os santos enfrentam
nas ruas do mundo, podem correr chorando para seu Pai e serem confortados. “Como
alguém a quem a sua mãe consola, assim eu vos consolarei, diz o Senhor” (Is
66.13)[5].
Não podemos ser como as mulheres deste mundo,
nem tão pouco nos moldar ao que o mundo pensa sobre Deus e Sua Palavra (Rm
12.2). Antes, nossa mente deve ser transformada por sua Palavra. Concordo com
Elizabeth George, quando ela diz:
Se somos exortadas a
amar a Deus de todo nosso entendimento, precisamos ter certeza de que nossas
ideias a respeito de Deus são corretas, bíblicas e verdadeiras[6]
O grande desafio é conhecermos nosso Deus à
partir de Sua Palavra. As filosofias deste mundo nos mostram um deus distante e
que não está nenhum pouco interessado em nossas vidas. Muitas de nós, mesmo
professando a fé cristã, acredita em um deus assim, e a comunhão com o
verdadeiro e único Deus se torna frágil e distorcida.
Nossa mente só será moldada pela palavra de
Deus quando O conhecermos através do nosso estudo bíblico. Não aquela leitura
da Bíblia já pronta dos livros que compramos no começo do ano, tampouco os versículos
que recebemos no WhatsApp ou mensagens no Facebook.
Mas aquele tempo que você separa para estar a
sós com sua Bíblia e Deus. Aquele momento, sem internet, sem comentários, sem
crianças, sem barulho. Só você e Deus. Ali,
com o Senhor, você tem a oportunidade de se encontrar com Aquele que conhece
suas limitações, suas emoções, suas tristezas e alegrias, com o Criador.
Agindo assim, a despeito de nossas emoções seremos
confrontadas, transformadas e confortadas
pela Palavra de Deus; conheceremos de fato a boa, perfeita e agradável vontade
do Senhor.
Uma verdade que não podemos esquecer é o fato
de que quanto mais conhecemos o Senhor através do estudo e imersão da Palavra,
fazemos da nossa mente e emoção, um reservatório cheio de vida, onde está gravado
a Palavra de Deus. Assim, mesmo naqueles
dias escuros da alma, estaremos ali, a sós, serenas com nosso Senhor, porque sabemos
que só encontramos paz e descanso nos braços do Pai!!!
E quanto
mais o conhecemos, mais O amaremos!!!!! Então, não deixe que suas emoções te
dominem!
Simone Galvão
[1] Nas Escrituras, o conceito de coração não se limita às emoções, como no entendimento atual. Nas Escrituras, coração é o centro do ser, suas vontades, razão e emoções. Entretanto, vamos nos deter aqui a este aspecto especifico do coração: as emoções.
[3] DeMoss, Nancy Leigh , Mulheres que as mulheres acreditam e verdade que as liberta, pág47 Ed. Vida Nova
[5] John Owen. Comunhão com o Deus trino. p. 98. Ed. Cultura Cristã
Simone é casada com o pr. Nelson Galvão e mãe do Mateus.
E formada em Teologia, pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia clínica.
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